Modinha africana

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

por Jefferson Loyola



Estudante do IFRJ, a artesã Anailda Souza Andrade não podia recusar o convite feito pela produção da II Parada de Nilópolis. Há 20 anos trabalhando com a cultura afro e militando no Movimento das Mulheres Negras do Rio de Janeiro, essa animadora cultural iguaçuana é uma figura quase obrigatória nos eventos culturais da Baixada Fluminense. “Levo a cultura negra e afro-brasileira para todo lugar”, orgulha-se.

Com um largo sorriso no rosto enfeitado com os produtos que fabrica e vende, a artesã montou uma exposição em homenagem ao trabalho centenário de mulheres na África do Sul, Nigéria e Angola. “Comecei a me interessar por essa cultura quando desfilava para a escritora e artista plástica Iraci Carise”, conta ela, que adapta coquinhos, madeiras e pedras semipreciosas para criar suas peças.

Idealizadora da ong Luminosidade Negra, localizada em Madureira, Anailda Andradre orgulha-se de ajudar a difundir as peças inspiradas na tribo africana Zulu. “Meu material não é modinha”, afirma ela. “Entra ano e sai ano, eu continuo a vender as minhas coisas.” Ela acredita que sua insistência no trabalho com a identidade negra tenha alguma responsabilidade na larga aceitação do visual afro nas lojas chiques do Rio de Janeiro. “Isso não somente não existe há 20 anos, como era discriminado.”

O artesanato não é a única forma encontrada por Anailda Andrade para difundir a cultura africana. “Também sou animadora cultural do Estado e levo a cultura afro em geral para os alunos CIEP Professor Moisés Henrique dos Santos, em São João de Meriti.”

0 Comentários:

Postar um comentário

 
 
 
 
Direitos Reservados © Cultura NI