Dilúvio de problemas

sexta-feira, 9 de abril de 2010

por Joaquim Tavares


Desde a última terça-feira, dia 06 de Abril, o Rio de Janeiro amanheceu em estado de caos total. O motivo: um ‘dilúvio’ repentino que fez diversas áreas da cidade entrarem em um verdadeiro colapso.

Em poucas horas, choveu o previsto para duas semanas. O resultado: ruas completamente alagadas, meios de transporte em ‘parafuso’, logo, pessoas em desespero.


A situação é a seguinte:

O trabalhador acorda e, mesmo com o mau tempo, se põe a ir para o serviço. Afinal, ele pode perder seu emprego se não for. No caminho (às vezes muito demorado), percebe que nem tudo está bem. Chegando ao destino, nota que está ilhado. A preocupação já não é mais faltar o serviço ou perder seu emprego, mas sim salvar sua vida. Já não há como voltar para sua residência devido à ‘morte’ dos meios de transporte. Não consegue ir para o serviço, pois não há condições de transitar pelas ruas. E agora? O que fazer?

Muitos viveram situações parecidas com essa. Não foi um ‘privilégio’ somente dos trabalhadores. Muitos alunos do turno da noite de certas faculdades tiveram que dormir por ali mesmo, já que não conseguiram voltar para suas casas. Moradores foram pegos desprevenidos em estradas quando faziam um percurso de rotina. Enfim, é mais difícil achar uma pessoa que não tenha sofrido com esse problema relâmpago do que o contrário. Na rede social ORKUT, já foram criadas comunidades com títulos que descrevem (com certo humor) essa catástrofe no Rio: ‘Dormi no Rio, acordei em Veneza’ ou ‘06/04/2010 RIO, eu sobrevivi’.

Por todo o Estado, o número de mortos já passa de 150. Em Niterói, uma das áreas mais prejudicadas pelas chuvas, esse número chega à assustadora marca de 85 mortos e os bombeiros estimam que cerca de 200 vítimas ainda possam estar soterradas devido os desabamentos constantes que lá ocorrem. O pior de tudo é saber que esses números, mesmo alarmantes, não são os finais. Segue essa triste contagem.

Além dos mortos, muitos ainda se encontram feridos e outros milhares desabrigados. O clima, além de tristeza, também é de cautela. Faculdades, escolas, fábricas, e muitos lugares estão com seu funcionamento paralisado. Poucos são aqueles que mesmo com uma melhora no tempo se atrevem a fazer longas viagens correndo o risco de, novamente, serem pegos de surpresa.

O fato do desastre ter sido completamente inesperado, gera ainda mais revolta. É como se num simples piscar de olhos, tudo começasse a ruir. O que estava tranquilo antes, agora se torna estremecido. A felicidade dá lugar à tristeza e ao desespero. E a esperança e a fé, como de costume, são as maiores armas que nos restam.

Logo o Rio, cenário de tantas glórias, que vai ser local da grande final da Copa do mundo sediada pelo Brasil em 2014. Logo o Rio, eternizado pelas canções de Tom Jobim que correram o mundo impressionando tanta gente.

Logo o Rio, que agora não é mais Rio... torna-se um mar de calamidades!

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