Todos podem fazer arte

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

por Jéssica de Oliveira


Na manhã da terça-feira 19 de janeiro, a equipe da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Nova Iguaçu reuniu-se pela primeira vez com os estagiários do novo programa do município intitulado Cidade Universitária, no Espaço Cultural Sylvio Monteiro. O objetivo do encontro era apresentar as propostas do projeto e ferramentas de que os universitários selecionados irão dispor nas oficinas de artes produtivas e de qualidade ao longo do ano.

A programação do encontro contava com a exibição de um vídeo sobre a definição do programa Bairro-Escola e uma rápida aula com o artista plástico Floriano Romano – responsável pelas formações dos oficineiros do Mais Educação – sobre a história da arte e sua aplicação nas futuras oficinas que os novos estagiários aplicarão nas escolas.

Em sua apresentação, Romano fez uso de slides com obras que iam do Renascentismo à chamada Arte Contemporânea, passando pelo Modernismo e a quebra da “ilusão da perspectiva” com a chegada da fotografia. “Ela deixou vários pintores desempregados”, brincou.

Um dos artistas contemporâneos analisados por Romano foi o pintor norte-americano Jackson Pollock, para quem a arte que ultrapassava os limites da realidade e entrava no fluido território da subjetividade. “A arte de Pollock não tem formas”, explicou Romano. “Ele mudou a dimensão da arte ao mostrar a ação de pintar.” A foto usada por Romano para exemplificar a proposta de Pollock mostrava o pintor norte-americano pintando telas enormes.

Coisas diferentes

Depois dos slides, Romano fez uma ligação entre os artistas discutidos e o trabalho que os novos estagiários deverão executar nas oficinas do Mais Educação e do Bairro Escola ministradas escolas municipais de Nova Iguaçu a partir de 8 de fevereiro, durante as quais a criança terá total liberdade para criar e se expressar da maneira que preferir. “Quando eu estava na escola, eu não me enquadrava em nada”, confidenciou Romano. “Sempre inventava coisas diferentes. Por isso, eu resolvi fazer arte.”

O objetivo da primeira formação com os estagiários era ajudá-los, a partir da experiência com artes plásticas de Romano, a estimular as crianças atendidas pelas oficinas do Mais Educação e do Bairro Escola a criar. “Todos podem fazer arte”, disse Romano, para quem a arte deve ir além das formas reais para alcançar os sentidos. “Eu sou da vertente em que todo mundo entende tudo através dos sentidos”, concluiu.

Secretária adjunta da SEMCTUR e coordenadora do Bairro Escola, a assistente social pernambucana Sandra Mônica fez coro com as ideias de Romano ao dizer para os mediadores culturais recém-chegados que, mais importante do que mostrar esculturas para as crianças, era ajudá-las a criar suas próprias esculturas. “Através de um conto, como por exemplo o do Saci Pererê, elas podem inventar roupa de Saci, música de Saci, Hip-Hop de Saci... Várias coisas.”

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