Yes, nós temos globalização

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

por Renato Acácio

O domínio da língua inglesa em tempos de globalização deixou há tempos de ser um diferencial para se tornar uma necessidade. Os mais atentos já devem ter reparado na quantidade de cursos e escolas de idiomas que abrem as portas em nossa região. Essa não é só uma constatação visual, pois o mercado das escolas de idiomas realmente está aquecido. “Parece absurdo, mas houve épocas em que eu pude escolher onde trabalhar”, afirma Bianca Teixeira, estudante de desenho industrial e professora de inglês há 5 anos. Trabalhando atualmente em duas escolas, uma em Nilópolis e outra em Nova Iguaçu, Bianca avalia que o principal motor da busca pelo conhecimento do idioma é o mercado. “Talvez em outros tempos fosse mais fácil dar aulas de inglês, porque os alunos, pelo menos adolescentes, como muitos casos meus, aprendiam por interesse. Eu vejo mais um crescimento de consciência da importância por parte dos pais do que deles próprios”, analisa a jovem de 24 anos, que aprendeu a língua por prazer na adolescência.



A língua inglesa só perde para o mandarim no quesito número de falantes, mas é de longe a mais influente no planeta. Em tempos de muitas viagens e economia em crescimento, muitas pessoas procuram aprender o idioma também por causa das viagens. “Esse público costuma ser formado por jovens adultos e pessoas de meia idade. Eles têm a peculiaridade de querer aprender rápido e de ser mais esforçados que a juventude. A maioria entra aqui com uma viagem, um intercâmbio em mente, ou planos de fazer um mestrado fora do país. Falar inglês é essencial”, afirma Bruno de Melo, professor de inglês há quatros anos, dois deles em uma rede especializada em cursos dinâmicos em Nova Iguaçu, que prometem pleno domínio em nove meses de estudos.

E não é preciso ir muito longe para se deparar com a imposição da língua como fator digno de ser transportado. Na internet, nos aparelhos eletrônicos, nos jogos e livros sem edição em português, é possível reparar que os que têm maior intimidade com a língua inglesa têm ou melhores oportunidades ou desfrutam melhor dos mesmos. “Tive muita sorte de ser criada com essa consciência que só na última década aconteceu. Imagino que seria tudo mais difícil pra mim. Coisas simples como baixar um filme na internet e simplesmente assistir, ou antes ler um texto da faculdade, que será útil pra mim, na minha monografia, seriam verdadeiros desafios”, confessa Isabelle Mattos, estudante de filosofia da UFRJ, que é filha de professores de Português e Inglês.

Outro fator que impulsiona o interesse pelo aprendizado do idioma além das necessidades acadêmicas ou de mercado é a onda de estrangeirismo no país. A cultura norte-americana é tão forte em nosso cotidiano, que segundo a professora Bianca Teixeira, que tem muitos alunos jovens, antes de perceberem a necessidade da fluência no idioma, eles querem participar desse sentimento, dessa cultura que atinge em maior ou menor grau de profundidade a juventude brasileira. “Quando eles começam a entender suas músicas favoritas e jogos, a coisa fica mais fácil de levar, eles veem um sentido em cumprir aquelas aulas extracurriculares e meu trabalho flui melhor. Por isso sempre busco incitar isso neles através de músicas e vídeos e fazer a diferença do inglês dado nas escola, que independentemente de boa ou não, o idioma nunca é ensinado adequadamente.”


Seja por prazer ou necessidade, entusiastas ou não da cultura pop norte-americana, o fato é que falar inglês na era da informação se tornou uma condição de experimentar na sua totalidade o dinamismo dos tempos. E se abster de aprendê-lo é se restringir e se isolar.

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