Preconceito com as mudanças

segunda-feira, 24 de maio de 2010

por Marcelle Abreu


Acontece no Espaço Cultural Sylvio Monteiro, o 5º circuito mix de esquetes. E na sexta-feira, 21 de maio a esquete “Pelo direito de amar” mexeu com a platéia.

A esquete fala de sociedade, do preconceito que temos com as mudanças de atitudes. Seu início se dá com os atores representando o tempo das cavernas, onde eles batem em latas e quando um altera a batida, todos se voltam contra ele. Isso mostra que quando alguém foge do que a sociedade impõe, esse sofre preconceitos.


“A parte dos homens da caverna é pra mostrar que desde sempre a sociedade é muito preconceituosa”, diz Felipe Horsth, um dos atores da peça. “Essa foi a parte mais ensaiada para que conseguíssemos acertar as batidas", acrescenta ele, mostrando mãos roxas.

O ainda hoje polêmico tema da aids também foi tratado na esquete. Nela é mostrado como é difícil para uns aceitar sem preconceito a doença. Na esquete, o advogado Lucas recebe um telefonema onde descobre que sua esposa está muito mal no hospital, com aids. Porém nasceu com a doença e ele talvez por ser tão egoísta, soberbo, nunca ficou sabendo. Lucas fica indignado, pois, para ele, aids é coisa de gente promiscua. E quando resolve deixar tal preconceito de lado, é tarde: sua esposa já havia falecido.

Mais tarde ele mesmo vai parar no hospital com bronquite, mas ela não era a única causa de sua internação. Lucas estava mal e havia desmaiado no tribunal durante uma audiência e ficou apagado por 12h. Quando acordou se deparou com a mesma médica que lhe deu a noticia sobre sua esposa e com seu amigo Cadu, que, apesar de seu jeito de ser, nunca o abandonou. Lucas não sabia o tempo que havia ficado desacordado e não aceitava que o tivessem levado para o hospital. Porém, o estado dele era grave. Aquela bronquite era a primeira manifestação oportunista da aids que contraíra com a esposa. Agora era sua vez de sofrer. Seus clientes desistiram da causa e o motivo: PRECONCEITO. Lucas agora sofria do mal que o seguiu a vida toda.

Outro assunto tratado e esse talvez tenha sido o mais polêmico: o homossexualismo. Para falarem sobre tal preconceito, os atores provaram que não são nem um pouco. Há beijo entre homens e mulheres. No beijo entre as mulheres, os outros dois atores vão em cima delas como se fossem a sociedade criticando, reprimindo-as.

Já o beijo masculino finaliza a esquete. Eles se casam e vivem felizes. Esse já acontece como se fosse nos dias de hoje, que apesar de ainda haver bastante preconceito, alguns lugares já aceitam e permitem a relação. Isso mostra que estamos vencendo algumas barreiras. “A parte mais difícil pra mim, foi o beijo. Não difícil, mas estava preso, mesmo ensaiando bastante, nunca havia beijado um homem em publico”, comenta Felipe.

No início da esquete, muitos se encontraram confusos, pois os personagens eram feitos por todos os atores. Não havia um papel específico para cada um. Isso se deu para mostrar a multiplicidade, pois assim como Lucas, há milhares de outras pessoas e como o casal homossexual também.

A esquete teve um, resultado muito inesperado pelos atores.Ela foi produzida em dois meses, bem rápida e prática. Eles não imaginavam que seria tão boa quanto o publico mostrou ser com os longos e fortes aplausos ao final da apresentação. “Quase sai chorando pelo corredor, não esperava mesmo. Foi emocionante”, afirma o ator.

1 Comentários:

Caramba, eu sou um dos atores !!
Wellington Pádua, eu fiz o Lucas tambem, rs
e venho agradecer, nao imaginávamos que o esquete iria emanar tantos comentários..
O Grupo Sujeira fica muito feliz em saber que a Platéia gostou, trabalhamos com esse esquete durante pouco tempo, o Texto é de Jana Catilho, e ela acreditou no "sujeira" O Grupo, e nós acreditamos nela..
e a Idéia do grupo, foi realmente mostrar que nao é de hoje que existe a manipulação da sociedade, ela já existe a muito tempo!!

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