Guia mais que afetivo

sábado, 22 de janeiro de 2011

por FernandoFonseca


 
 
“A palavra da periferia, um dos braços da performance do guia afetivo da periferia, dá a possibilidade de outras pessoas falarem de seus
processos criativos de vivencias da cidade”. Assim disse Marcus Vinícius Faustine, autor do livro ‘Guia afetivo da periferia’ e um dos
grandes personagens na frente do projeto ‘Apalpe – a palavra da periferia’, realizado nos dias 20, 21 e 22 de Janeiro de 2011 na Cede
da Cia dos Atores, Lapa.
Casa lotada, diversidade em todos os níveis perceptíveis, ou não. Tanta diferença. Tanta igualdade. Contos que se criam. Recriam.
Infinitas possibilidades de se reinventar um universo singular. Um único ponto de partida, diversos pontos de chegada. Em um infinito
particular tão próximo ao de todos, como se colocar diante as possibilidades? A resposta já se encontra na porta de entrada...
Apalpe!
Roda de debate sobre o processo criativo das oficinas apalpe, com os convidados Écio Salles, George Araújo e Rafaelle Castro. Vídeos
criados pelos alunos da Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu a partir do romance ‘Guia afetivo da periferia’, com uma ilustre banca formada
por personalidades do meio como: Carlos Alberto Mattos, Ivana Bentes e Luis Carlos Nascimento. Esquetes teatrais apresentadas pelos
participantes da oficina ‘Apalpe’, produzidas a partir de adaptações dos textos literários produzidos pelos jovens autores do projeto. Para
esta parte, banca de peso: Daniel Schenker, Jô Bilac e Márcia do Valle. O nosso diálogo enfim chega à terra das misturas, se fundindo
ao meio em ritmo harmônico. A ruptura da distância entre os extremos pólos pela Literatura. Difícil locomoção. Fácil adaptação.
Dos oito vídeos apresentados, nota-se a dificuldade da banca em avaliar a defesa dos projetos feita pelos diretores das obras em
audiovisual. Cinema e palavra representando um... Muitos. Na pele, muito mais que simples representações estéticas. Uma grande tela
branca se transformando em um espelho gigantesco ao qual toda uma classe se vê refletida. Olá, nós somos a classe C... E viemos pra
ficar!
“Acredito que todos nós criamos um mapa em todos os lugares que vamos. Nós somos um mapa. Nossa vida é um mapa”, afirma Juliane Mello,
roteirista do curta “Eu mapa”. O curta “Pôr do sol” tem seu roteiro alicerçado em um dos pensamentos do drama de Faustine, ao qual este
diz que “o melhor momento do dia é o pôr do sol”. Breves adaptações a serem minuciosamente avaliadas por: Carlos Alberto Mattos, jornalista,
pesquisador e crítico de cinema, Ivana Bentes, diretora da Escola de Comunicação e do Pontão de Cultura da ECO, da UFRJ e Luis Carlos,
presidente do Cinema Nosso.
“Passaram-se dois meses para que os alunos fizessem experimentações e, posteriormente, pudessem escolher como criar o curta-metragem deles.
Enquanto tudo isso acontecia, o roteiro era criado” explica o professor da Escola Livre de Cinema, Clayton, um dos responsáveis por
de trás de toda a metodologia implantada nas aulas da Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu. Uma maior aproximação com os lugares visitados,
uso de recursos como internet e vários tipos de linguagens são visíveis nas obras. O áudio visual da periferia dançando ao som dos
aplausos. A mais bela dança.
Para o mais votado, uma bonificação de R$ 250. O resultado poderá ser conferido hoje, as 19h00, na estréia do programa de auditório
‘Apalpe’, que será transmitido ao vivo, via web, pelo endereço: www.apalpe.wodpress.com
É a sétima arte desabrochando em um imenso jardim como a mais bela flor de janeiro. Com um cheiro cítrico de laranja típico da ‘cidade
perfume’, é capaz de mexer com os outros em todos os sentidos. Centro. Periferia. Periferia. Centro. O começo e o fim? Já não sabemos mais.
Pra sentir toda essa nostalgia? APALPE!
 

1 Comentários:

Luana Vieira disse...

Esse Faustine é uma comédia!
gostei muito do evento, pena ser longe da Baixada...
bjs

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