Fogos com minha avó

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

por Yasmin Thayná

O natal lá em casa sempre foi em família: cada ano, na casa de um. Normalmente sempre lá em casa, porque sempre morei com minha avó. O pai que preparou com todo carinho a ceia cujos elogios sobraram até o dia 25. Ainda que a minha família seja unida, sinto falta de uma tia minha e suas duas filhas, que nunca passam o natal conosco. Não sei o motivo.

Parece que de uns anos para cá, as festas estão mais alegres. O amigo oculto deu um ar de mais união. Principalmente o amigo oculto da palavra com presente improvisado. Pra mim foi o natal mais criativo que aconteceu. O meu amigo foi meu irmão Junior - menino que se tornou melhor amigo após o início de nosso amadurecimento.


Virada com chulé

por Josy Antunes

Na sala recém-pintada de verde (cada parede em um tom), uma mulher de touca na cabeça fazia biscoitos amanteigados em formato de estrela. No sofá ao lado, com capa verde musgo, um homem careca assistia TV com o controle remoto na mão, oscilando os canais entre os filmes "Alvin e os esquilos", "Central do Brasil" e a Retrospectiva 2010 na Globo. Ao lado da estante da TV, num móvel abarrotado de fios e CDs, um jovem atendia às pressas todas as chamadas do MSN, num velho computador onde lia-se em letras vermelhas "Reservado!". A imagem podia ser interpretada como o trio que compõe o "Cataldu's buffet", localizado em Belford Roxo. Ou, ainda, minha mãe, meu pai e meu irmão. O dia 30 de dezembro trazia uma certeza: Eles não passariam o réveillon comigo. Isso porque, no ramo das festas, a data representa o recebimento da mais alta "paga", como diz o pai. Os três, o pai, a mãe e o irmão, irão passar a virada de 2010 pra 2011 na festa de uma igreja metodista no Catete. "Ia ser em lugar diferente. Teu pai ia trabalhar em Icaraí. Aí ele falou pra mim assim: 'você não acha melhor a gente trabalhar juntos?' E eu disse: 'é!'", explicou minha mãe. "Eu vou receber, né?". "É pra pagar as contas. Já está tudo contado". Ouvi em seguida, no diálogo entre mãe e pai. No total, os três juntos conseguirão R$500 reais em troca da noite de festa em família, substituída por trabalho. "É difícil, porque eu gosto da família reunida. Desde que minha mãe faleceu as comemorações ficaram mais difíceis. Mudou muito. Ela fazia as coisas... Eu sinto falta dela", soltou a mãe, num misto de lamento e alívio de poder depositar o vazio na festa do Catete. Ao mesmo tempo, lançava pequenas fagulhas de esporro ao pai, que não deixava o canal da TV se manter por 5 minutos. "Você não sabe o que quer", disse ele pra mãe, para quem a Retrospectiva da Globo é o ritual de todo fim de ano.

Militância poética

por Dandara Guerra


Quem nunca dormiu ouvindo histórias de contos de fadas? Quem nunca teve a infância atormentada pelo Cuca? Eu conheço uma pessoa que nunca teve: Ivone Landim, moradora da Baixada Fluminense, 47 anos, professora formada em letras. Sua história sempre esteve ligada mundo da escrita e dos contos.

Jovens e o futuro

por Michele Ribeiro


A globalização e um mercado de trabalho cada vez mais competitivo fazem com que os jovens se preocupem mais com sua qualificação profissional. As exigências são muitas, como cursos de línguas, especialização na profissão e experiência.
Os jovens estão chegando ao ensino superior mais cedo e muitas vezes ainda não estão maduros para escolher uma profissão, ainda que diversos sites disponibilizem testes vocacionais para ajudar nessas difíceis decisões. Alguns desses jovens optam por trabalhar e outros por cursos técnicos ou então cursos preparatórios para concurso de nível médio, como foi o caso de Aline Silva, 17 anos, que concluiu o ensino médio recentemente. “Um concurso é a garantia de estabilidade”, afirma a jovem.

Fim de um ano nota 10

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

por Jéssica de Oliveira

Fim do ano é sinônimo de quê? Acertou quem disse férias. Mas antes delas, todo grupo que se preze faz a sua confraternização, comemorando o ano que passou e celebrando o que se aproxima. Não é preciso nem procurar muito – aposto que você também participou de alguma neste mês. Um exemplo fácil de grupo disposto a festejar é o Cisane, instituição que atua há 12 anos no bairro Jardim Nova Era, Nova Iguaçu, e que durante 2010 trabalhou para que centenas de crianças, jovens e adultos tivessem acesso a atividades culturais, de lazer e socioeducativas. 

O porquinho eleito

domingo, 26 de dezembro de 2010

por Renato Acácio



    

Uma ideia na cabeça e várias câmeras na mão. Foi seguindo essa máxima que alguns jovens motivados pelo tema e o gosto pelo audiovisual filmaram o curta-metragem “A Imagem eleita”, uma produção do Centro Cultural Donana, Coletivo Anti Cinema e colaboradores, no primeiro turno das eleições de 2010. A ideia inicial do filme, que é formado boa parte por registros em audiovisual da propaganda política durante as eleições de 2010, partiu de Josy Antunes, jovem repórter recém-formada em produção audiovisual e estudante de montagem e edição na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. “Eu diariamente passava em frente a favelas e casas muito pobres em viagens pela Dutra e Av. Brasil e pensava em como aquelas construções só tinham atenção dos políticos nessa época, era como se aquelas casas só servissem pra isso: Moldura para propaganda política. Tudo começou partindo desse ponto”, conta Josy Antunes, que se perguntou como desenvolveria essa ideia e que plataforma usaria até optar pelo documentário.


Encantadora despedida

sábado, 25 de dezembro de 2010

por Hosana Souza. Fotos: Movimento Enraizados


Pode até ser paradoxal definir um evento de hip-hop como encantador, entretanto não há melhor adjetivo para definir à tarde organizada no último sábado, 18, pelo Movimento Enraizados em sua sede em Morro Agudo.

A última maratona cultural do espaço começou com a exibição dos pratos da casa, os filmes realizados durante os meses de oficina do primeiro pontão de cultura da Baixada, o Pontão Preto Ghóez Juventude Digital. Foram exibidos os curtas: “Venha ver o pôr do Sol”, “A voz”, “Good Times” – em parceria com a UNIGRANRIO de Caxias, “Pré Ocupado”, “Verbo dos menor”, “Bem vindo ao clube”, “Dia de pipa” e “Meias verdades”.

O pátio da ONG ferveu após a sessão cinematográfica com as apresentações de break, teatro e capoeira, tudo fruto das oficinas do ProJovem Adolescentes. Ailton Felix, 15, estudante do CIEP 134, presente no Enraizados a uma, participa das oficinas de break. “Antes de ter um espaço lá no Cacuia, onde moro, eu vinha aqui. È bem melhor do que ficar à toa, eu gosto da cultura, dos aprendizados”, diz.

O sonho não acabou

por Marcelle Abreu



Que menina em alguma fase da vida nunca sonhou em ser modelo, estampar alguma revista, arrasar nas passarelas, ser uma Gisele Bundchen?

Dandara Mello é uma jovem de 18 anos que assim como todas as outras tem sonhos, desejos e acreditam em algo maior. Ela que nasceu numa família onde o pai é músico e a mãe produtora cultural, começou sua carreira de modelo aos 12 anos.

 Não foi por acaso que entrou para esse meio, medindo 1,80 e sendo bem magra, sempre ganhava na escola apelidos como saco de osso e magrela. Isso foi um incentivo que a levou a encarar as passarelas e estampar alguns outdoors.

Dandara já desfilou em eventos de divulgação de roupas de grife de festa em Cabo Frio, Búzios, e em Nova Iguaçu foi garota propaganda da loja AAGX que é nova no mercado, mas promete ganhar seu espaço. Além desses, desfilou no Caxias Fashion, no Barra Hair Beauty, participou do Miss Baixada, Lagos Models e  partcipou de evento Mega Palmolivre, onde chegou até a segunda fase e entrou para a Agência Mega Model´s, na época em Niterói. Foi então que as propostas começaram a surgiu. Viajou para São Paulo para fazer um teste e ganhou um contrato de publicidade com uma companhia telefônica em Londres.

