Intimidade com o cinema

quarta-feira, 10 de março de 2010

por Wanderson Duque

O teatro do SESC Nova Iguaçu voltou a abrir suas portas para mais uma edição do Cineclube Digital, dessa vez em homenagem à mulher. A amostra, geralmente de curtas-metragens, ocorre toda primeira terça-feira do mês, sempre às 19h.

Formado em sua maioria por ex-alunos da Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu, o Cineclube Digital já está em sua 13ª edição. A sessão da última terça-feira foi aberta pelo longa-metragem uruguaio “Whisky”, escolhido pelo voto popular dos frequentadores do local. O voto vinha sendo computado desde a penúltima edição, anterior ao aniversário de um ano.



O filme, dirigido Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll, conta a história de um dono de uma fábrica de meias (Jorge Bolani) que, em razão da visita de seu irmão (Andrés Pazos) – que mora no Brasil – pede para que uma das funcionárias da sua fábrica  (Marta Acuña) finja ser sua esposa. O que desenrola algumas situações engraçadas e mudanças na rotina do Sr. Koller.

O segundo fato da noite marcante da última terça-feira foi que a chuva não deu o ar de sua graça – ela é tida como um “mascote” do cineclube, já que, quase sempre, as sessões são marcadas pelo público ensopado. “Nas últimas quatro vezes que apareci por aqui estava meio 'tenso': o céu cinza , uma tempestade furiosa com ventos fortíssimos. Mesmo assim, vir aqui é uma lei. Marco presença”, conta o estudante Caio Silva , que cursa engenharia elétrica na UERJ.

O terceiro, e com certeza o mais célebre, foi a performance em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, logo em seguida a “Whisky”. A performance, o “Parangolê e as Parangoletes”, foi encenada pelas jovens repórteres Larissa Leotério e Josy Antunes, essa última uma das mais fiéis frequentadoras do Cineclube Digital.

Os “Parangolês” utilizavam guitarra, dois violões e um teclado para produzir um fundo musical-estético, variando muito em ritmo e harmonia, para as letras de músicas recitadas pelas duas jovens. Essas letras tinham em comum o fato de autores terem se inspirado nas características físicas, psicológicas e morais para endeusá-las.


Pelo palco, um monte de papéis espalhados eram apanhados aleatoriamente e lidos com o auxílio de um microfone. No início, pouca gente entendeu a proposta. “Mas o que que tá acontecendo ali?”, perguntou o estudante Mauro Vasconcellos,  que faz Letras na UFRRJ. “ Isso é muito louco ,'véio'. A menina lendo os textos, a outra lê o mesmo trecho em seguida e, não satisfeita com a insanidade, começa a piscar um lanterna no rosto das pessoas! Ela quer ver se ainda estão prestando atenção? Que doido...”.

A noite terminou com a exibição do curta-metragem “No Ciclo Eterno das Mudáveis Coisas”,  filmado durante a oficina “Curta-Metragem, do Roteiro à Prática”, coordenada por Miguel Nagle, uma das crias da Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu, que trabalha atualmente na O2 Filmes, a maior produtora de cinema na América-latina. O curta conta a história de um homem - um lanterninha – que, por causa desta profissão, acaba desenvolvendo um relacionamento íntimo com as produções cinematográficas.

2 Comentários:

Anônimo disse...

Aqui é Vagner Vieira, do Cine Digital. Obrigado por prestigiar e escrever lindamente sobre a proposta da edição de março.

Um abraço!

Josy Antunes disse...

hahaha Rí muito com o que o Mauro disse!

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