Cinema de guerrilha

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

por Josy Antunes e Yasmin Thayná
Uma foto de infância seria capaz de entregar o futuro profissional de uma pessoa? Numa velha fotografia, com pai, mãe, irmão e seus oito anos de idade, o iguaçuano Miguel Nagle sorri diante dos estúdios Universal, nos Estados Unidos. Hoje, aos 27 anos e com uma bagagem de mais de 30 curta-metragens, Miguel revela o comentário que não o deixa esquecer de sua própria "promessa": "Eu tinha uma explicadora que dizia que já novinho eu falava que ia fazer cinema".

O cineasta responsável pelo filme que abriu o II Iguacine - o documentário "Um dia de Laura" - não assumiu de primeira o desejo pela sétima arte. Motivado pelo ramo de trabalho de seu pai, que possui uma empresa na área de informática, Miguel optou pelo curso de Ciência da Computação na hora de escolher "o que ser quando crescer". "Fazer cinema é uma realidade muito longe, ainda mais pra quem mora em Nova Iguaçu", justifica ele, que até hoje recebe expressões espantadas ao dizer que é um diretor cinematográfico.

Bastou um semestre no curso pra que Miguel decidisse largar os números e cáuculos. "Eu acho fundamental fazer o que gosto". O início de sua trajetória como estudante e realizador de cinema aconteceu na Universidade Estácio de Sá, onde cursou a graduação por dois períodos. "Acho que comecei em 2002 e tranquei em 2003. O curso era muito teórico e muito caro. O preço aumentava muito. E tava muito perigoso na faculdade", lembra ele sobre o campus Rebouças. Para se manter no curso, Miguel precisava demandar não só o valor da crescente mensalidade - que se iniciou no valor de R$400 e no terceiro semestre já ultrapassava os R$1.000 - mas também os custos com o transporte de Nova Iguaçu para o Estácio, além de materiais e alimentação. "Aí eu tranquei a matrícula. Depois de um tempo abriu a Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu".

Miguel incressou na ELC em 2007, o segundo ano de funcionamento da escola. Exatamente neste ano, o então estudante de cinema percebeu que aquilo era o que queria fazer por toda a vida. "Ver o seu trabalho estampado na tela é muito maneiro. Depois que eu entrei na ELC, eu busquei as coisas com tanta vontade que as coisas foram acontecendo muito rápido", explica ele, cujo primeiro trabalho em audiovisual na escola foi um videoclipe num circo.

A partir do clipe, e dos elogios concedidos ao grupo que o realizou - composto pelos alunos Miguel, Melise Fremiot, Vagner Vieira e Wallace Valadão -, um grupo foi formado com o intuito de ser um coletivo produtor de material audiovisual. Nascia aí a "Belê Filmes", que recebeu novos integrantes e hoje é responsável pela realização do Cineclube Digital, no SESC de Nova Iguaçu. No mês de estreia, em janeiro de 2009, cerca de 200 pessoas prestigiaram a memorável sessão, entre espectadores e realizadores convidados da Baixada Fluminense. Na ocasião, os presentes ainda puderam se deliciar com um coquetel da Art Pão. E os integrantes da Belê já podiam ser vistos trajando as populares camisas do Cineclube Digital, idealizadas pela designer Desiré Taconi. "A gente falava muito "E aí, belê?". O Vagner tinha umas gírias idosas, tipo supimpa", justifica Miguel, a respeito do nome da produtora.

Com o fim do primeiro ano de estudos na Escola Livre de Cinema e a mesma vontade de buscar coisas novas com a qual vinha se destacando, o jovem diretor se candidatou a uma bolsa num curso oferecido pelo Grupo Estação - a organização responsável por eventos como a Maratona Odeon, na Cinelândia. "Eles têm um curso, que é bem carinho até, em Botafogo, que é o Laboratório Estação". Lá, através de uma bolsa concedida devido ao seu envolvimento com a ELC, Miguel teve aulas do gênero documentário com Simplício Neto, documentarista e pesquisador de cinema. Esta introdução no gênero antecedeu um novo período na Escola Livre, em Miguel Couto. Novas turmas seriam formadas para um módulo inteiro dedicado ao estudo da "História e estética do documentário", com aulas ministradas por Mariana Baltar. "Ela passou um exercício pra casa de documentário observacional", introduz Miguel. "Você tinha que fazer um vídeo diário, ou seu, ou de alguém da sua família. Foi aí que surgiu 'Um dia de Laura'", narra ele, que usou uma câmera VHS emprestada e fitas de viagens da família para realizar a obra. "Se você assistir o material bruto, do nada entram imagens do Beto Carreiro World", ri o cineasta.

