Uma maneira própria de fazer as coisas

quinta-feira, 24 de junho de 2010

por Vinícius Tomás

Durante a intervenção "Palavras ao vento", o sotaque puxado chamou a atenção. Fomos apresentados ao Americano Andrew Smith e o peruano Americo Mendoza-Mori. Estudantes de doutorado da Universidade da California em San Diego, Estados Unidos, eles vieram participar da posse do amigo e novo secretário de Cultura e Turismo de Nova Iguaçu, Écio Salles. O culturani conversou com eles.


O que vocês vieram fazer aqui em Nova Iguaçu?

Viemos para a posse de Écio (Salles, novo secretário de Cultura e Turismo de Nova Iguaçu).

Que ligação voces têm com Nova Iguaçu?

Andrew: Conheci Écio há 7 anos, no Afro-Reggae. Voltei ao Rio no ano passado e o Écio me trouxe aqui. Conheci o Faustini (Marcus Vinicius Faustini, ex-secretário de Cultura e Turismo).Como estou fazendo um doutorado em comunicação, Faustini me levou na Escola Livre de Cinema e eu achei muito legal. Gostei muito do projeto e mativemos contato. Acabo de chegar ao Rio esta manhã e recebi o convite do Écio. Como ele é meu amigo, eu quero estar aqui para comemorar com ele.

Você conhece outros projetos de Nova Iguaçu, além da Escola Livre de Cinema?

Andrew: O Nike me disse que tem um centro de cultura aonde tem musica, teatro, fazem blogs e coisas assim (é ao espaço Na Encolha). Sei que aqui tem muitos musicos e poetas, mas não conheco muito. Sei que tem muita coisa acontecendo, mas não conheço muito.

Americo: Tem muitas pessoas aqui trabalhando com crianças nas escolas, uma iniciativa muito importante. Tambem não conheco muito, é a primeira vez que venho para cá, mas conheci o Écio e estou fazendo
doutorado em comunicação também. Minha pesquisa é sobre a literatura nas periferias e novas tecnologias. O Brasil agora é um país aonde as pessoas estão fazendo muitas coisas que não têm a ver necessariamente
com a cultura oficial imposta ou com o “mainstream”. Está se fazendo uma cultura própria. Então isso é muito importante. Tem-se a ideia de que o Brasil está somente crescendo economicamente, mas o mais importante é desenvolver a sua própria cultura.

Tem algum projeto cultural parecido com os daqui no Peru?

Américo: No Peru, nas periferias de Lima, que é uma cidade com 10 milhões de habitantes, estã começando a surgir iniciativas culturais. Mas eu estou aqui porque o Brasil faz isso há mais tempo, está fazendo também politicas culturais há mais tempo. Os projetos são importantes, mas quando há politicas culturais se tem o
apoio para fazer melhor. como as pessoas que trabalham aqui na prefeitura. Se tem os artistas como parceiros mas há o apoio para fazer as coisas melhores, para fazer uma cidade melhor. Em Lima, também há pessoas trabalhando com cultura, mas elas ainda estão procurando as politicas culturais para fazer coisas melhores.

O que você está estudando no seu doutorado?

Américo: Literatura popular, novas tecnologias e imigração, coisas que as universidades não consideram muito ainda. Mas acho que agora isto está mudando, está se dando um passo muito importante. Na América do Sul, América Latina, nós estamos procurando ter uma produção de conhecimento própria, uma maneira própria de fazer as coisas, de fazer cultura.

Andrew, o seu doutorado é sobre o mesmo assunto?

Andrew: É tambem em comunicação, para a Universidade da Califórnia. Estou trabalhando com Sistemas de Poder, quem são os “donos” da mídia e como usam isso para representar os interesses das pessoas. Eu pessoalmente estou interessado na produção cultural fora do mainstream e como essa cultura esta distribuída em circuitos fora do mainstream, fora dos conceitos de copyright, coisas assim. Isso tem a ver com novas
tecnologias, com novas formas de entender a lei. Como o Creative Commons, coisas assim. Com iniciativas como os pontos de cultura que, pelo que eu entendi, aqui em Nova Iguaçu tem muitos pontos de
cultura. Muito mais que qualquer outro municipio do Brasil, aqui tem uma base de cultura bem forte e uma ligação com a prefeitura bem forte também.

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