Aquecendo os tamborins

terça-feira, 6 de outubro de 2009

por Dariana Nogueira e Mayara Freire

Tinguá deu o pontapé inicial à série de sete pré-conferências de cultura que antecederão a Conferência Municipal de Cultura, nos dias 23 e 24 de outubro. Em última instância, o objetivo das pré-conferências é aquecer a discussão sobre as políticas públicas para a cultura e a alocação dos recursos.
Estavam presentes o secretário municipal de cultura Marcus Vinicius Faustini, membros do Conselho Municipal de Cultura, representantes dos pontinhos de cultura de outros bairros e moradores de Tinguá. Com o slogan “todo mundo é cultura!”, Faustini repetiu sua aposta na descentralização de investimentos para favorecer os bairros periféricos. “Queremos criar uma estratégia para a Conferência Municipal", anunciou o secretário. "Por isso, estamos discutindo com vários bairros o que eles esperam e têm a oferecer para a vida cultural da população local."

O secretário disse ainda que quer criar uma agenda cultural de Nova Iguaçu e adiantou alguns projetos. “Vamos abrir novos editais festas e eventos do município, disponíveis para qualquer pessoa que queira participar do processo cultural da nossa sociedade”, disse.
Os participantes puderam expor suas impressões, opiniões e críticas sobre o tema proposto, mas sempre focadas no território de Tinguá. Não foi à toa que o presidente da associação de moradores, o rodoviário Rafael Lucas, de 25 anos, falou da importância da reserva florestal na formação cultural do bairro. "As diversas lendas e histórias que existem sobre o local constituem uma identidade própria da região comum aos moradores", disse o líder comunitário, para em seguida sugerir a potencialização e difusão desse conhecimento.

Já para o morador Cesar Ribeiro, que vive em Tinguá há mais de 50 anos, uma estratégia de fomentação cultural no bairro ajudaria a resgatar Tinguá como território histórico. "É preciso um esforço no sentido de trazer à tona a memória da região, seja através da oralidade com os depoimentos dos moradores, seja através dos pontos históricos, como a estrada de ferro as fazendas, etc."

O aposentado Nivaldo Alves, 56 anos, também acredita que o resgate da cultura local pode transformar o território. “Moro há 30 anos aqui e vejo que muitas coisas se perderam. Temos muitos artistas bons por aqui, que deviam ser mais aproveitados. Já as festas típicas, como a Festa do Aipim, ainda permanecem fortes.”

O secretário de cultura aproveitou a pré-conferência para divulgar as cerca de 100 ações do governo Lindeberg Farias no campo da cultura, como o Pontão de Cultura, o Jovem Repórter, a Escola de Pesquisa, o Fundo de Cultura e os Pontinhos de Cultura. “A ideia é aprofundar e aperfeiçoar o sistema de editais, qualificando e ampliando o alcance dos que já existem e criando outros. Também pretendemos desconcentrar os investimentos, estimulando a diversidade de ações, as misturas e combinações."

As sugestões e críticas foram escutadas e debatidas com o intuito de “aquecer os tambores” para a Conferência Municipal de Cultura, onde o foco central será o projeto de cultura da cidade, os caminhos e estratégias que serão tomados, numa democráticainteração entre cidadãos e governantes.

Essa conferência, embora tenha poder decisório em relação ao território de Nova Iguaçu, será uma preparação para a Conferência Estadual e a Conferência Nacional, com o Ministério da Cultura, em março de 2010.

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