Sons nômades

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

por Jéssica de Oliveira


Reconhecido difusor da arte, Floriano Romano possui uma sensibilidade e percepção ímpares da vida social e natural ao seu redor. Morador do bairro carioca de Santa Tereza Romano se lança no cenário artístico levando propostas inovadoras e reflexivas para a população por meio de criações “recicladas” do empório cultural público.

Suas obras são resultado da captação dos recursos lançados a todo instante pelo ser humano, de forma a serem representados artisticamente em invenções que estimulem o pensamento e traduzam o que fica gravado no subconsciente. Ou seja, o que passa despercebido aos olhos distraídos de muitas pessoas, exceto aos dele.

Por dignidade

por Larissa Leotério


Há pouco tempo li o livro “Olga”, do jornalista, político e escritor Fernando Morais. O que mais chama a atenção é o trecho mais trágico da vida da comunista Olga Gutmann Benario, logo na capa do livro: ‘Nove anos depois de escrever ‘A Ilha’, um livro que vendeu mais de 250 mil exemplares, Fernando Morais volta à grande reportagem com um tema apaixonante: a vida de Olga Benario, judia, comunista e mulher de Luís Carlos Prestes, que o governo Vargas entregou grávida à Gestapo’.

É impossível resistir ao livro, que consumi ansiosamente em dois dias. Mesmo sabendo qual seria seu final. O importante foi o decorrer, a forma de abordagem e a pesquisa do autor. Como o mesmo conta no livro, havia poucos registros sobre a passagem de Olga pelo país. A moça usava muitas identidades, muitos dos ditos “aparelhos”, que eram casas de camaradas de partido, que a esconderam.


Amores perfeitos

por Lívia Pereira

“Não te peço a ventura desejada,
Nem os sonhos que outrora tu me deste,
Nem a santa alegria que puseste
Nessa doce esperança, já passada.
O futuro de amor que prometeste
Não te peço! Minha alma angustiada
Já te não pede, do impossível, nada,
Já te não lembra aquilo que esqueceste!
Nesta mágoa sorvida, ocultamente,
Nesta saudade atroz que me deixaste,
Neste pranto, que choro ainda por ti,
Nada te peço! Nada! Tão-somente
Peço-te agora a paz que me roubaste,
Peço-te agora a vida que perdi!”

(Amélia de Oliveira)


Olavo Bilac, poeta da Via Láctea, pai e filho da perfeição parnasiana, teve ao longo de sua obra o sinal do amor impossível. Obra vasta, intensa, constante, digna dos que amam à distância extrafísica.

Amélia de Oliveira, irmã de seu grande amigo Alberto de Oliveira, foi sua eterna namorada, seu único amor. Conheceram-se no bairro do Barreto, em Niterói, na casa da família Oliveira.

A família se muda para o bairro da Engenhoca e Olavo, já consumido pelo amor, aparece ainda mais frequentemente. Ali, reduto dos grandes poetas, desencadeia-se e aprofunda-se ainda mais o laço que liga Olavo a Amélia. Um amor que se manteve vivo até sua morte ou quem sabe além.

 
 
 
 
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