Virgem Maria

sexta-feira, 9 de abril de 2010

por Joaquim Tavares


Certos assuntos nos remetem diretamente a uma distinção de classes, quase que de maneira imediata. Quando se fala de salão de beleza, por exemplo, impossível não relacionar tal lugar com o sexo feminino. Assim, também acontece caso a bola da vez seja uma oficina mecânica, onde se faz logo a ligação do local com o sexo masculino.

A atual sociedade permite um grau de diversidade e uma mescla de funções muito grande. Isso tudo impõe, às vezes, uma invasão ao ‘território inimigo’, mulheres dentro do mundo masculino e vice-e-versa. No entanto, as mulheres conseguem mais facilmente lidar com essas situações... Mas e os homens? Como lidam com isso?


Um homem indo a um salão de beleza é uma coisa errada ou anormal? Um professor, ao invés de professora, de educação infantil é algo de outro mundo?

Não. Essas situações não têm nada de absurdo. Afinal, um homem pode querer tratar de sua aparência e também pode assumir o papel de professor de classes infantis numa boa. Fazendo isso, ele se depara com o seguinte ‘problema’: como conviver no mundo das mulheres?

As mulheres são seres muito mais complexos que os homens. Isso é fato! Em geral, os homens podem ser entendidos completamente a partir de dois simples princípios: o que eles gostam e o que não gostam. E homem, quase sempre, gosta das mesmas coisas com pequenas variações: futebol (varia o time), cerveja (varia a marca) e, acima de tudo, mulher (varia a preferência, mas, no fim das contas, impera a frase: ‘eu gosto de todas!’). OBS: As mulheres ainda ficam de TPM, o que duplica seu grau de complexidade!

Preconceito
Um homem num curso que é historicamente feminino (Pedagogia ou Letras, por exemplo) convive num universo extremamente feminino e vai se deparar com ‘pequenos grandes desafios’. O preconceito por ele estar ali é o principal. Mesmo tendo sido Paulo Freire o maior educador nacional, o homem é visto como anormalidade e desconfiança dentro do sistema pedagógico. Surgem aí os estereótipos: ’ou é gay ou é padre... mas deve ser gay!’

Há uma certa vantagem quando o homem está ali, cercado pelo sexo oposto. Ele se torna algo raro e sua valorização vai lá no alto. Em outras palavras, nada mais é que a lei da oferta e da procura se fazendo valer. Também é uma boa oportunidade para se aumentar o entendimento sobre as mulheres. É quase uma pesquisa de campo (sendo que a maioria acaba ficando mais confusa do que no início).

De vez em quando, encontram-se ainda situações onde não dá para se fazer nada. Como entrar num assunto sobre menstruação? Só há um jeito, dizer que é nojento e ponto! Não há respaldo algum num homem para opinar efetivamente sobre o assunto, a não ser que ele seja ginecologista. Há também a necessidade de controlar seus comentários. Um homem não pode sair por aí comentando certas coisas com uma ‘amiga’(todas, ou quase todas, amigas são uma ‘presa’ em potencial). No entanto, elas não pensam duas vezes antes de soltar uma frase do tipo ‘NOSSA, que gato!’ perto de você.

Um homem solto no meio de um monte de mulheres perde parcialmente seus ‘poderes’, sente-se acuado. Essa é a maior das ironias: que homem nunca sonhou estar num harém?! E quando isso parece se tornar realidade, ele se aflige, aumenta a responsabilidade de seus atos, ele é o ‘macho alfa’. É necessário, muitas vezes, um jeito de agir incomum para a sua sobrevivência no ambiente feminino. É incrível como uma mulher dentro de um universo de machões consegue se dar muito melhor em relação ao homem quando se depara com a mesma situação.

Sexo frágil
Mas uma coisa é certa. Sabendo lidar com esses problemas, o homem vira um ‘Super-homem’. Ele agora é invejado. Suas capacidades são as melhores. Ele tem o ‘poder’ de volta!

Mesmo sendo tratado com humor, esse assunto não perde sua seriedade. O mesmo preconceito que as mulheres alegam ter sofrido historicamente vem mudando de lado. Num universo cor de rosa, as possibilidades masculinas são inúmeras e variam entre boas e ruins.

Diante de tudo isso, é impossível não se fazer a pergunta que até hoje não teve resposta: ’A mulher é mesmo o sexo frágil?’

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