Made in Sampa

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

por Dandara Guerra

Foi uma noite encantadora, com a participação de grandes poetas da periferia de São Paulo. Isso é o mínimo que se pode dizer da caravana de poetas, que aportou no último sábado no Espaço Enraizados, em Morro Agudo. Nada menos que 44 poetas de sete saraus recitaram poemas, nem todos de sua autoria.

Apesar do cansaço de uma noite viajando de ônibus e de um sarau no Complexo do Alemão e outro no Morro do Fallet, os representantes dos saraus Vila Fundão, Elo da Corrente, Palmarino, do Binho, Poesia na Brasa, da Ademar e Suburbano Convicto não deixaram a peteca cair.

Mochila dos franceses - uma crônica-narrativa-poética-triste nada alegre

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

por Yasmin Thayná



Acordei cedo. Tomei uma caneca de Nescau. Dei um beijo na testa de minha avó e disse "tchau," ela me disse: "vá com Deus. Vai dar tudo certo, minha filha." Não vi o pai. Coloquei a mochila nas costas. Peguei um ônibus cheio. Subi a passarela da Estação Ferroviária e avistei o centro cultural: estava atrasada uma hora. Andei depressa. Sentei-me na poltrona com o coração acelerado: hoje são vinte, o dia que a casa cai.

Uma nova depressão

por Dandara Guerra

A depressão afeta pessoas de todas as idades, de todas as nacionalidades, em todas as fases da vida. Estima-se que cerca de 5% da população mundial sofra de depressão e que cerca de 10% a 25% das pessoas possam apresentar um episódio depressivo em algum momento de sua vida.

Entre aqueles que já sofreram um episódio depressivo, há maior probabilidade de terem mais outros episódios depressivos ao longo de suas vidas, embora esta probabilidade varie muito de pessoa para pessoa.

Noite feliz

por Luiz Gabriel

Há apenas duas semanas do fim do ano, as pessoas começam a se programar para o Natal (dia 25) e o Ano Novo (dia 31), mais conhecido por reveillón. Os shoppings, mercados, calçadões estão lotados, no que vai ser o melhor fim de ano da década. Todo esse investimento de dinheiro e tempo tem como objetivo curtir duas noites especiais.

Amadorismo

por Abrahão Andrade, Leandro Oliveira e Raphael Ruvenal

Dia 15 de dezembro, fomos designados para cobrir o projeto Estética Central, no Centro Cultural Donana, em Belford Roxo. O evento consiste em um festival de filmes feitos de forma amadora. O material produzido no dia é então divulgado no site, criado pela produção do evento para que o público possa votar nos melhores curtas.

O projeto foi criado por um professor de publicidade da Universidade Federal Fluminense, e agora é tocado pelos próprios alunos. Com uma natureza itinerante, o projeto já percorreu diversas cidades do Rio de Janeiro e atravessou a fronteira com Minas Gerais.

O grande destaque da edição de Belford Roxo foi a banda 7 ventos, formada por meninos por adolescentes que só puderam gravar seu vídeo com o auxílio da produção, que arrumou os instrumentos de que precisavam. "A banda Restart lançou uma música assim na internet e estourou", conta o jovem David, baterista da banda, cujas músicas são no estilo pop-rock.

Para os monitores do evento, não se precisa ter tudo para se produzir um vídeo de qualidade. "Qualquer tecnologia pode virar cultura, até uma câmera de 5 mega pixels", conta o monitor de som Belão, de 26 anos.

Circulando pelo Alemão

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

por Juliana Portella


Com intuito de criar um instrumento de cultura que possa intervir na favela, mostrando uma realidade que não a violência, o "Circulando – diálogo e comunicação na favela" reúne crianças, jovens e adultos para apreciar e fazer arte no Conjunto de Favelas do Alemão. O movimento agregador que age em parceria com Observatório de Favelas e do Grupo Raízes em Movimento desde 2007, teve a sua 7ª edição no ultimo sábado (18/12).

Além de possibilitar que moradores daquela comunidade sejam beneficiados com ações de cidadania, o objetivo central do evento é apresentar a pessoas de dentro e fora da comunidade que periferia não é só lugar de carências e descaso público. "Favela é lugar de criação, criatividade." Afirma o coordenador do Raízes em Movimento, Alan Brum que nunca hesitou em realizar atividades nas comunidades nesse imenso  conjunto de favelas que possuem um legado histórico marcado pelo crime. "Com sinceridade, nunca tivemos problemas nenhum aqui no Complexo. Portanto, não há  diferença alguma em trazer o Circulando com ou sem o tráfico." concluiu Alan.

A programação que se estendeu durante todo o sábado com caminhada ecológica, mutirão de grafite, rajadas poéticas, apresentação de esquete teatral e mostra de vídeos foi encerrada em alto estilo com show das bandas Ponto de Equilíbrio e Marechal Sistah. Estande de Educação ambiental, assessoria jurídica da OAB, carro da saúde móvel e  serviços de  Central de Apoio ao Trabalhador  também foram aferecidos a fim de facilitar os moradores.

Militância da leitura

Além das rajadas poéticas  o  evento contou com a biblioteca intinerante  do projeto   "Ler é 10", de Otávio júnior,  vencedor do Prêmio Faz Diferença do jornal O Globo. O militante da leitura que leva literatura as favelas do Complexo e da Penha  dificilmente deixa que os livros falem por si só. Otávio realiza  contação de histórias  com intuito de despertar interesse pela leitura nas comunidades. Quem também aproveitou para difundir leitura foi a galera da Secretaria de Cultura e Turismo de Nova Iguaçu com o Projeto "Livro Livre". Foram libertos vários títulos, entre eles 'Lembrancinha do Adeus' do jornalista Julio Ludemir,  que não desperdiça oportunidade  formar novos leitores.



Favela é Grafite

Uma das grandes marcas do Circulando é a arte do Grafite. Os muros de casas, lojas e bares do morro do Alemão expõem muitas cores que a cada edição colorem a vida na favela. Artistas plásticos ligados ao Raízes em Movimento são autores que dão vida a becos e vielas através de sua arte.
Entre latas de spray, tintas e muros encontra-se Una, única grafiteira mulher do grupo Conflitos Crew. Desenhista desde criança, atualmente com 21 anos, Una afirma que não vê problema nenhum em grafitar na Favela. "Estou no grupo há apenas três meses mas desde então não quero largar a tinta." finaliza Una que já grafitou muros do morro do Juramento e Tabajara.

Carona pública

sábado, 18 de dezembro de 2010

por Josy Antunes

Diego Jovanholi e Rodrigo Caetano - Foto por Bruno Baketa
De carona com os organizadores do evento Cinerock – um festival de cinema e rock que ruma para a terceira edição – conversei sobre as ideias que iniciaram o projeto e as motivações que perpassam as duas edições realizadas no Centro Cultural Donana, em Belford Roxo.

Diego Jovanholi, Rodrigo Caetano, e Vagner Vieira, todos moradores da Baixada Fluminense, são integrantes da Pública Alternativa, identificada pela enigmatica logomarca em forma de coroa, vista nas divulgações do Cinerock. Em comum, os rapazes possuem o desejo de fazer alguma coisa positiva pelo local onde moram, a paciência de quem espera por resultados gradativos e, é claro, a música.

O que é o Pública Alternativa?
Diego Jovanholi: É um coletivo produtor de audiovisual, design, eventos de música e cinema.

Enraizados Promove Mostra Cultural

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

por Juliana Portella



Sábado, 18 de dezembro, a partir das 17 horas o Movimento Enraizados  promove grande Mostra Cultural. Nesta edição, serão exibidos materiais que foram produzidos durante o ano. Apresentação da produção musical com mais de 8 composições, break, capoeira, teatro, sarau e pock show de Dudu de Morro Agudo, Léo da XIII e Peter MC são as grandes atraçãções.
A Mostra, que será a ultima do ano, terá como grande novidade a participação dos alunos do PROJOVEM que poderão mostrar sua arte para a comunidade e ter reconhecimento de um trabalho de um ano inteiro. Segundo a produção do evento, esse tipo de atividade faz com que o Movimento Enraizados consiga interagir mais com a comunidade, com os artistas locais e com os parceiros institucionais. Portanto trata-se de um espaço aberto para a cultura produzida na Baixada Fluminense.

