O herói da liberdade

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

por Camilla Medeiros

O dia da Consciência Negra - hoje, 20 de novembro - marca o dia da morte de Zumbi dos Palmares. Esse personagem, alvo de muitas pesquisas, e o debate a respeito de seu heroísmo suscita algumas questões importantes, como a falta de heróis brasileiros, ou melhor, a necessidade da criação deles.

Quando pensamos em história, logo lembramos de grandes figuras, como D.Pedro I, D. Pedro II, Princesa Isabel, Deodoro da Fonseca, Tiradentes - resgatado pela proclamação da República -, Zumbi dos Palmares, entre outros.

Não abandono a idéia de que, tais personagens, deram grandes contribuições para a construção e formação do Brasil. Porém, não deixa de ser intrigante, que apenas um deles - claro, entre os mais famosos - seja negro. E mais do que isso, Zumbi representa a total negação de qualquer subordinação.


Para quem não conhece a história, Zumbi se negou a se submeter à Coroa Portuguesa, diferentemente do então líder do Quilombo dos Palmares, Ganga Zumba, que aceitou a proposta dos portugueses.

Liderando a resistência - dentro do Quilombo -, Zumbi não se limitou a defender os ex-escravos fugitivos, como também partiu para uma estratégia de guerrilha, que libertava os escravos e os levavam até o Quilombo.

Sendo ou não herói, Zumbi desenvolveu importante papel dentro daquele contexto, em que a condição social marcava profundamente a vida e delimitava os horizontes de todos os homens.

A escravidão é uma triste página da nossa história, e como diz Rousseau: “Foi preciso - para estabelecer a escravidão - violentar a natureza, foi preciso modificá-la para perpetuar esse direito. E os jurisconsultos que pronunciaram gravemente que o filho de um escravo nasceria escravo decidiram, em outros termos, que um homem não nasceria homem” (Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens). Logo, Zumbi e todos os outros quilombolas demonstraram que a liberdade é um bem inalienável, e irrevogável.

0 Comentários:

Postar um comentário

 
 
 
 
Direitos Reservados © Cultura NI