Marca universal

segunda-feira, 19 de abril de 2010

por Vinícius Tomas

Rodrigo Fonseca é repórter e um dos críticos por trás do famoso bonequinho do jornal O Globo. Professor da Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu, ele participou da primeira parte da Oficina de Interpretação. A leve e divertida aula foi uma introdução sobre métodos de interpretação e uma conversa sobre filmes e grandes atuações.



Rodrigo Fonseca começou falando de atores talentosos e conhecidos pelos filmes de ação, como Bruce Willis e Mel Gibson, para usá-los como referência para os métodos de atuação que ele explicaria mais à frente. Métodos usados por escolas de interpretação como o Actor's Studio, que formou atores importantes como Marlon Brando, e teorias que explicam a identificação do público com personagens e atores.



O diversificado público presente participou ativamente da aula com perguntas e observações respondidas com inteligência e bom humor pelo professor, que desdobrava filmes ligando desde os heróis de quadrinhos a clássicos do cinema.

Ao fim da palestra foi exibido o filme “Rapsódia para um homem comum”, de Camilo Cavalcanti, cineasta pernambucano que concorreu no Iguacine no ano passado, para exemplificar as teorias dadas em aula. Mais que uma informativa aula foi também um bate papo em torno de histórias e curiosidades do cinema. O Bonequinho te aplaude de pé, Rodrigo.

A oficina continua na quarta-feira dia 21 de abril às 10 da manhã, na Escola Livre de Cinema, em Miguel Couto, Nova Iguaçu, com a professora de teatro Celina Sodré.

culturani O que você achou da oficina?

É outra coisa quando você tem uma classe de alunos que respondem, que reagem aos seus questionamentos. Quando se dá aula, eu pelo menos, faço isso de forma reativa, eu faço de acordo com a reação das pessoas. Eu não trago nada muito pronto. Eu escolho o filme que vou mostrar, uma linha de debate para seguir e o resto eu vou criando na hora, a partir do que eu acho que as pessoas vão gostar. Então é muito bom ter a reação da platéia que pergunta porque você tem uma direção, de que esta indo bem, está indo pro lugar certo.

culturani Você usou exemplos de um “cinema pipoca”, mais pop.

Eu acho que se tem que falar de um jeito mais universal. Não dá pra excluir isso, tem que se começar por um exemplo mais aberto, mais democrático e aí então você refina. E quando eu digo “refina” eu não falo de partir para uma coisa mais fina. É se partir para uma coisa que esteja mais distante do público.

culturani O público presente na oficina era predominantemente jovem. Você acha que a oficina vai ajudar a formar um novo público para o cinema?

Absolutamente, a oficina é pra isso. Eu tento na verdade é despertar os alunos, eu uso essas armadilhas pops pra fazer o cara ver “Duelo de Gigantes”, pra fazer ele ver o Jack Nicholson. É isso que me interessa.

culturani Algumas produções mostradas no Iguacine 2010 foram feitas por realizadores jovens da Baixada e você já é professor da Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu. O que você espera desses cineastas novos, dos novos filmes que estão vindo por aí?

O que eu percebo aqui é que as pessoas estão conseguindo suplantar essa coisa de Nova Iguaçu. As pessoas têm uma base com os problemas locais mas constroem personagens com uma abordagem mais universal, falando para outros públicos. Isso é o que eu acho que o grande achado. Os filmes daqui têm uma marca universal muito forte.

culturani Já que a aula foi sobre interpretação fale uma interpretação que foi marcante para você.

Paulo Cesar Pereio no “Armada”, acho uma grande interpretação e o Reginaldo Farias em “Lúcio Flávio, O passageiro da agonia”.Eu acho que são atuações memoráveis. Recentemente eu destacaria um ator chamado Milhem Cortaz, o capitão Fábio do "Tropa de elite". Uma interpretação maravilhosa, tudo desse cara é bom.

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