Vale a pena

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

por Dandara Guerra


A vida está sempre nos surpreendendo. Estava na casa de minha mãe em Arraial do Cabo, quando o celular tocou. Era um úmero desconhecido. Atendi intrigada. “Oi, Dandara, tudo bem?", disse uma voz fina, que em seguida se apresentou como Bel, da Casa da Alessa. Meu coração disparou quando ela fez o convite para eu trabalhar como modelo, ainda mais indicada pelo Alex Firmino, que segundo ela é um grande admirador meu.

Fiquei superansiosa para saber do que se tratava, mas ela disse que explicaria melhor em um encontro em Ipanema. "Tem como você vir hoje?", perguntou. Respondi que naquele dia não teria como, mas no dia seguinte estaria lá. Sem falta. Quase não dormi aquela noite, com medo de não chegar a tempo para nosso encontro. Teria ônibus? A estrada estaria engarrafada?


Na “Casa da Alessa”, explicaram-me que iria trabalhar na Rio-Porter como modelo de prova, experiementado as roupas da estande que os clientes comprariam, como uma forma de estimulá-los a sacar o cartão de crédito. Gostei da ideia, pois era um trabalho diferente e divertido. Mas fiquei ainda mais animada quando descobri que no mesmo espaço estava acontecendo o Fashion Rio, um evento do qual sempre quis participar. Sempre quis desfilar no Fashion Rio, como aquelas modelos que via na televisão quando era criança. Mas antes tinha que arrumar uma boa agência.

Só havia gente bonita e famosa, como Luana Piovane, Vanessa Giácomo, Ellen Jabour, Luciano Szafir e Martinho da Vila, entre outros. Engraçado é perceber o quanto a moda é uma questão séria, que envolve muito dinheiro e, é claro, beleza. É fácil se deslumbrar neste ambiente. Me senti importante quando os fotógrafos da moda me descobriram com as roupas da grife. Saí no IG e em outros site e moda. Cheguei a receber proposta de algumas agências.

Vi o quando esta vida pode ser boa, porém ilusória. Tive diculdades, pois senti dores ao ficar doze horas em pé de salto alto, sem tempo direito nem para comer. Havia, além disso, dificuldade para chegar ao local, saindo de Mesquita, onde moro com meu pai.

Mas nem por isso deixei de dar o meu melhor. Vi o quanto meu universo é diferente das meninas da burguesia, e o quanto o poder aquisitivo atiça o pior de cada um. Mas pensei em um poema de Fernando Pessoa, para quem “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. Para mim sonhos são feitos para dar sentido à vida. Um pouco do meu sonho foi realizado ao fazer este trabalho, provando que uma garota da Baixada pode provar que não tem uma “alma pequena” .

2 Comentários:

Hosana Souza disse...

Parabéns moça bonita.. muitas outras vitórias virão..

Anônimo disse...

obrigada meu amor

Postar um comentário

 
 
 
 
Direitos Reservados © Cultura NI