Território e espaço público

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

por Jefferson Loyola

O primeiro encontro Cidade&Cultura foi apresentado pelo seu segundo dia, e ultimo, com uma mesa debatendo espaço público e território. Recapitulando sobre o que é o evento, ele se trata de um encontro para rebatimentos no espaço contemporâneo sobre a cultura e cidade. A mesa foi composta por Claudia Pfeiffer, Catia Antonia da Silva, Marcella Camargo e Camila de Oliveira, tendo como mediadora Ana Clara Torres.

Inicialmente Catia Antonia apresentou um vídeo com fotos, em forma de slides, demonstrando territórios utilizados, alguns na Baía da Guanabara mostrando cinco colônias de pescadores que não estão registradas como territórios. Explicou sobre os tópicos: Espaço público e território, entrando na definição de “Estado” e mostrando a correspondência comum entre eles. “A interferência do Estado está presente dentro do território e do espaço público”, afirmou ela.

Esfera pública ou espaço público corresponde ao comum o que pode ser visto e ouvido pelos outros e por nós mesmos, ou seja, a realidade. Território já pode ser definido como uma área de soberania do estado de expressão das relações de poder e de lutas entre grupos, classes e até mesmo sujeitos. “Território não é um conceito simples, mas um conceito antigo”, disse Catia, a quem território pode se pensar a partir dos usos.

“A Baía da Guanabara seria ou não um espaço público?”, questionou a palestrante, exemplificando que espaço público não se tem dono, mas na hora de cuidar, onde estará ele? Reforçando sempre o pensamento de espaço público numa dimensão de visibilidade, suas considerações finais foram: o reconhecimento das horizontalidades e verticalidades no espaço geográfico e a luta contra a invisibilidade de espaço público proferidas em seu discurso.

Falando sobre a experiência de percepção em território vivida dentro de projetos de juventude que atua. Marcela Camargo, antropóloga, foi a segunda a pronunciar-se na mesa. Ela evidenciou a ONG ICA (Núcleo de informação, conhecimento e atitude), deixando um pouco de lado o outro projeto, Jovem pesquisadores de Nova Iguaçu, devido à participação de Camila de Oliveira na mesa. 

O objetivo maior do grupo ICA é cruzar territórios. Território juventude, uma área que o ICA e Marcela dominam por um tempo, pois já trabalham com jovens e a diversidade existentes no mesmo há cinco anos. Também mostrou um vídeo do evento que ocorreu recentemente no morro da Babilônia, reunindo jovens de toda a América latina, como forma de demonstrar a troca de saberes complementares entre os jovens. Evento que contou com a participação do ICA.

Os jovens pesquisadores de Nova Iguaçu tiveram seu espaço cativo na mesa com a pesquisadora Camila de Oliveira. “Trabalhamos exclusivamente para a SEMCTUR - Secretária de Cultura e Turismo - de Nova Iguaçu, com a finalidade de sistematizar e monitorar as ações da secretária e isso tem nos ajudado a conhecer as ações feitas na cidade e os atores que são os agentes dessas ações”, explicou. Esse conhecimento tem dado a oportunidade de ter um olhar crítico sobre o território que eles estão inseridos, dando perspectivas diferentes de futuro.

Criando sempre em conjunto políticas públicas que atendam a demanda da população, contribuem para o avanço da cidade, principalmente na área de cultura. “Beneficiamos a população iguaçuana de alguma maneira, sendo monitorados pela SEMCTUR”, finalizou. Logo após sua apresentação, Claudia Pfeiffer reforçou e concluiu tudo o que foi dito, abrindo a oportunidade de um debate.

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