Teia Cinematográfica

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

por Lucas Lima


O cinema também marcou presença na Teia da Baixada. Na tarde da ultima quinta, o Cineclube Buraco do Getúlio fez uma exibição especial intitulada “Cineclube Buraco na Teia”. Aconteceram sessões contínuas ao longo do dia com exibição de curtas que retratavam e/ou passados nos cenários da Baixada Fluminense.

“É importante fazer cinema em qualquer lugar, que as pessoas escolham o tipo de representação que elas vão ter, que tipo de imagem elas vão reproduzir delas mesmas, também porque elas inevitavelmente acabam tendo uma visão mais critica, porque quando você está com uma câmera na mão, você acaba fazendo um recorte no mundo, o cara que se importa com isso vai pensar em porque ele esta fazendo e escolhendo aquilo”, diz Diego Bion, criador do Buraco do Getúlio.

“Real Raciocínio” do próprio foi o primeiro curta da sessão, “Trilhos”, “Lúcidos” do grupo Código, “Primeira Sinfonia”, “O Bêbado e o Lobisomem” do Cine Guandu, “Lá no fim do Mundo” do cineclube Mate com Angu e “Um dia de Laura” de Miguel Nagle foram as exibições seguintes.

Ponto interessante e comum, é que os curtas mostram uma visão diferente da baixada, tanto como instituição e/ou com uma relação direta com as pessoas do que foi mostrada por muito tempo. “Durante anos, as pessoas produziram imagem sobre esse espaço geográfico com um determinado foco, que na grande maioria das vezes era sobre a violência, do que não tinha, do espaço de carência, que não tem nada. Eu acho que quando muda o eixo, muda a direção da câmera, começa a surgir coisas novas, por mais que falte muita coisa, a gente sabe o que tem”, conta Bion, “Eu que cresci aqui sei como brincar na rua é bom. São coisas que talvez pessoas em outros lugares não saibam”.

Cultura para todos

A difusão da cultura também foi abordada pelo cineclubista, segundo ele, a facilidade de se fazer e consumir cultura se dá muito pela própria tecnologia, “As inovações da era digital servem também para democratizar essa questão, hoje eu faço uma exibição do cineclube com um material que cabe dentro de um porta mala de uma Fiat Uno. Os meus primeiros professores usavam uma Kombi, por exemplo”.

Um outro fator determinante para a difusão dessas expressões culturais, foram as gestões políticas do município. “Além dessa mudança tecnológica que o tempo se encarregou de fazer, nos vivemos uma mudança no perfil da gestão pública na cidade. Os últimos oito anos foram fundamentais para que tivéssemos tendo um evento como esse”, Bion afirma ainda que não existe favor, “Não temos um apoio do governo, mas tivemos um governo que fez o que os outros deveriam ter feito, porque não existe favor, é obrigação”, conclui.

Importante que o Buraco do Getúlio rola sempre no Espaço Cultural Sylvio Monteiro, todo 1º sábado de cada mês, até o momento, pois logo logo, a atividade se tornará semanal.

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