As meninas da cidade de Shakespeare

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

por Marcelle Abreu

Avon. Revista de cosméticos que há décadas vem mudando a vida não apenas de brasileiros, mas de pessoas no mundo inteiro. No Brasil há 100 anos, a Avon nasceu nos EUA quando seu criador David Mc Connell resolveu trocar a venda de livros porta em porta e investir no ramo de perfumaria. E não é que deu certo?

David investiu e chamou Florence, que foi a primeira revendedora, quando a revista ainda nem se chamava Avon. O nome veio décadas depois, em uma homenagem ao escritor inglês Willian Shakespeare, que admirava. Ele retirou o nome da cidade onde nasceu o escritor, chamada Stratford on Avon.



Hoje são mais de 5 milhões de revendedoras e muitas delas tiram da revista o sustento da casa. Esse é o caso de Maria da Silva, que resolveu buscar uma fonte de renda na Avon por causa das dificuldades de movimentação inerentes a uma mãe de quatro filhos. “Meu marido é trabalhador, mas o dinheiro é pouco e como eu conhecia pessoas que vendiam Avon e que conseguiam um dinheiro com as vendas, corri atrás e hoje nossa família vive bem”, conta a dona de casa.

Mas há quem revenda a revista para poder comprar os produtos ali anunciados, revertendo os ganhos com suas vendas em compra para uso próprio. É simples. Muitas ainda estudam e não tendo como conciliar trabalho e estudo optam por revender Avon. Assim, ganham dinheiro e ainda podem escolher o melhor horário para trabalhar. E o dinheiro que ganham é investido na própria revista. “Gosto de maquiagem e dos cremes da revista e vi que revendendo eu poderia ganhar meu dinheiro e ainda poderia arcar com as minhas despesas", conta Rayra Duarte, 20 anos, que é revendedora há um ano e meio e não pretende parar tão cedo.

Outras meninas começam a vender pela simples necessidade de ver as promoções, novidades, o que está entrando no mercado. Quem acha que é brincadeira não conhece Maiara Martins, 19 anos, que se tornou revendedora quando sua fornecedora parou de vender os produtos Avon. Ela então se inscreveu no site e logo entraram em contato para que fizesse o cadastro. “O fato de começar a vender Avon está diretamente ligado ao ato de consumir. Quando se trata de lucro, o meu consiste no fato de eu mesma não comprar coisas mais caras, já que não busco um público e a escolha da Avon foi ao acaso”, explica a estudante de produção cultural.

1 Comentários:

Mayara disse...

Muito bem escrito.

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