Para mais informações acesse:
http://www.enraizados.com.br/

Artesão e filósofo do Ceará

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

por Yasmin Thayná

Ao passar pela rua do Hospital da Posse, próximo a entrada do Bairro de Ponto Chic, é possível ver uma sutil loja com sandálias feitas a mão penduradas e um senhor de cabelo branco sentado na frente.

Buraco semanal

por Lucas Lima


Acontece desde julho de 2006 o Cineclube Buraco do Getúlio, na cidade de Nova Iguaçu. Já houve 49 exibições realizadas até esse mês de dezembro. As sessões que agora serão semanais aconteciam sempre no primeiro sábado de cada mês, trazendo curtas-metragens sempre com um tema diferenciado, além de intervenções que envolvem música, teatro, etc.

O grupo responsável pelo cineclube foi contemplado esse ano com um dos editais do Cine Mais Cultura, projeto do Ministério da Cultura que disponibiliza equipamentos audiovisuais de projeção digital. Em contrapartida, as sessões devem ser semanais, com dia, horário e local fixos.

Norte para o cinema

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

por Jéssica de Oliveira

Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia, Acre, Amazônia. Esses são apenas alguns dos muitos estados brasileiros que participaram da 28ª Jornada Nacional de Cineclubes / 3ª Conferência Mundial de Cineclubismo que lotou Moreno, cidade pernambucana, do dia 5 ao dia 11 de dezembro.

O evento foi realizado pelo Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros a fim de que houvesse uma reforma estatutária e de diretoria da organização, sendo também palco da Assembléia Geral da FICC – Federação Internacional de Cine Clubes – 2010. Na ocasião, discussões sobre temas como a inserção do audiovisual no currículo escolar, métodos de relações públicas e de comunicações, sustentabilidade financeira, direitos autorais e do público e a democratização do cinema a todas as classes sociais, não eram nem um pouco incomuns.

Espaço vivo em São João

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

por Felipe Branco


Dia desses me convidaram para ir ao Algaraiva, um bar na Vila Operária, em São João de Meriti. Era uma inauguração de um bar alternativo, aberto a para todos tipos de manifestações artísticas e culturais. O dono da parada é o Gabriel Pimentel, 27 anos, conhecido como Soneca. Gabriel se diz anarquista e viveu um tempo junto a outros ocupantes da Okupação Flôr do Asfalto, na zona Portuária do Rio. A Flor do Asfalto surgiu da necessidade de alguns indivíduos se expressarem culturalmente. “Mas uma cultura à margem, não essa cultura “normal”, explica Soneca, que morou naquela área de cerca de 2500 metros quadrados, dividida em duas partes, com mais de 20 famílias. A outra era um espaço anarquista autogerido, a Flôr do Asfalto.

Batidão no Trem

domingo, 12 de dezembro de 2010

por Juliana Portella



Uma multidão embarcou no Trem do Funk, neste último sábado (11/12). O batidão contagiante que partiu da Estação Central do Brasil em direção ao ramal ferroviário de Belford Roxo é uma iniciativa da Furacão 2000, que conta com apoio da Prefeitura  e da SuperVia.

Inspirado no tradicional Trem do Samba – que leva admiradores do samba numa viagem da Central a Oswaldo Cruz –, o Trem do Funk, que já está em sua segunda edição, dessa vez foi usado para arrecadar brinquedos, que serão doados para crianças do Complexo do Alemão.


O Paizão do Funk, Rômulo Costa, que também é Secretário  de Cultura no Município de Belford Roxo, comandou a festa no último vagão lotado. MC Bruninha, Leandro e as abusadas, David Bolado, Jonathan Costa, Garota X, Mc Leozinho e MC Roque marcaram presença nesse grande festejo que teve continuidade no palco montado na Praça Eliaquim Batista, onde o show agitou o município. "Um evento como esse é importante para evidenciar que o funk faz parte do movimento cultural e musical, portanto merece respeito. O objetivo do evento é dar o merecido destaque ao funk", afirma Rômulo Costa, lembrando que Belford Roxo é um grande referencial do ritmo.

Ao som do DJ bolinha, tocando o Rap da Felicidade, a composição, com capacidade para pouco menos de 2 mil passageiros, partiu em direção a Belford Roxo um pouco depois de meio-dia. Com paradas somente nas estações Jacarezinho, Mercadão de Madureira e Pavuna, o trem seguiu em baixa velocidade e nestas paradas embarcaram passageiros, na maioria jovens, que se surpreenderam e curtiram o som da Furacão durante a viagem.

A composição partiu de volta para a Estação Central do Brasil às 15h.

Mocinhas de Noel

sábado, 11 de dezembro de 2010

por Yasmin Thayná

Na última sexta-feira, pontualmente às duas da tarde na sala Multiuso 1 do Sesc de Nova Iguaçu, Ana Nogueira e Jujuba foram os responsáveis em contar de forma divertida a história de Noel Rosa - A fina flor da Vila, para 50 mocinhas de cabelo branco.

O espetáculo literomusical em homenagem à vida e obra do compositor Noel Rosa foi contado e cantado por esses dois atores, que exaltaram a poesia através de suas canções revelando a história dos bairros de Vila Isabel e adjacências.


Ed Rio e Sampa também

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

por Fernando Fonseca

Fundada em seis de dezembro de 1990, a casa de shows Rio Sampa surgia para os freqüentemente esquecidos seres das terras baixas, em especial os iguaçuanos, como uma inovadora e necessária opção para lazer e cultura. Em seus vinte anos de existência, pudemos acompanhar a passagem dos mais diversos músicos e bandas do circuito nacional. Nomes ilustres como Roberto Carlos, cantor que inaugurou a casa com seu show, Ivete Sangalo, Claudia Leite, dentre outros.


Olodum iguaçuano

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

por Marcelle Abreu e Yasmin Thayná

A parceria colégio Municipal Venina Correia Torres, localizado no bairro Califórinia, com Laboratório Cultural, levou os meninos do grupo de percussão ao evento da prefeitura apresentando um número barulhento com a típica batucada brasileira e animando as pessoas no segundo dia de evento.

Miguel Couto no mundo

por Marcelle Abreu e Yasmin Thayná



O espaço Municipal de Nova Iguaçu na Quinta feira, foi o lugar mais instigante e festivo da cidade mesmo com o calor que fazia.

Natal das chances

por Leandro Oliveira

Na tarde do dia sete de dezembro de 2010, mais um dia do evento natalino e em favor da cultura promovida pela Prefeitura de Nova Iguaçu. Por todo o pátio do paço, projetos das escolas municipais sobre a importância do meio ambiente e da reciclagem de material resultaram em belos acessórios de natal.

Ato de amor

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

por Luiz Gabriel


As chuvas que caíram no início da tarde quase levaram ao adiamento da Festa de Natal da Prefeitura Municipal de Nova Iguaçu, na tarde do dia 6 de dezembro (segunda-feira). Idealizado pela prefeita Sheila Gama, o Natal dos Sonhos foi organizado pela Semed e pelas direção das escolas da rede municipal de ensino da cidade. Todas elas expuseram seus trabalhos no pátio do Paço Municipal.

Cavaleiros do asfalto

por Fernando Fonseca

Seis de dezembro de 2010. Chuva. Verde. Crianças. Sorrisos. Componentes que estiveram presentes ontem na abertura da campanha ‘Natal dos Sonhos’, realizada pela Prefeitura Municipal de Nova Iguaçu. Dentre tantas formas e formatos que se faziam presente, foi possível avistarmos um singelo e fiel grupo de homens vestidos de azul, abrindo caminho com suas cores celestes em um mar de tons esverdeados. Cavaleiros das duas rodas, homens que circulam por entre nós há anos, desbravando os sete mares dos engarrafamentos de cada dia que nos daí hoje. Profissionais da velocidade, utilidade e carisma, que estão sempre aptos e dispostos a nos conduzir para e por todos os lugares dessa nossa terra chamada Nova Iguaçu. Um grupo que, tardiamente, vê-se abraçado pelos direitos da Justiça.

A união faz a força

por Fernando Fonseca


Crianças, professores, religiosos, transeuntes. Inúmeros foram os que estiveram presentes no evento realizado pela prefeitura, onde Natal e Consciência Ecológica assumem um só plano, transformando todo um contexto sócio-cultural. E quem seria mais apropriado a falar deste movimento cultural que não o próprio Secretário de Cultura? Sim, lá estava ele. Um dos componentes dos bastidores dessa incrível obra. Dentre as diversas personalidades que se encontravam aos pés do enorme palco montado em frente à prefeitura de Nova Iguaçu encontramos Écio Salles, nosso secretário da Secretaria de Cultura e Turismo de Nova Iguaçu.

