No centro das políticas culturais

quarta-feira, 14 de abril de 2010

por Luz Anna


Em que lugar deve ficar uma obra de arte?
Na parede ou na tela?
No cinema ou no palco?
No morro ou no asfalto?
Podemos vesti-la ou comê-la.
Podemos senti-la ou fazê–la
ou simplesmente, sê-la.



Isso poderia ser um poema, mas ontem, no Fórum de Gestores Culturais da Baixada, no Palácio Gustavo Capanema (Ministério da Cultura do RJ), foi uma realidade. Agentes, gestores, produtores culturais, artistas, militantes e amantes da arte reunidos em busca de escutar, interferir e apresentar respostas para a cultura.

Uma das primeiras pessoas a chegar foi o agente cultural Odil Fonseca Barreto, do pontinho Cultura Viva nas Comunidades, de Campo Belo. “Quero só ver quem vem...”, perguntava-se ele por volta das 16h, sentado ao lado de outros cinco militantes dos pontinhos de cultura de Nova Iguaçu. “Eu teria que dar aula, mas fiz questão de vir!” Não muito longe dali, a pastora Conceição Araujo, da APLEM, e Mauricio Medeiros, do Foco Escolar, discutiam o que o anunciado apoio do Ministério da Cultura traria para o projeto de cada um deles. Simone Medeiros estava ali para representar o Enraizados, uma das ongs mais ativas da Baixada Fluminense. Para ela, o ideal de coletividade de seu projeto só tende a ganhar com os editais discutidos no fórum de ontem.

Às 17h, já havia cerca de 21 agentes culturais do município de Nova Iguaçu, mas a turma de Belford Roxo também queria jogo, em particular a turma do Centro Cultural Donana. Um deles era o agente cultural Dida Nascimento. Ele estava ali com o também agente cultural Vicente Freire e o cineasta Serinaldo Ferreira de Andrade. “Escutar, interferir no que for apresentado a um sistema nacional, se alimentar, fortalecer posições e ter respostas“, disse Dida Nascimento.

A rapaziada do Projeto Dança Também é Cultura, representada pelo professor e coreógrafo Gílson da Costa, estava ali para “botar a bola pra frente”, pois, para ele, as políticas culturais não sao feitas apenas de cobrança. ”Pra coisa funcionar, também é preciso ver, estar junto”. Glédson Vinícius, do Laboratório Cultural, também chegou à reunião com espírito de cooperação. ”Se a gente não se apoderar dessa ideia, rui tudo!”

Baixada na vanguarda
O escritor e pesquisador Écio Salles, que, na condição de secretário adjunto de Cultura de Nova Iguaçu, teve importante participação na construção e consolidação do Fórum de Gestores Culturais da Baixada Fluminense, estava bastante otimista com o resultado daquele debate. “Minhas expectativas são grandes“, afirmou. “Algo como o lançamento do PADEC (Programa de Desenvolvimento Cultural dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro)“. O PADEC garantiu os R$ 450 mil com que a Secretaria Municipal de Cultura vai reformar o Espaço Cultural Sylvio Monteiro, o principal aparelho cultura de Nova Iguaçu.

O assessor de projetos de Duque de Caxias Beto Gaspari deslocou-se para o Centro do Rio com a expectativa de ver o "o estabelecimento de políticas públicas regionais e troca de experiências" com os técnicos da Secretaria Estadual de Cultura e do MinC. Mas Carlos Tedorio, o Dentinho do Escola da Vida foi mais genérico. “Espero que tragam melhorias!”

Renato Dantas, assessor especial da Secretaria de Cultura do Estado do RJ, abriu os trabalhos massageando nosso ego: “Hoje a Baixada é vanguarda do estado!” A razão para essa privilegiada posição de uma região outrora vista como foco da violência foi traduzia pelo coordenador executivo do Plano Nacional de Cultura da Secretaria de Políticas Culturais do Ministério da Cultura. “Cultura é patrimônio coletivo”, disse ele. Secretário de Cultura de Nova Iguaçu, o artista multimídia Marcus Vinícius Faustini explicou as linhas gerais de sua gestão, graças à qual Nova Iguaçu estava tão bem representada no fórum. “Cultura não é espaço de carência, arte é uma linguagem, corpo, palavra e território.”

1 Comentários:

Vicente Freire disse...

Muito boa essa sua matéria, menina, parabéns, conte com a turma de Belford Roxo, venha visitar o Donana, beijos nocê e fique na Luz...

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