Redes no céu

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

por Edson Borges Vicente e Fernanda Bastos da Silva

Diretor do Centro Experimental de Teatro e Artes da Baixada Fluminense (CETA) e idealizador do Festival Baixada Encena, Lino Rocca explica que objetivo do evento é formar uma relação continuada de exibição dos espetáculos produzidos por artistas e produtores regionais. Mas ele acredita que isso só será possível quando o movimento cultural começar a agir e rede.

Há pela frente muitos e complexos desafios, dentre os quais elenca a formação de um mercado regional de consumo da arte do teatro. “Sofremos enormemente por falta de instrumentos adequados de divulgação”, afirma ele, para quem cada espectador que se apresenta de forma espontânea, vindo ao teatro, pagando o seu ingresso, se interessando por essa programação é uma vitória. “Os mecanismos de produção são desiguais e os artistas das Baixada sofrem com isso.”

Apesar dos percalços, alguns momentos gratificantes estão grudados como chiclete na sua memória. Um deles foi a grande procura das edições de 2005 e 2006 do Baixada Encena, quando a acolhida do público do Espaço Cultural Sylvio Monteiro foi tão grande que vários espetáculos tiveram que fazer mais de uma sessão. Para 2010, seu objetivo vai além de consolidar o evento na programação de Nova Iguaçu. “Queremos que ele se expanda para outros municípios da Baixada no período de março a novembro”, sonha esse velho militante da causa da cultura na Baixada Fluminense.

O objetivo do CETA é identificar as companhias dispostas a se debruçar na construção desse mercado e transformar os espetáculos teatrais em entretenimento cotidiano para a população da região. “Claro que sempre vamos fechar o ano com um grande evento, mas o objetivo da gente é a continuidade das exibições dos nossos espetáculos”, afirma Rocco, que tem consciência de que isoladamente nenhum dos grupos em atividade na cidade conseguirá criar um mercado mínimo na região. “Só através da organização coletiva, de uma formação em rede, a gente vai poder estruturar realmente um mercado na Baixada Fluminense”, explica Lino.

Toda essa determinação e anseio provém de um aprendizado que Lino Rocca traz desde seus primeiros anos no teatro: “Devemos sonhar com as estrelas para estar no céu”, ensina ele.

1 Comentários:

Obranco disse...

A organização em rede realmente seria uma opção viável ao problema.

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