Natal da saúde também

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

por Renato Acácio

Quem passou pelo evento "Natal dos sonhos" no Paço Municipal da Cidade de Nova Iguaçu encontrou, além de cultura e entretenimento, uma boa oportunidade de por a saúde em dia. O caminhão localizado na entrada do evento, que estava abarrotado de crianças, adolescentes e adultos em busca de orientações médicas, faz parte do projeto PSE - Programa Saúde na Escola, uma parceria entre a Secretaria de Saúde e a Secretaria de Educação. A unidade móvel do programa leva uma infinidade de serviços de saúde às escolas e comunidades onde ainda não há postos de saúde ou hospitais próximos. "O programa existe há um tempo, mas só conseguimos tirá-lo do papel em agosto de 2010", conta a fonoaudióloga Rosane Correa, que explica entre um chamado e outro a importância do programa que em menos de quatro meses de existência já atendeu mais de 6 mil crianças do Bairro Escola e outras milhares ainda não contabilizadas do projeto Saúde na Comunidade.

Meteram a mão nas tarraquetas

por Jéssica Balbino

Governo desvia verba e impede 1º Feira Nacional de Hip Hop - Cidadania

Para cobrir outras áreas, governo do DF desvia verba destinada à cultura e obriga cancelamento de evento nacional

A possibilidade de reunir, num único evento, pela primeira vez, na capital do país, ativistas do hip-hop de todo o Brasil, representantes de todas as áreas – rap, discotecagem, dança, graffiti e conhecimento – ficou só no sonho com a notícia dada, nesta terça-feira (7), via twitter e e-mail pelo articulador cultural Dj Raffa Santoro, em nome da Associação Cultural Claudio Santoro junto com Aninha Atitude.

Triste, ele informa que a 1ª Feira Nacional de Hip Hop & Cidadania foi adiada por tempo indeterminado em razão de desvios de “última hora” dos recursos destinados ao evento.

O relator do Orçamento, senador Gim Argello (PTB-DF), anunciou ontem que vai cancelar todas as emendas de autoria dele que tenham por objeto eventos e patrocínios culturais e transferi-las para a infraestrutura turística do Distrito Federal.

Tais recursos já estavam assegurados para o projeto e foram desviados para honrar compromissos do atual governo em outras áreas, o que impede a realização da Feira.

“Com isso, pedimos desculpas a todos que diretamente e indiretamente estavam colaborando, participando na elaboração e divulgação desse evento, como também aos expositores que se preparavam para expor seus produtos e por fim, a todos aqueles que se inscreveram nos concursos oferecidos na Feira”, afirma Dj Raffa.

Por um natal menos comercial

por Raphael Ruvenal e Abraão Turko


Na entrevista com Dom Luciano em evento natalino da Prefeitura promovido em frente ao Paço Municipal, conversamos de fé e do apoio da parte dele a um Natal em que o apelo comercial fosse secundário, não se resumindo só ao Papai Noel, mas ampliado e carregado do verdadeiro simbolismo que nos traz a comemoração do nascimento da figura que mais influenciou esse nossos tempos. Segue abaixo um pequeno trecho da conversa feita sobre os olhares atentos de uma plateia pra lá de criativa:

J.R: Qual a importância desse evento para a Diocese de Nova Iguaçu?

Dom Luciano: Os alunos mostram aqui que podem fazer coisas bonitas, reaproveitando e limpando a cidade. É o verdadeiro gesto de Natal em que há a presença de DEUS, tornando uma data menos comercial. É lindo ver as crianças representando as suas escolas com barracas próprias. Essa árvore de Natal criada com garrafa “pet” é estimulante.

J.R: A Diocese tem feito eventos próprios para ajudar a fazer um natal menos comercial?

Dom Luciano: Já há quatro anos nós nos reunimos com as comunidades para distribuir leites a crianças recém-nascidas do Hospital da Posse, em que as mães são portadoras do vírus HIV. Serão 12 mil latinhas e a cada ano cresce mais. Quem quiser doar é só ir em qualquer comunidade doar, pois as doações serão bem vindas.

Escola enfeitada

por Michele Ribeiro

Hoje, dia 6 de Dezembro, foi realizado no Paço Municipal da Cidade de Nova Iguaçu um evento natalino “Natal 3 erres”, com vários estandes com artigos de natal, apresentações de danças e a participação dos estudantes da rede municipal de ensino.

Um dos destaques desse dia foi a Escola Municipal Kerma M. Franco, de Austin. Após receberem a proposta da Secretaria Municipal de Educação, toda a escola se mobilizou para os preparativos. A professora de artes Albertina trabalhou a reciclagem com os alunos do 8° ao 9° ano, a CPP com os alunos do Horário Integral e a professora Horoneli trabalhou com os alunos do EJA.

Paixão e inspiração

por Desirée Raian

“Olha o tamanho daquela árvore”. Essa foi a fala de muitas das crianças presentes no evento “Natal do 3Rs” (Reduzir, Reutilizar e reciclar). Mas o fascínio não era apenas das crianças. Adultos que passavam pela rua acabavam sendo atraídos para o evento, curiosos.

A árvore tinha mais de 4 metros de altura e encantava a quem chegava. Para a montagem da árvore, foi preciso, além da inspiração dos artesãos Paulinho Coutinho e Regina, um toque de paixão para superar o calor e a chuva que marcaram o dia da montagem, de que participaram 10 pessoas. Não podemos esquecer também que um dos papéis principais para a montagem da árvore foi o das escolas e os das crianças, responsáveis pela coleta das garrafas pets.

Natal ecologicamente correto

por Fernando Fonseca

Não houve chuva que impedisse a realização do primeiro evento natalino realizado pela nova gestão da prefeitura de Nova Iguaçu, liderada pela prefeita Sheila Gama. Realizado em frente à prefeitura depois de uma típica chuva de verão, foi possível contemplarmos o início de um evento natalino que se apresenta com princípios ecologicamente corretos.

Apesar dos tempos difíceis, onde toda uma população ainda estampa em seus olhos resquícios de uma recente onda de terror, fomos capazes de ver perspectivas e objetos sendo reciclados em um ritmo harmônico. Sorrisos que desabrochavam como flores em um universo verdejante feito com dezenas e mais dezenas de árvores de garrafas pet. Dentre as diversas iniciativas propostas pela prefeitura, que
correspondem a esse novo ciclo de consciência ecológica, tomamos como
nada menos que brilhante, a produção de peças, para decoração natalina, feitas a partir de materiais reciclados como madeira, plástico, vidro, papelão e etc. O mais interessante a ser ressaltado, porém, é que tais produções surgiram da criatividade e originalidade de milhares de alunos da Rede Municipal de Ensino de Nova Iguaçu.

Dos vários protagonistas que exibiam suas obras primas em tendas montadas ao redor de uma imensa arvore de natal feita com garrafas pet, encontramos os eufóricos alunos da Escola Municipal Kerma Moreira Franco. Localizada em Austin, a escola marcou presença no evento ao exibir orgulhosamente uma pequena parte de seu acervo
reciclável produzido pelos mais de 500 alunos. “O nosso trabalho apresentado aqui hoje foi baseado em ideias vindas das crianças e dos nossos monitores. Viemos produzindo essas peças, que são compostas de materiais recicláveis, durante todo o quarto bimestre. Criamos fantoches, árvores de natal, guirlandas e diversos
outros enfeites de natal com material reciclado. Infelizmente não pudemos trazer tudo, porque foram centenas de peças criadas, mas selecionamos as que mais se destacaram e aqui estão”, conta, nostálgica, a Coordenadora Política Pedagógica (CPP) da Escola Kerma, Geniva de Oliveira.

E, acima de tudo, contentes mesmo com o resultado de seus esforços estavam os alunos da instituição. “Foi incrível termos feito tudo isso aqui com material reciclado. Fizemos árvores e guirlandas lindas, com materiais que não pareciam ter mais utilidade nenhuma. Agora eu sei, não devemos jogar as coisas fora!”, conta sobre seus aprendizados a aluna Larissa dos Santos, de 15 anos de idade,
estudante do sétimo ano.

