por Flávia Ferreira
Morro Agudo é um tradicional bairro de Nova Iguaçu. Apesar disso, dificilmente encontraremos um local onde possamos sentar, escolher um livro ou mesmo levá-lo para casa. Como costuma acontecer na periferia das grandes cidades brasileiras, ali também a leitura se limita às lan-houses e aos sites de relacionamento. “Ter uma biblioteca em Morro Agudo é de suma importância”, afirma Samuel Evangelista, 35 anos, coordenador da biblioteca Enraizados.
O coordenador da biblioteca, inaugurada no último dia 26 de setembro com o objetivo de democratizar o acesso à informação, acredita que é chegada a hora de se ter um espaço de referência para que não se perca o hábito da pesquisa, fundamental ao conhecimento. “Está tudo muito informatizado, muito mastigado, tudo está pronto e é só imprimir”, lamenta Evangelista. A biblioteca é um Ponto de Leitura, um projeto do MINC patrocinado pela Casa da Moeda e pelo Ministério da Fazendo que inicialmente disponibiliza 1,5 mil livros. A comunidade de Morro Agudo e a Prefeitura de Nova Iguaçu também fizeram doações de livros.
O espaço funcionará como uma biblioteca tradicional: o interessado preenche uma ficha, escolhe o livro, leva-o para casa e tem uma semana para entregá-lo. No entanto, os organizadores estão estudando a hipótese de realizar atividades ligadas à literatura e à cultura no espaço. “Queremos promover saraus, lançamentos, debates”, anuncia Evangelista, que já administrou bibliotecas em outros espaços culturais e pretende fugir do burocrático empréstimo de obras. “A biblioteca será a ponte para realizar essas atividades”.
Algumas atividades previstas na programação da biblioteca demonstram o desejo de o espaço atender a um público diferenciado, que vá além do jovem em idade escolar. “Queremos montar projetos que levem o livro até os idosos e os doentes, que muitas vezes estão abandonados nas camas e não têm nenhuma forma de passar o tempo além da televisão”.
Outras vidas
Uma das frequentadoras mais assíduas, a estudante Sandra da Silva, 15 anos, já levou dois livros para casa em menos de um mês: “Poesia Completa, Volume II” e “Poetas Franceses do Século XIX”. “É importante ter uma biblioteca aqui, principalmente para o nosso aprendizado”, diz ela, que sempre lê gibis nas visitas quase diárias ao espaço. “Gosto de ler porque, além de ser a melhor coisa que se pode fazer quando não se tem nada para fazer, os livros nos ensinam a escrever certo e a saber mais das coisas”.
A estudante Sarah de Freitas, 12, também pode ser encontrada com facilidade na biblioteca do Enraizados, onde faz trabalho de escola, se diverte com os gibis e viaja com a literatura. “Eu li ‘Uma Professora Muito Maluquinha’, pois gosto muito das histórias do Ziraldo”, conta Sarah, para quem o hábito de leitura nos transporta para outras vidas.
Futuramente, os computadores do tele-centro dividirão o espaço com os livros e a comunidade poderá ter acesso à internet gratuita, de segunda a sexta.
Livros ambulantes
A biblioteca Enraizados também aderiu ao projeto “Livro Livre”, uma espécie de corrente de livros adquiridos através de doações que, depois de catalogados, são soltos em espaços públicos pré-determinados. Essa biblioteca ambulante, que em sua primeira leva distribuiu 400 títulos, tem 10 pontos de partida no bairro. De salões de beleza a academias de ginástica, passando por lan-houses, depósitos de doce e lojas de material de construção, os locais mais concorridos de Morro Agudo estão abraçando essa ideia de popularização do livro. “A pessoa que pega um livro nesses lugares só tem o compromisso de cadastrar a obra no site da biblioteca e largá-la novamente”, explica Evangelista.
Para o coordenador da biblioteca, essa metodologia é capaz de ampliar o acesso à leitura e interagir com todas as classes sociais, já que os livros são libertados ao acaso, sem que o participante tenha a menor ideia de quem o encontrará. “Queremos ir para toda a Baixada Fluminense”, conta ele, que apenas no primeiro ano de execução do projeto pretende criar uma rede de leitura com 25 mil livros, atingindo 75 mil leitores.
Boa materia, linda iniciativa. Poderia divulgar o local da nova biblioteca. =]
ResponderExcluirlembrando o nome do local não é morro agudo e sim comendadror soares,a matéria esta com falhas graves no qual sugeria uma breve entedimento do local a qual vocês estão cituando a materia.
ResponderExcluirIsso que dá entregar a matéria na mão de pessoas que não savem editar..
ResponderExcluirLembrando que o Local é conhecido por todos como Morro Agudo, e comendador soares é conhecido o outro lado... ou seja, isto é um blog e não um jornal expresso.
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