por Camilla Medeiros
“Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens” é um livro bastante atual. Surpreende-me a quantidade de 'previsões' que Rousseau há mais de dois séculos fazia sobre o destino da sociedade baseada no liberalismo.
Para além disso, seu livro discute – como o nome já diz – a origem da desigualdade e como ela se legitimou.
Nesse esforço, o autor traça uma linha de 'desenvolvimento' do homem, que inicialmente, em seu estado de natureza, vive isolado e seguindo seus instintos naturais básicos (comer, beber e reproduzir). Sendo assim, é muito mais fácil que esse homem se sinta realizado, pois, sem preocupações com futuro, sua felicidade era condicionada a elementos simples e de fácil aquisição.
Esse bom-selvagem, como ficou conhecido o homem em estado de natureza, perdeu sua felicidade no momento em que percebeu que poderia facilitar sua vida, fazendo as mesmas tarefas de modo mais rápido, menos trabalhoso e mais eficiente. Essa capacidade de aperfeiçoar-se deu ao homem a chave de todas as mazelas que estavam por vir.
A falta do que nunca tivemos
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Culminância transgressora
por Hosana de Souza
Os mediadores de cultura de Nova Iguaçu são reconhecidos por sua alegria e por sua vontade de aprender e fazer a diferença. Mas a Escola Municipal Professora Venina Corrêa Torres conta com uma mediadora que tem muito mais do que estas características. É a estudante de artes Kezia Giacomo, 20 anos, que traz em seu currículo passagens pelo Juventude Cidadã, Agência Escola de Jornalismo e ESPOCC – Escola Popular de Comunicação Crítica.
A estagiária, que é conhecida por sua determinação e pela falta de ‘papas na língua’, confessa sua paixão por trabalhar com as crianças contempladas pelo Bairro Escola. “Quando conheci o projeto, achei uma bagunça, mas fui atraída, tinha que trabalhar aqui”, conta a estagiária. Uma boa medida de sua paixão pelo projeto foi sua releitura dos contos de Câmara Cascudo, aplicados em todas as oficinas de Língua Portuguesa das escolas municipais de Nova Iguaçu
O sucesso do seu trabalho junto às crianças e adolescentes do Venina começou com uma grande sensação de fracasso. “Eu segui a apostila, fiz as atividades propostas, fiz até origami”, conta Késia. “Mas não teve jeito, as crianças odiaram.” Segundo a estagiária, a turma de pequenos – sete a nove anos – não entendia nada. E a turma dos maiores – onze a treze anos – achava chato.
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Do lambe-lambe ao celular
por Robert Tavares
As fotos foram tiradas ao longo de toda uma vida dedicada a registrar cada detalhe que passava diante de seus olhos. “A primeira máquina fotográfica que usei foi a de um namorado”, conta a aposentada, que na época tinha mais ou menos 17 anos. “Ele trabalhava com lambe-lambe.
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