A grande vitória resultante desta ação, que tem continuidade hoje no mesmo local, se encontra no fato de que por de trás de tantos sorrisos de superações e conquistas, somos capazes de ver com bastante clareza uma educação e consciência ambiental de milhares de crianças e adolescentes sendo reciclada em momentos de
tamanha importância. Assim confirma Gabriel Barbosa, 12 anos, estudante do quinto ano: “Foi legal brincar de reciclar. Se jogarmos lixo nas ruas, eles entopem os bueiros e enchem os rios. Aí, a nossa casa pode encher também. Colocar fogo também não é legal. Isso mata as árvores e sem elas não dá pra sobrevivermos!”.

Valores que se reciclam junto às obras. Como vimos, ainda há esperanças para o amanhã.

Prefeitura realiza Natal dos Sonhos

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

por Juliana Portella


O primeiro dia de exposições e atividades do natal dos sonhos foi um sucesso. O evento que tem duração de dois dias, 6 e 7 desse mês, tem apoio do comitê de Ação da Cidadania, que compõem os pólos de Nova Iguaçu, Queimados, Duque de Caxias e Belford Roxo, com o concurso que premia residências que apresentarem as melhores decorações de natal. No Município de Nova Iguaçu, a realização ficou a cargo da Prefeitura Municipal em Parceria com as Secretarias de Educação (SEMED) e Cultura e Turismo (SEMCTUR).

 Apresentações de música e dança animaram o público sob a energia da criançada no palco armado no Paço Municipal, em frente a sede da Prefeitura.

Uma árvore de natal com cinco metros de altura foi confeccionada com garrafas pet recolhidas pelos alunos da rede municipal. O símbolo natalino faz parte do projeto 3Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar). Bonecos de neve, guirlandas, presépios e árvores deram um tom especial a festa de natal reciclado. Segundo a professora Dilcéia Quintela, Secretária de Educação, para o sucesso da exposição, a colaboração dos alunos da rede pública de ensino foi de suma importância."A eles foi proposto tirar da natureza aquilo que só prejudica transformando em algo útil. Foram recolhidos materiais do entorno das escolas." explica Dilcéia.

O tema foi escolhido para dar continuidade a temática Biodiversidade, que foi trabalhada durante todo o ano nas escolas da rede.

Criando oportunidades

por Marcelle Abreu


06 de dezembro de 2010. Apesar da chuva que parecia não querer parar e do calor que fazia, o evento Natal dos Sonhos realizado pela prefeitura de Nova Iguaçu aconteceu e chamou a atenção de todos que passavam por perto e a curiosidade os levava a se aproximar para prestigiar as apresentações e passear pela praça que estava rodeada de tendas, nas quais as escolas municipais que fazem parte do projeto escola aberta estavam expondo seus trabalhos, cujo conceito é 3R, reciclar, reaproveitar e reduzir.

O projeto escola aberta foi criado no governo do atual Senador Lindberg Farias, que na época era prefeito da cidade de Nova Iguaçu. Esse surgiu com intuito de colocar as crianças para dentro das escolas nos finais de semana, quando estariam nas ruas expostas a violência e propensas a se tornarem marginais.

Uma conversa, um show: o passado e o futuro

por Marcelle Abreu e Yasmin Thayná



                                                       Fotografia por Marcelle Abreu
Na última sexta feira, o jornada cultural no Sesc de Duque de Caxias iniciou, um pouco atrasado, o show com a banda Visão Periférica que aproxima brancos, pretos, pardos, índios e até italianos, presentes no Jornada Cultural, na hora da Ciranda.

Uma jornada na cultura

sábado, 4 de dezembro de 2010

por Jefferson Loyola


03 de dezembro de 2010, sexta-feira. Foi dada a largada e começou as atrações da 5ª Jornada Cultural da Baixada Fluminense. O evento tem como objetivo dialogar a respeito do cenário atual da produção cultural da região. É um movimento onde conta com a participação de grupos artísticos e agentes culturais da Baixada Fluminense apresentando seus trabalhos, promovendo debates para novas propostas e compartilhando experiências. Esta quinta edição está sendo realizada no SESC de Duque de Caxias, nesses dias 03 e 04 de dezembro. Uma realização SESC Rio, tendo uma união de três unidades do SESC da Baixada: Nova Iguaçu, Duque de Caxias e São João de Meriti.

Às quatro horas o evento iniciou com um espetáculo da banda Visões Periféricas, uma banda que começou a partir de oficinas de maracatu no ‘Reperiferia’ e traz esta cultura pernambucana de maneira inédita, mesclando com ritmos contemporâneos como o Funk e o Pagode. A segunda banda a se apresentar foi a caramujos, uma banda que inova o conceito de pop rock na Baixada Fluminense, fazendo muito barulho e com grande criatividade. Assim que se entrava no SESC, eram perceptíveis as exposições dos artistas plásticos Gabriela Boechat e Daruich Hilal, além das duas exposições fotográficas: Olhares da Baixada e Moçambique e Brasil: Um Olhar sobre o Outro.

Entre os muros da escola

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

por Hosana Souza


“Nós estávamos cansados de só obedecer queríamos fazer algo por conta própria que nós desejássemos realmente”, diz a estudante Ana Claudia Robould, 16 anos. Um desejo adolescente que tinha mil motivos para se tornar uma rebelião contra as formas de poder do Colégio Estadual Arruda Negreiros se transformou no maior projeto já produzido na instituição escolar.


“A escola têm os mesmos projetos culturais a uns mil anos: é o coral e o grupo de dança. Eles são mantidos ano após ano pelas alunas do Curso Normal, que não o faziam por prazer e sim pela obrigação quanto à carga horária”, explica, a também aluna, Esther Cavalcante, 17. “Ninguém tinha a liberdade de fazer aquilo que gostava, ou simplesmente fazer aquilo que era solicitado mais da maneira que desejasse, nós éramos obrigados a só obedecer as maluquices daquela criatura ignorante”, completa, fazendo referência a animadora cultural da escola.

Dado o cenário e os inúmeros conflitos, ainda com a obrigação de cumprir a carga horária do estágio as alunas do primeiro e segundo ano se reuniram e se uniram para formar um grupo em que elas pudessem mostrar seus talentos e ainda mais, pudessem desenvolver seus trabalhos à sua maneira. “Eu acredito que a parte mais legal em tudo isso é a união que escola têm a partir de então, não brigamos mais nem competimos, aprendemos o quanto cada um é importante”, conta Esther.

Jornada Cultural chega à 5ª edição

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

por Juliana Portella


O Rapper BNegão e sua banda fazem show de graça sexta-feira às 20h30

Vários grupos artísticos da Baixada fluminense participarão da 5ª edição da Jornada Cultural, que será realizada no Sesc de Duque de Caxias, nesta sexta e sábado. No primeiro dia as atividades começam às 15h, com exposição de livros de autores da Baixada Fluminense. Música, dança e debates sobre o cenário cultural da região são algumas atrações. Às 20h30 o rapper BNegão  faz show de graça, com apresentação de Léo Almeida.

No sábado, a programação tem início às 10h. A presença de um público vindo de municípios como Nova Iguaçu,  São João de Meriti, Belford Roxo e Duque de Caxias, será encarada como uma oportunidade de diálogo único. É hora de discutir e respirar cultura da Baixada na Baixada. Ter um público protagonista que fortaleça suas iniciativas e apresentem seus trabalhos.  Não fique de fora.  Para mais informações, ligue: 3659-8377/8412

Migração Ilegal

por Juliana Portella

Rio, novembro de 2010. Duas facções que guerreavam pelo controle das favelas do Rio se uniram na tentativa de impedir a pacificação de mais favelas e estão por trás de uma onda de terror que parou o Estado do Rio de Janeiro. Evidentemente, com todos esses acontecimentos, eu não tive dúvidas que isso se estenderia a Baixada Fluminense que foi - ou talvez ainda seja - uma região muito violenta. E aqui meu amigo, não tem o Bope nem UPP.

A vitória, uma semana depois, ainda não é definitiva. O Poder Público ainda mantém a ocupação da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão. O policiamento reforçado nas ruas e as operações policiais parecem conseguir conter a onda de violência no Rio. Três dos grandes chefões ainda são procurados. Pelas várias vielas do Complexo do Alemão a polícia ainda trabalha. Parece que é a chegada da tão sonhada paz  nas favelas do Rio. Mas o que me preocupa é a possibilidade desse crime organizado mudar de lugar. Há rumores de que bandidos que conseguiram fugir a caça policial estejam migrando para a Baixada Fluminense. Mais precisamente para os Municípios de Belford Roxo e Duque de Caxias, que têm um histórico associado ao tráfico de drogas e são os municípios onde eu trabalho e estudo.

