Alô, alô, terceira idade

quarta-feira, 14 de abril de 2010

por Mayara Freire


Começa esta semana a 3º edição do Iguacine. E o público da terceira idade, bastante presente nas outras edições, será contemplado com a exibição do clássico “Alô, Alô, Carnaval”, de Adgemar Gonzaga, no dia 16, na sexta-feira, às 20h. Lançado em 1936, foi produzido pelo famoso estúdio Cinédia, que marcou a história do cinema nacional ao lançar filmes com dramas populares e comédias musicais, que ficaram conhecidas pela denominação de chanchadas. O longa, de 75 minutos, é uma comédia musical com grandes atores da década de 1930, como Carmem Miranda e Oscarito. "Alô, Alô, Carnaval" conta a história de dois amigos que, sem dinheiro, procuram um empresário para montar "Banana da Terra", um espetáculo de revista. A oferta é recusada, pois ele já tem contrato com uma companhia de Paris. A trupe europeia, porém, não pode honrar o compromisso e, desesperado, o empresário recorre à ajuda dos dois autores nacionais.



A ideia de Adhemar Gonzaga era apresentar ao grande público os grandes cantores da fase de ouro do rádio brasileiro, já que não havia televisão e a população de baixa renda não tinha acesso aos cassinos. Nesta década, a infraestrutura para a produção de filmes começou a se sofisticar com a instalação deste primeiro estúdio cinematográfico no país, no Rio de Janeiro. A arte começou a sofrer a intervenção do Estado com a Revolução de 1930, que representou a mudança do poder da oligarquia rural para os setores urbanos da classe média, uma burguesia industrial em potencial. O sonho de transformar o Brasil em um país industrializado abrangia também o cinema, que nesta fase procurou o status de indústria de entretenimento.

O diretor realizou uma grande inovação para os padrões da época, criando uma empresa nos moldes norte-americanos, trabalhando em palcos simultâneos, com equipamentos de qualidade, e principalmente mantendo funcionários e pessoal técnico em atividade permanente. Adhemar teve grande importância para o cinema nacional. Ele produziu mais de 50 filmes até a década de 50 e criou a prestigiada revista Cinearte (1926-1942), que defendia para o Brasil padrões estéticos semelhantes aos dos filmes norte-americanos. O diretor também fez o roteiro para o drama "Barro Humano", em 1929, que marcou no país o início do cinema falado.

A Cinédia sobrevive até os dias atuais, servindo principalmente à televisão e abrigando precioso arquivo sobre o cinema no Brasil. Por isso, aos jovens, vale a pena conferir essa produção clássica que faz parte da historia do cinema do país. Já o público da terceira idade, relembrar os filmes de ouro desta época e os ídolos das rádios.

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