Conflito de gerações

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

por Michele Ribeiro


De um lado, os filhos querem ganhar seu espaço, viver novas experiências, agir conforme sua cabeça, conquistar a tão sonhada “liberdade”. Já os pais querem protegê-los, com medo que eles se envolvam drogas, sejam alvo da violência urbana, tenham uma gravidez indesejada. Não é de hoje que esse conflito foi instalado.


A maioria dos jovens reclama por sempre receber um “não” de seus pais como resposta, ainda que esses últimos sempre aleguem que estão agindo para o bem dos próprios filhos. “Minha filha Natane não me entende agora”, admite o professor Roberto Rocha, 45 anos. “Diz que sou chato e que gosto de deixá-la com raiva, mas quando ela for mãe vai me entender.”

Sua filha Natane é uma estudante de 16 anos, que muitas vezes acha que os pais não tiveram juventude, mesmo quando eles dizem que o mundo de hoje é muito diferente daquele em que viveram. “Me sinto presa por meus pais”, queixa-se a menina, para quem os pais são excessivamente conservadores e rigorosos. “Até parece que nunca sentiram vontade de sair, dançar e curtir com os amigos”.

Mas há também os pais modernos, que acham que dando a seus filhos a oportunidade de vivenciar várias experiências estarão contribuindo para a formação de adultos saudáveis, felizes e criativos. Mesmo esses pais se estressam com os jovens, pois criá-los com liberdade não significa dar “sim” para tudo. “Dou liberdade a minha filha, pois confio nela e gosto de vê-la feliz”, diz a compreensiva Ana Lucia Ferreira. “Mas imponho limites como horários, conheço as amizades da minha filha, deixo ela sair mais sempre dou um aviso: ‘não beba cerveja, nada dessas coisas’”.

A estudante Carine Guimarães, de 17 anos, sabe acrescentar à palavra “liberdade” a necessária responsabilidade. “Minha mãe é minha amiga”, diz a estudante, que conta tudo o que faz para os pais. “Posso fazer tudo o que eu quero, mas não é por causa disso que vou sair por aí bebendo, fumando ou fazendo coisas erradas”. Carine Guimarães conquistou a relação de respeito e entendimento com os pais porque acima de tudo tem responsabilidades.

O psicólogo Eudes Alencar sabe como esse momento é difícil, pois essa etapa de desenvolvimento também é caracterizada por uma busca de identidade. Para superar as divergências surgidas entre pais e filhos, o psicólogo sugere diálogo e compreensão, com cada lado colocando seus pontos negativos e positivos. “O importante é transmitir amor e respeito mesmo em momentos de divergência de opiniões.”

5 Comentários:

Anônimo disse...

muito boa a reportagem sobre esse tema. parabens.

marcele. rj

ribeiro disse...

Gostei muito do tema abordado eu sinto na pele
essa crise de deixar ou não deixar sai.
Tudo é uma questão de confiança.

Gabriel disse...

parabens Michele!
gostei muito desse tema e você soube se expressa muito bem.

Gabriel Folksson disse...

adorei a reportagem,abordou um assunto bem legal,gostei bastante.

Priscila Thomaz disse...

A reportagem ficou muito bacana,ficou bem legal a forma como ela se expressou.

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