Foto agulha

sábado, 11 de setembro de 2010

por Josy Antunes

A convite do Ponto de Cultura Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu, o fotógrafo Maurício Medeiros, atuante na arte há cerca de 20 anos, ministrou na tarde de ontem na Teia Baixada 2010 a oficina de PinHole: uma curiosa técnica de produção manual de imagens. Atendendo a 10 participantes, o encontro aconteceu ao redor de uma mesa farta de materiais de corte e colagem. Fitas adesivas pretas ou isolantes garantiriam o bom funcionamento do mecanismo que consiste na captura da luz numa pequena câmara preta. Apesar da longa trajetória fotográfica, Maurício passou a estudar e desenvolver a técnica somente há 2 anos, quando planejava levar para a rede municipal de ensino de Nova Iguaçu o projeto “Foto Escolar”, que atualmente atende 2 escolas na cidade, através do programa dos Pontinhos de Cultura.

O termo “PinHole” significa “buraco de agulha”: uma mínima perfuração num pedaço de alumínio, que carrega a responsabilidade equivalente ao obturador de uma câmera convencional. “Este furinho aqui é aquela lente enorme ali”, comparou a fotógrafa Marcele Pontes, apontando para uma das lentes profissionais que registravam a confecção das PinHoles. “E o tamanho do furo determina o foco”, complementou Luís Cláudio, que participava da aula ao lado da integrante do FotoBaixada.
Fofão e o vídeo para o Projeto Cultura Viva nas Comunidades
A partir de um modelo, Maurício criou um molde personalizado da Teia para ser construído individualmente por cada participante, que cortavam e dobravam sobre as linhas marcadas no papel cartão. Enquanto isso, a agente cultural Elisângela Melo – A Fofão – explicava as etapas da construção da PinHole diante de sua pequena câmera pessoal. “Olha só o nível dos alunos da oficina do Maurício”, narrava ela, que mostraria o vídeo aos alunos do Projeto Cultura Viva nas Comunidades.

Maurício Medeiros
Um dos últimos passos na montagem da pequena câmara escura consiste na inserção do filme fotográfico. Um rolo vazio e um rolo contendo 36 poses uniram-se através de fita adesiva, de forma a que o vazio recebesse e armazenasse todas as imagens capturadas. Por fim, pedacinhos de palito de picolé exerciam a função que faria o mecanismo funcionar, encaixada na perfuração do rolo do filme. A dúvida unânime era: como aproveitar todas as poses do filme com precisão? Maurício explicou que, de 36, a probabilidade era de que 15 poses fossem aproveitadas. “Depende muito da forma que você vai passar o filme. Por segurança, é bom dar uma volta inteira”.

Com as PinHoles prontas, o grupo saiu pelo Sesc para capturar as primeiras imagens, que tinham chances de ficarem tão boas quanto ao exemplo levado por Maurício: uma fotografia colorida mostrando uma praia – resultado diferente da PinHole de lata, que imprime imagem em preto e branco num papel especial. “Todo mundo é fotógrafo e a gente sempre tem algo a aprender um com o outro”, incentivou o oficineiro, que não deixou de registrar o momento através de tecnologia digital.

1 Comentários:

Marcele Pontes disse...

Josy! To chocada menina!!! Vc registra tudo que a gente diz!!! hahaha
Nem imaginava que meu pequeno comentário estaria aqui!!!
Parabéns sempre pelos seus textos e por sua discrição e perspicácia!
Menina astuta!!!

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