Criando oportunidades

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

por Marcelle Abreu


06 de dezembro de 2010. Apesar da chuva que parecia não querer parar e do calor que fazia, o evento Natal dos Sonhos realizado pela prefeitura de Nova Iguaçu aconteceu e chamou a atenção de todos que passavam por perto e a curiosidade os levava a se aproximar para prestigiar as apresentações e passear pela praça que estava rodeada de tendas, nas quais as escolas municipais que fazem parte do projeto escola aberta estavam expondo seus trabalhos, cujo conceito é 3R, reciclar, reaproveitar e reduzir.

O projeto escola aberta foi criado no governo do atual Senador Lindberg Farias, que na época era prefeito da cidade de Nova Iguaçu. Esse surgiu com intuito de colocar as crianças para dentro das escolas nos finais de semana, quando estariam nas ruas expostas a violência e propensas a se tornarem marginais.
 
O projeto cria oportunidades para essas, dando a elas cursos de teatro, dança, artesanato, futebol, capoeira e eles também tem uma banda que permite aos alunos interessados em musica participar.
Adriane, 14 anos, é aluna da Escola Orlando Melo e desde o inicio do ano faz parte do projeto, no qual aprende artesanato e toca bumbo na banda. “O projeto é muito legal e me deu oportunidade de sair das ruas, onde convivia com coisas ruins”, conta a estudante.

Os professores das escolas participantes incentivam os alunos e abraçam o projeto. Ônibus foram reservados para levar as crianças para prestigiar o evento. Assim, eles puderam ver o resultado do trabalho realizado durante todo o período. Ana Clara, estudante do oitavo ano da Escola Orlando Melo estava encantada com o evento. “A gente veio com os professores que são nossos maiores incentivadores e é muito legal tudo isso aqui”, comenta.

Em umas das tendas, Paulo Roberto Ferreira, 62 anos e aposentado representava a secretária de educação através da escola Getulio D. Vargas situada no bairro da Posse. Ele que trabalha há dois anos dando oficinas de reciclagem, se maravilhava com o interesse das pessoas por suas artes. “Eu nunca vendi nada que produzo. Faço por amor e quando aparece alguma criança e eu tenho algo comigo, eu sempre dou de presente”, conta ele que dá oficinas para os professores das redes municipais para que esses ensinem seus alunos.

Paulo começou a mexer com produtos recicláveis vendo garrafas pets jogadas nas ruas. “Eu passava na rua e via varias garrafas no lixo, sendo que eu sabia que elas poderiam ser aproveitadas. Comecei a catá-las e levar para minha casa, lá as transformava em coisas úteis e hoje como já me conhecem nem preciso correr atrás de material, as pessoas já levam até a minha casa”, comenta.

Ele que deu oficinas para os estagiários do Espaço Cultural Sylvio Monteiro, sempre está sendo chamado para dar oficinas e criando coisas novas usando seja garrafas pets ou caixinha de leite. Ele aproveita tudo e as peças além de bonitas, são bem originais.

“Tem muita criança que reclama que não tem brinquedo por falta de dinheiro. Eu resolvo logo o problema. Dá pra criar vários brinquedos diferentes, como cavalinho de pau, feitos com garrafa pet e cabo de vassoura, vai e vêm, brinquedos que exercitam o cérebro como um que fiz com garrafa pet e bola de gude, é simples e bem divertido. O objetivo é acertar as bolinhas dentro da garrafa pelo gargalo. As crianças ficam bastante entretidas com ele”, explica.

No período natalino Paulo ensinou alguns professores e preparou alguns enfeites exclusivos para o evento Natal dos Sonhos que mostra que com dedicação e determinação você pode fazer toda a diferença.

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