Sonhos roubados

segunda-feira, 12 de abril de 2010

por Marcelle Abreu

Em plena era da informação, parece que os jovens estão mais alienados. O que mais vemos hoje são meninas menores de 20 anos sendo mães. Elas estão se tornando adultas, quando eram pra estar curtindo a juventude. Não só a diversão é deixada para trás, mas o aprendizado também.



“Tive que parar de estudar, pois engravidei no ensino médio. Fiquei com medo de ser julgada ou excluída por causa da gravidez. Pensava em voltar depois do nascimento da Manuela, mas as responsabilidades vieram e o tempo só diminuiu”, diz Rafaela Nunes, 17 anos.

Engravidar nos dia de hoje é uma escolha a ser feita, pois o que mais há são métodos de prevenção. Na televisão a todo o momento campanhas a respeito são passadas, nas escolas há uma certa orientação e cartazes são espalhados pela cidade. Informação é o que mais tem, porém parece que alguns jovens se negam a acreditar que seja real.

“Pensava que nunca ia acontecer comigo. A vontade sempre falava mais alto que a responsabilidade e o resultado do meu pensamento está entre nós hoje, que é a Gabizinha”, diz Rafael, 21 anos.

Com o nascimento da criança, muitos precisam deixar de estudar para trabalhar, pois precisam arcar com as despesas a mais. E assim vivem a difícil tarefa de conciliar trabalho, filho e estudo.

Os planos de vida mudam por completo. A responsabilidade e as mudanças, que seriam adquiridas com o passar dos anos, são obtidas pela necessidade. Uma família sem estrutura e renda é formada e as dificuldades só aumentam.

“No inicio tive medo, não sabia como agir diante da situação. O namoro já estava em crise e com a noticia da gravidez tentamos ficar juntos, mas não deu. Davi vai nascer com pais separados”, diz Nathany Mello.

Às vezes a gravidez na adolescência não gera tanto problema pelo apoio dos pais. Algumas jovens têm a sorte de continuar seus estudos, pois tem quem cuide da criança, mas a realidade não é a mesma para todas.

“Não quis acreditar que era verdade, minhas amigas que me levaram para fazer o exame. Quis tirar, pensei que meus pais fossem me matar, que teria que largar os estudos e meu namoro já havia terminado. Hoje meus pais são os avós mais corujas, curso a faculdade de engenharia de produção na IFRJ e apesar do namoro não existir, o pai da Gabriela sempre está por perto. Hoje ela é minha preciosidade. Agradeço a Deus por tê-la comigo”, diz Rafaela Santos, 18 anos.

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