Cordas mágicas

domingo, 12 de setembro de 2010

por Fernando Fonseca


Ioiô - (Definição): “É um dos brinquedos mais antigos que existe. É constituído de dois discos, geralmente de plástico, mas podendo ser também de madeira ou metal, unidos no centro por um eixo no qual se prende uma corda. Deixando-se cair o ioiô, de certo modo ele sobe com o impulso, e a corda se enrola; deverá outra vez cair e subir, sucessivamente, até que termine o impulso inicial. (Origem): O ioiô, tal como conhecemos atualmente, surgiu nas Filipinas, onde é um brinquedo muito popular entre as crianças. A palavra "ioiô" vem do filipino, e quer dizer "volte aqui"."

Toda infância tem suas marcas. Sobre o mirabolante e fantástico universo dos meninos, observamos diferentes modos e maneiras de diversão. Exercícios nostálgicos onde os que o vivem jogam bola ou soltam pipa, brincam de carrinhos ou de vídeogame, jogam peão ou brincam de pique. A moda vai, a moda volta. E nesse meio cíclico o que voltou com força foi o ioiô.



Sendo realizado, estrategicamente, em diversos pontos da cidade de Nova Iguaçu, em dias e horários fixos, o campeonato Ioiô York vem reunindo, há um mês, crianças de todas as idades, classes e lugares do município. Nesses encontros, é possível vermos participantes que fazem dessa prática um passatempo realizarem manobras miraculosas com tamanha beleza. Uma simplicidade que encanta a todos que observam. “Eu estava passando por aqui para ir ao mercado e vi essa roda de meninos brincando. Fiquei curiosa para ver o que estava acontecendo e parei pra olhar. Não imaginava que era possível fazer tantas coisas com dois discos amarrados em um simples pedaço de barbante. É mágico! Eles merecem ganhar por isso”, afirma Maria de Lourdes, moradora de Comendador Soares, uma das integrantes da improvisada plateia que surgia na praça de seu bairro para apreciar o espetáculo de amadores.

Na Praça de Comendador Soares, os encontros acontecem todos os sábados, às 11h. Aberto a jogadores de todas as idades, o evento não se restringe apenas a crianças, nem tampouco ao público masculino. Ainda que a procura seja maior por conta dos
meninos. Cerca de trinta pessoas participam das edições semanais do concurso, cujos desafios e performances são avaliados por profissionais da área e campeões de torneios de Ioiô, como Alex Mendes, de 21 anos, campeão macaense, e Cássio Samuel, de 19 anos, campeão de Nova Iguaçu do último concurso de ioiô de Nova Iguaçu em 2001.

Os vencedores de cada semana recebem kits de ioiô para melhorarem seus equipamentos e, consequentemente, seu desempenho nas provas. Eles também se credenciam a participar da final da competição, no Município de Nilópolis, no próximo dia 23 de outubro, que reunirá os vencedores de toda a Baixada Fluminense.

Para os interessados em participar do evento, basta procurar um dos locais de encontro na cidade: a Praça do Skate, todos os sábados, às 11h; a Praça da Telemar, todos os sábados, às 14h; ou a Praça do bairro Jardim Tropical, todas as terças-feiras, às 17h30. “O evento é gratuito. Basta ter um ioiô e saber fazer o bonito.
As manobras ficam mais difíceis, de acordo com o nível avançado, mas para quem tem o domínio, não é tão complexo assim. Nós damos três chances aos alunos para cada etapa. Os três últimos a saírem da disputa levam os prêmios. Os vencedores da final a ser disputada no dia 23/10 estarão concorrendo a bicicletas, videogames e computadores, dentre outros prêmios”, diz Alex Mendes.

“Eu quero poder ser reconhecido pelo meu talento, e, se possível, fazendo aquilo que eu gosto. Eu jogo ioiô desde os meus cinco anos de idade. Tenho vários em casa. Uma coleção e tanto. Meu pai colecionava e jogava quando tinha a minha idade, eu acabei ficando com os ioiôs dele. Espero poder dar esse presente para ele. Ser campeão desse torneio”, conta em um mix de alegria e emoção o jovem Pedro Henrique,
de 11 anos de idade, estudante da rede pública de ensino de Comendador Soares.

Cultura infantil ou cultura juvenil, o que importa nesse caso não é a idade, mas as oportunidades que surgem. A promoção de uma cultura antiga, porém, não esquecida, que se faz necessária cada vez mais nesses tempos. Que essa prática não seja esquecida, assim como as tentativas de inclusão que surgem junto a ela.

9 Comentários:

Kadu disse...

Nossa, momento nostálgico esse texto!
quando eu era criança o que eu mais fazia era jogar ioiô.
nem sabia que ainda se brincava com eles...
velha infância**

Anônimo disse...

tbm ganhei os ioiôs do meu pai
tenho vários em ksa
só não sei jogar, mas coleciono
rs
me identifiquei nessa história

Luiz Henrique

João Vítor disse...

Fui campeão da semana passada.
ganhei uma camisa do campeonato e um ioiô novo.
espero poder disputar a final!
recomendo a todos... não custa nada tentar.
abraços galera!

Tatiane Fonseca disse...

Sempre gostei dessas brincadeiras.
Bom saber que ainda incentivam as mesmas em uma época que os aparelhos eletronicos dominam a imaginação infantil.
Viva o ioiô,a pipa,o pião,a bolinha de gude...

Ana Maria Ramalho disse...

acho que seria válido pensar em realizar essas competições dentro das escolas. não só as do ensino público mas, também, as do ensino particular. na Baixada as escolas carencem muito de certas culturas, como essa no caso. Sugestão pra secretaria de educação*

Anônimo disse...

marcas da infância de todos os meninos da Baixada Fluminese... não tem quem não se identifique com esse esporte.
Acho a ideia da Ana Maria válida, hoje em dia todas as tentativas são válidas em prol da cultura e educação!
Parabéns Cultura NI.


att,

Jailson Ramos

Joanita disse...

traumas de infância!
nunca aprendi a jogar esse treco!
revolta*
inveja de todos que sabem... haha
mas acho bonito!
rs
bjs crianças

Anônimo disse...

dilícia!
eu faço mágica com essas cordinhas!
rs

Aline M. disse...

acho que não sou a única que não sabe jogar esse treco
hahaha
clube das desquitadas. oO
xD

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