Espero que tudo fique bem e que a minha historicamente desfavorecida Baixada Fluminense não seja esquecida e volte a ser mundialmente conhecida como a região do crime.

A guerra urbana acabou?

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

por Jefferson Loyola


As favelas no Complexo do Alemão e a Vila Cruzeiro foram pacificadas. Ainda não foi feita a implementação da UPP, porém até que seja feita, os policiais irão permanecer no local, deixando os moradores mais tranquilos. Mas a população ainda se pergunta: “Será que acabou?”. Ontem, 30 de novembro, ao voltar para casa, o pânico tomou conta de mim. Trabalho em Nilópolis, e na volta pego o ônibus da empresa “Nilopolitana” para Comendador Soares. O que sempre foi rotineiro acabou tornando-se medo. Talvez fosse desnecessário, porém, com os últimos acontecimentos, é mais que normal ficar atento.

Ao entrar no ônibus, meio cheio, sentei no último assento do lado esquerdo, próximo da janela. No ponto seguinte, entrou um rapaz, aparentando ter uns 20 anos, e sentou nesta última fileira com cinco assentos, mas do lado direito, também na janela. Até este exato momento tudo normal, mas um minuto depois de o rapaz ter sentado, ouço um barulho de isqueiro. Quem em plena e absoluta sanidade mental fumaria dentro de um ônibus? Sim, eu já fumei. Enfim, isso não vem ao caso. O rapaz estava brincando de acender a janela do ônibus.

Faltou divulgação

por Desirée Raian

Mesas sem copos e cadeiras sem pessoas. Esta era a visão de quem chegava à abertura do Baixada Emcena, no último dia 18 de novembro, no Ginásio da Leopoldina Machado. A expectativa era grande, o público aguardava um grande show. Mas como nem tudo são flores, o evento acabou dando “zebra”.

“O lugar hoje em dia está abandonado", lamenta o músico Nike, com a autoridade de quem estudou anos naquela escola e viu a quadra acolhendo inúmeros eventos esportivos, musicais e políticos. Para o músico, o evento teria lotado se tivesse sido realizado no Espaço Na Encolha, pois está em plena atividade, as pessoas estão acostumadas a ir para lá.

Fato histórico

por Michele Ribeiro

Nos últimos dias o Rio de Janeiro vivenciou um fato histórico, de grande importância para o povo brasileiro , em especial a população do Rio de Janeiro.

Várias manifestações de violência foram promovidas pelos traficantes, como incêndios a ônibus, arrastões e tudo isso repercutiu na Baixada Fluminense, impedindo assim que a pessoas tivessem um dia normal de trabalho.

A Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro, em uma união inédita com o Governo Federal decidiu invadir a Vila Cruzeiro e o Complexo do Alemão, o que foi possível com o auxílio das Forças Armadas e da Polícia Federal, pois o contingente das Polícias Militar e Civil seria insuficiente para tal medida.

Por anos essas comunidades vivenciaram dias de medo e violência, sob o jugo do trafico, tendo seus direitos violados. A ocupação trouxe a esperança de dias melhores para todos aqueles moradores. Agora os projetos de políticas publicas, como projetos culturais e esportivos, poderão ser realizados.
Através da colaboração da comunidade e do estado o principal direito dessa população será assegurado, o direito da paz.

Momentos deliciosos

terça-feira, 30 de novembro de 2010

por Leandro Oliveira

"Na rua e no meio na galera". É assim que se pode definir a Rádio Rua, um dos principais parceiros do Baixada Encena, que tomou de assalto os espaços culturais de Nova Iguaçu nas duas últimas semanas. Duas poderoas caixas de som montadas em uma tenda na Praça Cine Iguassu (antiga rodoviária) das 15h às 19h atraíram olhares curiosos dos transeuntes.

Rodrigo Batata e Marcelo Pelegrino estão à frente desse projeto, contemplado com recursos do I Fundo Municipal de Cultura Escritor Armando Fraga. "A proposta do projeto é interagir com o público", conta Rodrigo Batata, que se surpreendeu com o convite feito pela produção do Baixada Encena. "Não escolhemos as músicas sozinhos."

Baixada encena

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

por Yasmin Thayná



Dessa vez, todo o Rio de Janeiro têm sido afetado com a violência desses últimos dias. A Polícia Militar do Estado, o Batalhão de Operações Especiais e a Polícia Civil, estão em árduo serviço na Vila Cruzeiro e o Complexo de Alemão que foi uma opção obrigatória nessa onda de pacificação. Eventos cancelados, pessoas prisioneiras da mídia, alienação, boatos.

Incabível prisão

sábado, 27 de novembro de 2010

por Jefferson Loyola

“Encontrei-o, onde não esperava encontrar. Após anos de procura, olhar perdido ao passar em Mesquita e Nilópolis, posso respirar e dizer: encontrei-o. Essa respiração, que aparentava em meus sonhos ao encontrá-lo, era de tranquilidade. Mas no calor e na multidão atrás de grades, tornou-se ofegante.”

Sexta-feira, 26 de novembro, assisti ao filme “Sonho possível (The blind side)” junto de presos na carceragem da 52ª DP. “É triste ver vocês vindo até aqui, exibindo os filmes e após, indo embora. Enquanto nós permanecemos”, disse um dos presos para mim, assim que ia entrando no pátio. Até o término do filme, achava que esta seria a coisa mais marcante que poderia ter me acontecido ao visitar pela primeira vez uma carceragem. A experiência me angustiava de tal forma que é dificil descrever com palavras.

Ao entrar e não conseguir olhar para os presos, sentei junto da Yasmin Thayná, também jovem repórter, no primeiro lugar que vi e olhei para a tela onde seria exibido o filme. Mesmo que o filme ainda não tivesse começado, o meu olhar fixou e não conseguia virar meu rosto para onde os presos se encontravam. Quando não estava prestando atenção no filme, só conseguia olhar para minha companheira de trabalho.

O filme e a Yasmim eram minha válvula de escape do mundo que me encontrava, atrás de grades. Fazia-me sentir como estivesse em casa, em pleno domingo, assistindo a um filme deitado no sofá, mesmo que o chão da carceragem fosse bastante desconfortável. O filme iniciou e em pouco tempo havia sido interrompido. Alguns dos presos iam receber visitas e o filme deveria ser pausado, pois chamariam os nomes e não podia haver barulho algum.

Dois tanques de guerra

por Josy Antunes

Hoje eu vi dois tanques de guerra. Às 10 horas da manhã, impregnados nas minhas retinas, já estavam duas grandes, verdes e pontentes máquinas de destruição do exército brasileiro. Soldados, tanques e policiais se espalhavam no trajeto minha casa x minha escola. Belford Roxo x centro do Rio. Queria não ter saído de casa. O medo me fez pensar assim. Não tendo jeito, saí, carregando o mesmo medo que preferia ter ficado debaixo de uma coberta. Saí pra me deparar com os dois tanques de guerra. Assim, ao vivo e em prontidão, museu nenhum tinha mostrado. Mas nós vimos - eu e meu medo. Na escola, um quase vazio. Ouvi de uma colega, horas mais tarde, que o caminho "até que estava tranquilo". E eu disse: "vi dois tanques de guerra". Tanques de guerra ela também viu e comentou: "me assustei, até que lembrei: o Rio está em guerra".

Dia tranquilo

por Marcelle Abreu

Era um dia normal e tranquilo em Caxias, até que alguém chegou na sala gritando: “Gente, vai ter arrastão”. Eu ri, só podia ser boato. Pouco depois mais notícias, tiroteio na Penha. É, a situação estava esquentando e eu longe de casa.

Desço o viaduto correndo, só queria pegar o ônibus e chegar em casa. Quando olho a placa no ponto um papel informava: ônibus só até as 21h. Suspeita de ataque.

Meu coração disparou, entrei no ônibus e fechei os olhos. A única coisa que me restava naquele momento era rezar para que tudo ficasse bem e eu chegasse em casa.

