Chá de Alice

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

por Jéssica Oliveira

Havia um misto de dever cumprido e pesar no semblante dos alunos, professores e pais que superlotaram as dependências da Escola Municipal Alice Couto, durante a culminância da última sexta-feira, 4 de dezembro. De um lado, havia orgulho, alegria e satisfação pelo ano que se encerra. Do outro, o velho receio com as mudanças que o próximo ano trará.

Embora em tese a culminância tivesse como motivação o Festival Bairro-Escola, a festa da Alice Couto, que durou o dia inteiro, foi muito além da apresentação dos trabalhos feitos nas oficinas de língua portuguesa e matemática, inspiradas nos escritores Câmara Cascudo e Malba Tahan.

De manhã, as crianças falaram sobre as plantas medicinais e seus benefícios, servindo-as em seguida aos pais e professores. “Foi muito legal”, conta a diretora Janice Maia, que aprovou a ideia dos alunos. “As crianças apresentaram um chá que veio do Japão e, como lá o chá é servido em louças pintadas à mão, eles pintaram copos descartáveis e ofereceram a todos.”


Na parte da tarde, a música tomou conta da festa. O coral regido pela monitora Jéssica Perez emocionou a todos com a canção Acenda a Luz. “Esperamos que vocês tenham um Natal com muito amor e um Ano Novo de muita saúde e paz, além de muita luz de Deus em nossas vidas”, desejou Jéssica no final da apresentação.


A escola também expôs os trabalhos sugeridos pela SEMCTUR e pela SEMAD, como o Brasão do Descobrimento e as atividades a partir dos contos de Malba Tahan, além dos trabalhos produzidos pela própria escola, como o Jornal Bairro Escola, gibis confeccionados pelos alunos, objetos natalinos decorativos e os alimentos arrecadados para doação no final do ano.



Presença dos pais
Como se não bastasse, a Alice Couto também está se destacando no quesito Pais na Escola. Uma prova disso é Mary da Silva, 35 anos, mãe de Moisés Lima da Silva, um aluno do segundo ano. “Eu estou sempre presente na vida escolar do Moisés e dos meus outros três filhos”, conta ela, que estava ali para ver a apresentação do filho no coral. “Quando eles participam de apresentações, como esta eu fico muito emocionada”.

Moisés tem apenas sete anos e já dá seus primeiros passos no mundo da música. Segundo Mary, o menino não para de batucar e cantar. “Lá em casa, os meus potinhos viram bateria pra ele”, conta ela, rindo das travessuras do filho. Mas perece que o menino não vai se contentar com os utensílios da mãe por muito tempo: “Ele já disse que quer aprender a tocar bateria, violão e teclado; vou fazer o máximo para que isso aconteça e também, futuramente, dar os instrumentos a ele”.

Mary conta que ficou feliz quando o filho disse que queria aprender a tocar teclado, pois este é seu instrumento preferido. “Eu fico muito feliz, ainda mais por ele ter tomado essa decisão sozinho”.

Todos os filhos da dona de casa Mary Silva estudaram - e estudam, como é o caso de Moisés e Maria Vitória, de 5 anos – na Escola Municipal Alice Couto. “Eu sempre gostei muito dessa escola, principalmente depois da chegada do horário integral, onde eles aprendem muito mais”.

Ninguém ficou parado
Monitora de dança do horário integral, Valdete Gomes deu um show com as coreografias. Ela e suas fieis alunas – segundo Valdete, faça chuva ou faça sol, ninguém falta às oficinas de dança - apresentaram a música tema de Aladim, um filme produzido pela Disney. Um detalhe importante da coreografia é que o figurino foi todo costurado à mão, pela própria Valdete. “Isso sem falar que os tecidos eram de minha cortina”, lembra a monitora, também responsável pela coreografia da música tema de O Mágico de Oz.

A incansável monitora diz que, como não havia espaço na agenda da escola nesse final de ano, as apresentações de dança tiveram de ser feitas no dia da culminância do projeto Sonhos de Natal. “Mas não teve problema, não”, diz ela. “Todo mundo amou”. Outra coreografia apresentada na culminância foi criada a partir da música tema do filme Titanic. Detalhe importante: uma das bailarinas era Bruna Machado, filha de Valdete e também monitora de dança.



E assim se seguiu a culminância lá no Rancho Novo: com muita dança, muita música e muita alegria. No final foi um chororó só: a galerinha do último ano estava com o coração partido por deixar a escola, mas felizes por terem feito parte de uma escola como a Alice Couto: unida, alegre e 100% ativa, onde ninguém fica parado.

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