Baixada formal

terça-feira, 24 de agosto de 2010

por Michele Ribeiro


FRINJ é a sigla de Fórum de Relações Internacionais Juvenil, um evento realizado no Iesa( Instituto de Educação Santo Antonio) organizado pelos professores Walker Antero, Victor Beñak (geografia), e Cintia Beñak e Samuel Henriques (história). Eles resolveram importá-lo da PUC-RIO para a Baixada Fluminense para mostrar principalmente ao Rio de Janeiro que nossa região não é uma mera fornecedora de mão-de-obra pouco qualificada. "Aqui também produzimos conhecimento e temos alunos com potencial", sintetizam.



Gustavo Souza de Deus, 17 anos, aluno da escola Rakel Rechuem, aceitou o convite do professor Walker Antero no ano passado, quando participou do Comitê do Clima e foi delegado da Coreia do Norte. "Foi muito interessante", resume o estudante, que com a experiência se sentiu animado para participar do mirim na PUC-RIO e este ano vai a Palestina na mesa que discute a formação do Estado de Israel.

Os professores comemoram o fato de estarem conseguindo produzir a segunda edição com um número maior de comitês (no ano passado foram 3 e este ano, 4) e de terem apoio até de órgãos ligados à ONU, além de um patrocínio alemão. “Acredito que com o tempo esse evento se tornará uma referência na Baixada”, aposta Samuel Henriques.

A organização do projeto, que mobiliza alunos do 9° ao 3° ano do ensino médio, reproduz o modelo da ONU, dividida em comitês. Cada comitê fica em uma sala especifica, na qual os mediadores orientar e avaliam os participantes, que ali discutem os temas abordados. "Cada aluno deverá escolher um país para representar e sua missão é ser uma espécie de diplomata, defende a posição do país que representa em relação ao tema abordado", conta a professora Cíntia Beñak.

Os comitês foram divididos nos seguintes temas: Formação do Estado de Israel, Utilização dos Recursos Renováveis e África: Órfãos de Guerra. "Os assuntos tratados no FRINJ são atuais e sempre caem no vestibular", lembra Cíntia.

Os participantes do evento devem seguir diversas regras, como por exemplo o uso obrigatório de terno para os meninos e de roupa social para as meninas, além de uma linguagem formal, que não comporta gírias. “Chega até ser engraçado porque você passa a usar uma linguagem que não se usa no dia-a-dia", diz Roberto Siliciano, 16 anos, aluno da escola Rakel Rechuem. "Um amigo que normalmente você chama de cara, no evento é obrigado a chamar de senhor delegado."

Dividido em três dias, o FRINJ deste ano será nos dias 04, 11 e 18 de setembro para não atrapalhar o ano letivo dos alunos. No primeiro dia, serão as apresentações; no segundo sábado, acontecem debates mais acalorados; no terceiro e último sábado, serão produzidos documentos de resolução e todos os alunos, orientadores e professores receberão o certificado de participação. O aluno que se destacar e conseguir fazer documentos de resolução da ONU ganhará prêmios. O prêmio deste ano ainda não esta definido, mas com certeza será mais expressivo do que livro de política externa oferecido no ano passado.

O FRINJ pode mudar a vida escolar de muitos adolescentes, onde os alunos que se destacam tendem a se interessar mais e a desenvolver senso critico. "Até porque conta com a participação de escolas que possuem diferentes modelos de educação", acredita Samuel Henriques. Para Gustavo Souza, o evento ajudar a tirar "aquela trava de se comunicar com as pessoas".

O evento permite que o estudante descubra certas aptidões e até mude o projeto profissional. Esse foi o caso de Roberto, um estudante de 16 anos do Rakel Rechuem. "Eu estava decidido a estudar engenharia da computação, mas agora estou pensando em fazer a faculdade de relações internacionais", conta o jovem. Durante o FRINJ, uma mesa-redonda reúne professores de várias escolas do Rio de Janeiro para debater assuntos relacionados à educação.

Embora tenha aumentado, o patrocínio ainda não é o suficiente para cobrir todos os custos. No entanto, os estudantes carentes continuam dispensados de pagar a inscrição, pois o FRING na tem fins lucrativos. "É uma experiência extraordinária, que deixa saudade e aquela vontade de voltar", diz Roberto Siciliano, lamenta que esse seja o último ano de que vá participar, pois está no último ano do ensino médio. "Fiz muitas amizades lá". Os alunos que já completaram o ensino médio e já participaram do FRINJ podem se tornar mediadores nos próximos anos.




INFORMAÇÕES:

Inscrições e informações:

Inscrições pelo site: www.frinj.org

e-mail para dúvidas:contato@frinj.org

Valor da inscrição: R$40,00. Após o dia 15 de agosto R$ 50,00.

1 Comentários:

É um excelente evento, vale a pena participar.
Ótima matéria, parabéns.

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