Uma peça pra chorar

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

por Yasmin Thayná e Amanda Duque


    Leandro Santana interpreta Antenor. Retirada do álbum de fotografias do Centro Cultural Queimados Encena

Nesta sexta feira, o Baixada Encena exibiu ao público do Sylvio Monteiro pontualmente às 20 horas a peça "Qual a idade é a melhor idade," da Companhia Teatral Queimados Encena. A companhia é um dos braços do Centro Cultural Queimados Encena, criado pelo ator Leandro Santana.



Cidade maravilhosa

por Luciana Baroni

Rio de Janeiro, cidade maravilhosa... maravilhosa? O que pode ter de tão maravilhoso nestas favelas, nestas crianças que deveriam estar estudando e estão se matando, se drogando, se prostituindo? Achar o Rio uma cidade maravilhosa no meio deste caos seria covardia. Os traficantes fazem o que querem, pois a “cidade maravilhosa” é dentro de um país onde só há impunidade. Estudar, fazer uma faculdade, de repente virou fora de moda e hoje em dia, quem não se droga, como eu, é careta! Pois sou careta sim! Esse mundo de hoje é e sempre será o mundo dos fracos e ignorantes, que preferem usar a total ignorância como desculpa para não ir á luta e serem pessoas de bem. Enquanto houver políticos corruptos, gente sem o menor escrúpulo no poder, que nós colocamos, nós votamos, haverá violência, impunidade, drogas e corrupção.

Prova de fogo

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

por Jéssica de Oliveira


O post ficará sem foto porque não quero ficar olhando pra uma imagem de violência toda vez que acessar o blog. Não merecemos.

Primeiro escolhi o título, depois percebi o quanto ele se encaixa na situação que o Rio de Janeiro se encontra.

Ontem, fui ao Flamengo para fazer a cobertuda do 1° Encontro Cidade & Cultura morrendo de medo. Muito medo. Tentei não pensar muito no assunto, mas não tinha jeito de escapar dos meus próprios devaneios. Esse Tsunami de incêncios, roubos, arrastões e tiroteios me trouxe muita tensão.

Na ida, qualquer engarrafamentozinho me tirava do sério. Na volta, estava tão nervosa, que para não abrir a porta da van e sair correndo aos prantos, reclinei a poltrona e resolvi dormir. Minutos depois, acordei e vi qua ainda estava parada e então pensei "prefiro sonhar do que ficar com maus pensamentos na cabeça" e assim fiz.

Território e espaço público

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

por Jefferson Loyola

O primeiro encontro Cidade&Cultura foi apresentado pelo seu segundo dia, e ultimo, com uma mesa debatendo espaço público e território. Recapitulando sobre o que é o evento, ele se trata de um encontro para rebatimentos no espaço contemporâneo sobre a cultura e cidade. A mesa foi composta por Claudia Pfeiffer, Catia Antonia da Silva, Marcella Camargo e Camila de Oliveira, tendo como mediadora Ana Clara Torres.

Inicialmente Catia Antonia apresentou um vídeo com fotos, em forma de slides, demonstrando territórios utilizados, alguns na Baía da Guanabara mostrando cinco colônias de pescadores que não estão registradas como territórios. Explicou sobre os tópicos: Espaço público e território, entrando na definição de “Estado” e mostrando a correspondência comum entre eles. “A interferência do Estado está presente dentro do território e do espaço público”, afirmou ela.

Esfera pública ou espaço público corresponde ao comum o que pode ser visto e ouvido pelos outros e por nós mesmos, ou seja, a realidade. Território já pode ser definido como uma área de soberania do estado de expressão das relações de poder e de lutas entre grupos, classes e até mesmo sujeitos. “Território não é um conceito simples, mas um conceito antigo”, disse Catia, a quem território pode se pensar a partir dos usos.

“A Baía da Guanabara seria ou não um espaço público?”, questionou a palestrante, exemplificando que espaço público não se tem dono, mas na hora de cuidar, onde estará ele? Reforçando sempre o pensamento de espaço público numa dimensão de visibilidade, suas considerações finais foram: o reconhecimento das horizontalidades e verticalidades no espaço geográfico e a luta contra a invisibilidade de espaço público proferidas em seu discurso.

Segundo dia de Cultura & Cidade

por Jefferson Loyola

24 de novembro de 2010, quarta-feira. Começará daqui alguns minutos o ultimo dia do encontro Cidade & Cultura que acontece na UFRJ – Campus Flamengo. O evento tem uma grande repercussão ao mostrar o papel que a cultura vem desempenhando nos processos urbanos contemporâneos e sua relação com a cidade.

Hoje teremos a palestra de Claudia Pfeiffer, Catia Antonia da Silva, Marcella Camargo e Camila de Oliveira (integrante dos jovens pesquisadores de Nova Iguaçu), falando sobre o tema espaço público e território. Além de Lívia de Tommasi, Écio Salles e Alessandro Conceição, norteados pelo tema espaço público e diversidade.

O evento irá tomar conta da UFRJ até às 17h, mesmo horário que terminou ontem. Confiram a cobertura do evento ao longo do dia aqui no blog do Cultura NI.

Desconstruindo palavras

terça-feira, 23 de novembro de 2010

por Jefferson Loyola


1ª mesa: espaço público e memória 
Primeiro Encontro Cidade & Cultura, evento promovido para debater sobre a cultura e cidade no espaço público contemporâneo, estando dentro de um padrão acadêmico, inicia a 1ª mesa falando sobre o espaço público e memória. Compondo a mesa esta Frederico Araujo e Laura Maciel, tendo como mediadora Regina Helena Alves da Silva.

“Fiquei surpreso com uma fala de interlocução sobre o que eu irei falar aqui”, disse Frederico, em relação a sua desconstrução de memória e espaço público apresentada e uma possível réplica dos participantes da palestra. Assumindo o compromisso de falar sobre o assunto, ele resolveu falar sobre o espaço público e memória como palavras que seriam uma só. “Não vou falar sobre o Espaço público ou memória de forma geral e nem mesmo de um lugar em especifico”, afirmou.

Desconstruindo e construindo um novo conceito para as palavras apresentadas na palestra de maneira completamente acadêmica, e que para alguns causou um pouco de confusão por não entender claramente o objetivo proposto por sua reflexão. “Vamos iniciar as perguntas para as provocações expostas pelos palestrantes”, disse Regina Helena, finalizando e dando inicio a série de perguntas construindo um debate.

Impregnação cultural

por Jefferson Loyola


Apresentação do Maestro Armênio após a mesa de abertura
Primeiro encontro Cidade & Cultura - rebatimentos no espaço público contemporâneo - esta acontecendo na UFRJ, campus do Flamengo. O encontro tem como objetivo uma discussão e reflexão conjunta sobre os assuntos que giram em torno da cidade e cultura, e ente as políticas urbanas e culturais. “O evento foge um pouco do padrão acadêmico quando se trata de um encontro e traz palestras, junto com debates após das mesmas”, disse Lílian Fessler Vaz, participante em conjunto na mesa de abertura do evento com Regina Helena Alves da Silva, Paola Berenstein Jacques e Marcia Ferran.

Paola Berenstein trouxe questões do evento que ocorreu no dia anterior, também no mesmo espaço. A impregnação deixada em Paola pelo “Corpocidade” era visível ao acrescentar os tópicos que foram do evento anterior e serviam como oportunidade para serem compartilhados no primeiro “Cidade & Cultura”. Assuntos como a crise do sujeito corporificado, a pacificação do espaço público, e a esterilização da esfera pública, foram prioridades em sua fala.

Após a fala das participantes da primeira mesa, neste dado momento, inicia-se a apresentação do Maestro Armênio Graça Filho. Ele começa a falar sobre a cartografia cultural: os pensares, saberes e fazeres do grande sertão.

Cidade é Espaço Público

por Larissa Leotério


Está oficialmente aberto o 1º Encontro de Cidade e Cultura. Acontecendo no campus do Flamengo na Universidade Federal do Rio de Janeiro, o evento propõe dois dias de debates com os temas: 'Espaço Público e Memória', 'Espaço Público e Cultura' e 'Espaço público e diversidade'.

A abertura do evento contou com a presença de Regina Helena Alves, Lilian Fessler Vaz, Paola B. Jacques, além da representante da Secretaria de Políticas Culturais do Ministério da Cultura, Marcia Ferran.

