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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

por Hosana Souza

 Mais recente projeto da Prefeitura de Nova Iguaçu, o “Cidade Universitária” que pretende trazer jovens universitários para estagiar e interagir com a cidade. Os jovens estagiários se dividirão entre as oficinas de Cultura, Meio Ambiente, Esporte e Orientação Educacional do horário integral do Bairro Escola.

Para participar do Cidade Universitária, o candidato tem que ser morador de Nova Iguaçu, ter uma renda de no máximo um salário mínimo e ter estudado em escola pública ou em instituição privada com auxilio de bolsa. Eles receberão uma ajuda de custo no valor de R$300 e terão uma carga horária mínima de 12 horas, divididas em 4 horas de formação e 8 horas de atuação nas escolas.


Os universitários não necessariamente precisarão cursar matérias relacionadas à educação, como no caso de Guilherme Armelau, 21 anos, estudante do segundo período de Radiologia na Estácio. “Estou mega ansioso”, confessa o estudante, que jamais estagiou na vida e conheceu o projeto por meio do Edilson Maceió, coordenador do Cisane de Nova Era. O estágio é a primeira experiÊncia profissional de Armelau, que, apesar do medo do novo, não vê a hora para começar.

Esse time entrará em campo e aprenderá a construir uma cidade cada vez melhor e mais educadora. “A ideia é unir o conhecimento deles, a força criativa dos pequenos, e a nossa prática”, diz a assistente social pernambucana Sandra Mônica, coordenadora do Bairro Escola. “Esse diálogo entre os universitários e a gestão municipal auxiliará na futura carreira profissional deles e na melhoria da cidade, partindo das crianças.” Mas é claro que para um bom jogo deve haver um bom treinamento, e por isso a temporada de oficinas de formação se iniciou nessa ultima terça-feira – 19 de janeiro.

Experiências com as crianças

A formação dos estagiários do Cidade Universitária se assemelha à das oficinas que ocorreram no último ano, pois espera-se que eles auxiliem aqueles que já estão atuando, desenvolvendo e dando continuidade ao projeto. “O desejo com essas oficinas é que esse jovem esteja preparado para desenvolver experiências culturais, emocionais e artísticas com essas crianças. Melhorando o trabalho e fazendo interação com novas coisas”, afirma Sandra Mônica.

As oficinas que se iniciaram ontem continuarão para os universitários até esta quinta-feira – e seguirão na próxima semana com os antigos estagiários. Nessa terça-feira, os universitários vivenciaram experiências com artista o plástico e professor Floriano Romano, que fez para os jovens uma breve apresentação sobre a história da arte. “Arte educação não deve apenas tapar um buraco ou ser 'a hora do recreio'”, afirma Romano. “Ela deve levar o aluno a criar, a mostrar, a sentir. A perceber que arte não é 'coisa de elite', a arte, a música, o canto-coral, a poesia é para todos. Todos podem fazer arte!”

Contador de histórias

Hoje, os universitários assistiram ao “Contador de Histórias”, filme nacional de Luiz Villaça, baseado na historia de Roberto Carlos Ramos, que remonta a vida de um jovem que “tinha tudo para dar errado” mas que através do olhar de uma professora percebe que não é apenas um ser humano, é uma pessoa, é único. E somando esse incentivo à arte de contar histórias tornou-se um dos dez maiores contadores de histórias do mundo.

A exibição do longa deu inicio à formação dos contadores de histórias que trabalharão, ao longo do ano, a literatura popular e nacional com as crianças do primeiro segmento da rede de ensino. “Nós queremos mostrar esse exemplo e falar que do ato de contar histórias surgem muito mais do que experiências, podem surgir mudanças”, afirma a coordenadora do Bairro Escola. “E indo além, nós queremos que eles não apenas contem histórias mas façam os alunos contarem as suas histórias. E que eles possam pegar uma história recortar e fazer outra história, e imaginar, e criar uma música, e fazer um teatro. Pesquisar, partilhar, estimular e levar para o bairro. É o fazer arte. É a ação, a força, a energia, o sentimento, levá-los a pegar as coisas que estão em volta e experimentar, fazê-los cada vez mais criativos.”

A formação encerrará nesta quinta-feira com mais uma oficina ministrada por Romano, durante a qual serão exibidos vídeos de artistas contemporâneos que fazem intervenções artísticas em diversos bairros. “Nós queremos fazer isso, mas não será só o artista, serão todas as pessoas do bairro fazendo aquela obra. É a interferência artística com a participação de todo mundo.”

Sandra Mônica quer que os estagiários sejam cada vez mais ativos nas oficinas do Bairro Escola. “Essas novas linguagens serão o início do processo, eles vão ter acesso a elas, vão criá-las e recriá-las e principalmente vão passá-las adiante.”

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