Norte para o cinema

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

por Jéssica de Oliveira

Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia, Acre, Amazônia. Esses são apenas alguns dos muitos estados brasileiros que participaram da 28ª Jornada Nacional de Cineclubes / 3ª Conferência Mundial de Cineclubismo que lotou Moreno, cidade pernambucana, do dia 5 ao dia 11 de dezembro.

O evento foi realizado pelo Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros a fim de que houvesse uma reforma estatutária e de diretoria da organização, sendo também palco da Assembléia Geral da FICC – Federação Internacional de Cine Clubes – 2010. Na ocasião, discussões sobre temas como a inserção do audiovisual no currículo escolar, métodos de relações públicas e de comunicações, sustentabilidade financeira, direitos autorais e do público e a democratização do cinema a todas as classes sociais, não eram nem um pouco incomuns.



Entretanto, o objetivo da Jornada também foi promover um contato direto em diferentes cineclubes do país e a troca de experiências vividas por diferentes organizações. “Muito massa conhecer tanta gente bacana e projetos incríveis! Valeu a troca de experiências e as ideias compartilhadas”, comentou Fernanda Lopes, do Cineclube Assunção de São Paulo.

Com centenas de cineclubes bons e com tanta gente talentosa que faz o cinema acontecer nos mais diversos cantos do Brasil, a Baixada Fluminense não podia ficar de fora. Nomes como Nova Era Digital – do bairro que leva seu nome -, o caxiense Mate Com Angu, e o cineclube Ankito de Nilópolis, também marcaram presença e contam da importância da participação de cineclubes da região na 28° Jornada Nacional de Cineclubes:

“O Mate Com Angu está desde a 1° Jornada, da rearticulação de 2003/2004. Eu pessoalmente vim na primeira e é interessante que a gente conhece muita gente pelas listas, pela internet e conhecer pessoalmente é muito bacana. Acho essa integração fundamental, cara, é o ‘norte pro negócio andar’. A internet é ótima pra você caminhar, mas nada como o olho no olho. A Jornada Cineclubista é uma possibilidade pra isso; desde a última, em 2008, vários cineclubes avançaram. E eu espero que isso tudo – todo trabalho e discussão da Jornada – tenham mais consistência e que reflitam nas bases, porque tudo é formado pelas bases. A diretoria está aqui pra dar uma direção, mas o importante é o trabalho do cineclube lá: ligar o projetor e chamar o público”, diz Heraldo HB, do Mate com Angu, Duque de Caxias.

“Estar na Jornada é uma coisa muito boa, pois é uma troca muito grande, onde você percebe que existem cineclubes que funcionam de outros jeitos que não o seu. O cineclube Ankito é um projeto de extensão do Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ, Nilópolis – em que a faculdade arca com tudo: projetor, tela, DVD, taxas, anuidade do cineclube e milhares de outras coisas. Aqui eu vejo pessoas que participam dos editais do Cine Mais Cultura, pessoas que não têm local para exibição, que fazem sessões itinerantes... acho isso muito legal, uma experiência muito boa pra todo mundo. São diversas pessoas, diversos estados, concentradas numa coisa só, tentando levar para todos o cinema que não é passado nas salas comerciais”, conta Géssica Santiago, cineclube Ankito do IFRJ, Nilópolis.

“Eu vim para esta Jornada com a ideia de tentar costurar uma rede melhor na área do audiovisual, porque na verdade a minha rede é mais voltada para os projetos sociais, culturais e de inclusão digital. Além disso, eu me inscrevi para que eu pudesse apresentar os três cineclubes – Comendador, AMBM e Aymoré Digital – que são recém-formados a partir do Nova Era Digital - que funcionam como o equipamento cedido pelo cineclube nascido do CISANE e que não são filiados à ASCINE RJ (Associação de Cineclubes do Estado do Rio de Janeiro)-, para conhecerem um pouco dessa atmosfera e trocarem experiências com pessoas que trabalham no meio há muito mais tempo. E a partir de todo o trabalho desenvolvido nesses dias, eu acabei me ‘reencontrando’ e me estimulando a melhorar o nosso trabalho, porque o que nós fazemos ainda é muito pouco comparado a essa grandiosidade, aos cineclubes de anos que conheci, de pessoas criativas e talentosas de outros e estados e claro, do Rio de Janeiro, da Baixada Fluminense, que não deixam nada a desejar”, encerra Edilso Maceió, do Cineclube Nova Era Digital, Nova Iguaçu.

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