Marcia Ferran inicia falando sobre a atual preocupação com o tema cidade e dos planos de políticas públicas para a arquitetura e fenômenos urbanos. Ela comenta da importância da discussão do espaço urbano para além da ação do Iphan num espaço de saber acumulado como o da UFRJ. Oportunidade para falar sobre o Programa Culturas Urbanas e Cidades Criativas.

Hora de discutir a cidade

por Lucas Lima


Na manhã dessa terça-feira, será discutido a reflexão em torno das relações entre cidade e cultura, políticas urbanas e políticas culturais. O 1º Encontro Cidade e Cultura acontece no Colégio Brasileiro de Altos Estudos - UFRJ (Av. Rui Barbosa, 762 - Flamengo).

Na manhã do primeiro dia do evento, que acontece também no dia 24, estão na mesa Regina Helena Alves da Silva - UFMG, Lilian Fessler Vaz - UFRJ e Paola Berenstein - UFBA, com uma breve abertura, falando sobre da territorialidade, urbanização e a cultura.

Logo mais, às 10:30, Maestro Armênio Graça Filho comanda uma apresentação sobre "Os pensares, saberes e fazeres do Grande Sertão".

Afro-contemporâneo

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

por Renato Acácio

Como parte das comemorações da semana da consciência negra na cidade, neste domingo no espaço cultural Sylvio Monteiro às 17:00 foi apresentado o espetáculo de dança "Filhos da África", dirigido por Ney Andrade. O coreógrafo e pesquisador de danças étnicas colocou no palco 10 bailarinos da sua companhia "Ney Andrade", de São João de Meriti. Dividido em dois atos e três momentos( Origem, encantamentos e oferendas), "Filhos da África" é um espetáculo que mescla a dança afro com a dança contemporânea. "Estou trazendo para o Brasil um estilo chamado afro-contemporâneo, que vem a ser a tentativa de não ser tão folclórico como costumam ser os espetáculos puramente afros e nem tão abstrato como é a dança contemporânea", explica o coreógrafo, que já tem mais de 25 anos de bagagem no mundo da dança.

"Filhos da África" vem sendo preparada desde junho deste ano e a apresentação de domingo marcou o "parto", como diz Ney, do espetáculo porque a apresentação de ontem serviu na verdade para a equipe gravar em vídeo o espetáculo. "Ainda preciso inserir coisas e lapidar algumas outras, mas foi importante a apresentação de hoje, porque mesmo não estando realmente pronta, acabamos com a angústia e cobrança que os bailarinos sofrem em estrear logo".

Apesar de inacabado, no perfeccionismo do coréografo, e ainda sendo custeado pelos próprios bailarinos e também o coreógrafo, que está em busca de apoios e parcerias, o espetáculo garante 50 minutos de grande prazer plástico. Não só os movimentos precisos dos bailarinos, mas também suas expressões faciais marcantes e a iluminação pontualmente cronometrada, tornam a apresentação inesquecível. Na plateia os vinte e poucos sortudos que foram ao espaço conferir a apresentação também saíram impressionados com o que viram. "Estou pasma! Foi uma coisa linda de se ver!", disse dona Celina Maria, avó de uma das atrizes da peça que se iniciaria logo mais no mesmo palco. "Eu não entendo muita coisa de dança, mas tudo o que eu vi eu adorei: as músicas, as luzes e os bailarinos são verdadeiros artistas!", comentou Tânia Ferreira, que soube da apresentação através de um de nossos jovens repórteres.

Se já na pseudoestreia "Filhos da África" impressionou os amantes da dança presentes e os leigos apenas apreciadores das coisas belas, é esperar para ver como ficará o espetáculo após a lapidação de Ney Andrade!

Parte III – O fim? Não. Apenas o começo.

domingo, 21 de novembro de 2010

por Jéssica de Oliveira

A Casa da Paz estava sendo esvaziada, após seu fechamento. As caixas que saíam carregadas para a rua não tinham destino algum além do lixo. Mas uma coisa chamou a atenção de Edilso Maceió: livros, muitos livros, uma infinidade de livros. Todos eles seriam jogados fora. “Pelo amor de Deus, não faça isso!”, disse Edilso à funcionária que lhe contara o que seria feito com as obras. “Os livros foram doados pela Nestlé e, como a Casa iria ser fechada de vez, eles iam se desfazer de tudo. Daí eu peguei os livros e trouxe em três Kombis, porque eram muitos”.

 
A luz que se acendeu na mente de Edilso o mandou levar todos aqueles livros para Nova Era. Mas onde colocá-los? Na casa de sua irmã Eliete seria impossível e como aqueles livros ganhariam vida na mão de seus leitores se Edilso ainda fazia parte do Afro-Reggae de Vigário Geral?

 
Na época, Edilso recebia um salário de 500 reais. Daí resolveu alugar um “barraco” – como ele mesmo costuma dizer – por 100 reais. “Coloquei todos os livros lá e comecei a divulgar que eu os emprestaria”, conta. A repercussão foi tanta, que os moradores do bairro faziam uma grande fila na porta do barraco para pegar os livros. “Aquilo foi incrível! As pessoas viram os livros como uma grande novidade, porque eles não tinham acesso algum às obras”.

 
Mesmo sem saber, Edilso desenvolvia seu primeiro projeto no bairro, que antes não oferecia absolutamente nada a seus moradores. E então, todas as tardes, saía de Vigário Geral após prestar seus serviços ao lado de José Junior e ia em direção a Nova Era, abrir seus “espaço” para emprestar os livros à comunidade e contar  histórias àqueles que não podiam ler.

 
Entretanto, o projeto, que nasceu de um simples desejo, uma vontade de mudar, estava tomando proporções que Edilso não previra. “As pessoas estavam aprovando de tal forma aquilo tudo, que eu senti que precisava fazer mais”. E assim, Edilso se desvinculou do Afro-Reggae para se dedicar inteiramente à Nova Era. 

Senzala Cultural

por Juliana Portella

O 3º dia da programação do Baixada Encena- evento de congregação artística - coincidiu com o dia da Consciência Negra. A data remonta ao dia 20 de novembro de 1695, quando Zumbi dos Palmares morreu. Segundo Lino Rocca, produtor e idealizador do evento, o objetivo do Cabaré Cultural é reunir artistas de várias linguagens num mesmo lugar e, dentro dessa data que é referência nacional de luta da população negra pela liberdade, nada melhor que torná-la tema.


O encontro artístico foi realizado no Bar Estação Floresta, localizado a Rua Floresta Miranda- Centro de Nova Iguaçu. Ótimo lugar para quem quer encontrar os amigos, curtir uma boa MPB e tomar uma cerveja.

O cantor e compositor, Antônio Mariano interpretou músicas em homenagem ao dia da consciência negra. Dona Arminda e D´xum, ambas de Hélio de Assis, e Olhos coloridos, sucesso na voz de Sandra de Sá, fizeram parte do repertório. Marcaram presença também os cantores Dida Nascimento e Zeca pessoa dando um tom mais reggae a senzala cultural.

Além de música tivemos intervenções poéticas. Estiveram presentes o poeta Moduan Matus, que realizou intervenção com a poesia “ Tem gente com fome” de Solano Trindade; Marcio Rufino, do grupo Pó de Poesia que recitou dois poemas de sua autoria, “negritude” e “negra loira”;Ivone Landim, do Grupo Fulanas de Tal, recitou seu poema “mãe preta”; Si, fez sua intervenção com o poema “Negro” de Raul Golpe.

Houve também exibição dos curtas: “ Tá bom aí” e “Lapa de Rua” do jovem Diogo Mirandela, morador do município de Queimados. Com apenas 19 anos, Diogo estuda cinema na ONG Cinema Nosso, na Lapa. Seu filme “ Lapa de Rua” participou do 5º fesvital de Jovens Realizadores o Mercosul e da Mostra Brasil-França Cinema/Rua.

Interessante mesmo dessa noite nada convencional, é que enquanto havia intervenção poética ou musical, o VJ (vijing) Paulo China dava um show de mixagens com imagens. A manipulação em tempo real de imagens é realizada através de uma biblioteca de imagens misturada a muito talento.

Com Programação até o dia 28 - próximo domingo, estima-se que essa 3ª edição do Festival Baixada Encena ainda reuna muitos artistas de diferentes linguagens com objetivo de valorização da cultura na Cidade de Nova Iguaçu.

 
 
 
 
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