O mais extenso município da Baixada

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

por Fernando Fonseca

Dez horas da manhã, Quinze de janeiro de 2011. Nova Iguaçu - Bairro da Prata. Igreja de Santo Antônio da Prata, Diocese de Nova Iguaçu. Era possível contemplarmos, neste santuário iguaçuano, centenas de pessoas celebrarem uma jornada de mais uma jornada de mais de um centenário de luta, esperança e perseverança... O povo iguaçuano festejava os 178 anos de existência de Nova Iguaçu!

Construída no século XVIII, a Igreja católica se faz presente durante os séculos como um dos maiores patrimônios Históricos da Baixada Fluminense, repleta de vivacidade e memórias. Passos de uma líder emocionada rumo ao altar. A visível emoção transcrita em lágrimas. Em seguida, foram professadas, pelo Bispo Dom Luciano, palavras de fé e luz, as quais enchiam os corações dos que ali se encontravam. Um pastor guiando seu rebanho num misto harmônico entre Política, História e Religião. Palavra santa, poderosa de fé que quando não envenenada, cheia de razão. A paz do lar de nós mesmos, em paz. Com totalidade, com potencialidade, com força.



Uma História há muito esquecida e pela maioria desconhecida, tomava formas singulares. Era possível tocarmos o passado como se ele realmente fizesse parte de nós. Durante duas horas o vimos tomar formas únicas e singulares. Por hora, perplexos. De repente, conscientes. Mas ainda assim o vimos e acompanhamos. Políticos, moradores da região, imprensa, religiosos, crianças, jovens, adultos e
idosos... Dilatações etária, econômica e religiosa que bebiam da mesma fonte. A tradução fiel do poderes político e religioso em prol de uma sociedade harmônica.

Em oração, pedidos de perdão por pecados que se arrastam há séculos. Em memória, as vítimas das catástrofes provocadas pelas recentes chuvas na Região Serrana. Em presença, o comprometimento do poder político frente à população. Em palavras, fé.
Nada escapava das intérpretes, localizadas ao altar, que foram contratadas para transpor a celebração na Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS. Emoção em cada gesto, beleza em cada sinal. Quanto à História, quando olhamos não nos encaixamos. Quando vemos não voa longe. Graças ao professor de História e Coordenador do Instituto Histórico e Geográfico de Nova Iguaçu Ney Alberto foi possível captarmos sua essência. “As pessoas precisam saber que Nova Iguaçu faz parte da nossa História. Foi às margens do Rio Iguaçu que vimos surgir o mais extenso município da Baixada da Guanabara. Cafezais, laranjais, rios e a estrada de ferro. De Iguaçu Velha à Maxambomba. De Maxambomba à Nova Iguaçu. Criação do poder legislativo e executivo. Prefeitura. Tudo isso para chegarmos à época do loteamento”. Sem dúvidas o maior estudioso de nosso município.

Quem representou a Câmara Municipal foi a professora Marli Câmara Freitas. “Estamos aqui para falar e renovar nosso compromisso com a cidade. De lutar e continuar a cada dia trazendo benefícios para esta população. Por isso a importância de renovarmos esse compromisso. A Câmara é a casa do povo e estamos ali, efetivamente, para defender Nova Iguaçu e fazer com que sua população tenha direito à vida.”

Em suas considerações finais, ouvimos a Senhora Prefeita Sheila Gama discursar... “Queremos dizer que Nova Iguaçu é o berço da Baixada Fluminense e continuaremos nesse compromisso de luta. Hoje é um dia muito especial de comemorações, mas também de dor pelo povo da Região Serrana. Quanto à conquista, são 178 anos em que o povo participa com muita luta e suor. Queríamos celebrar esse evento em um local que
traduzisse esse significado de Nova Iguaçu, um lugar que resgatasse a História dessa cidade. Agradeço a todos o empenho para que obtivéssemos esse resultado. Metade da minha vida eu dediquei a essa cidade.” Encerrando, entrega o Troféu dos Laranjais à família de Carlinhos da Tinguá, homem que, hoje falecido, muito contribuiu para nosso município.

As intenções para os próximos aniversários da cidade de Nova Iguaçu é que sejam comemorados em locais de tamanha importância para o município quanto a Igreja de Santo Antônio da Prata. Eventos que deixam marcas profundas na nossa História, ao qual nem o tempo é capaz de apagar.

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