O que a princípio seria um "simples" exercício de aula, tornou-se uma das obras mais queridas por Miguel dentre sua filmografia pessoal. O resultado foi tão positivo, que nem chegou a ser exibido perante a turma de Mariana - o filme recebeu um convite para abrir o festival de cinema da cidade, o Iguacine. "Eu estou em busca de fazer um filme tão sincero como aquele. João Moreira Salles, depois que fez o "Santiago", não fez mais nenhum filme. Ele chegou à conclusão de que ele nunca vai conseguir fazer algo tão sincero. Mas como eu sou viciado em fazer filmes, eu não parei", compara ele, que garante que "Um dia de Laura" é uma mescla do aprendizado obtido com Mariana Baltar e Simplício Neto.


No decorrer daquele ano, 2008, Miguel aprimorava seu conhecimento nos três departamentos do cinema que lhe despertavam maior interesse: roteiro, direção e montagem. A área de atuação profissional de seu pai desta vez lhe presenteara com um computador da Apple, com o programa Final Cut - editor profissional de filmes - já instalado, o que lhe garantia uma certa "mordomia" na realização dos exercícios da ELC, pois podia montá-los em casa sem precisar entrar na "disputa" pelo uso das ilhas de edição coletivas. "Eu meio que aprendi a editar sozinho. Depois fiz o módulo de edição na escola", lembra ele, sobre as aulas com Gragório Mariz, no segundo semestre de 2008. "Foi uma escola legal, eu tive professores legais, até de fora do país. E o legal de lá é que foi meio que uma introdução mesmo. Não era muito aprofundado e tal. A gente fez dois filmes em 2 anos e eu acho muito pouco. Eu acho que a Escola Livre poderia investir mais nisso", aponta Nagle.

Durante o mesmo ano, a cidade de Nova Iguaçu recebia pela primeira vez a visita da oficina itinerante Tela Brasil, que selecionou alunos através de inscrições e da seleção de possíveis argumentos para curtas. "Eu não fui selecionado. Entrei na oficina como ouvinte", recorda Miguel, frisando que se sua história fosse um filme, não haveria cenas que o contrariassem, como a citada. Apesar da condição de "não selecionado", seu argumento, intitulado "Folhas secas", foi escolhido pelos participantes da oficina como um dos roteiros a serem desenvolvidos para as filmagens. "E é legal porquê eles dão toda uma estrutura pra fazer um curta, que tem o apoio da Buriti Filmes, é uma coisa muito importante. Foi minha maior experiência naquela época", acrescenta ele.

Meses depois, uma nova experiência com a Tela Brasil não estaria incluída no roteiro autobiográfico de Miguel Nagle: a oficina retornava ao Rio de Janeiro, desta vez em Cabo Frio, onde selecionariam 3 ex-alunos de Nova Iguaçu para estagiar na nova turma. "Eu fiquei em quarto lugar, mas uma pessoa não pôde, aí eu fui. Foi por repescagem de novo". Num roteiro "clássico", Miguel teria sido selecionado de primeira. Do convívio anterior com a equipe Tela Brasil, Miguel guardara a amizade com o cineasta Henry Grazinoli - para quem exibiu o recém-finalizado curta-doc "Um dia de Laura". "Quando terminou o filme, ele tirou os óculos e secou as lágrimas", retrata Miguel, que foi chamado pra conversar enquanto o novo amigo fumava um cigarro e se recompunha da emoção contida nos 15 minutos com Laura. "Você tem uma cópia desse filme? Eu posso usá-lo na minha aula de documentário? Você tem que ir pra São Paulo, tem que morar em São Paulo, você tem um olhar legal", lançou Henry, para espanto de Miguel, que pela primeira vez era apontado para o mercado audiovisual em SP.

Com o final do ano letivo na Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu, e com a certeza de que não cairia bem frequentá-la por um terceiro ano, o futuro do Miguel, enquanto cineasta, começava a ser repensado. As duas possibilidades de graduação na área estavam praticamente eliminadas: universidades particulares eram caras e as públicas demandavam um esforço descomunal em estudos para vencer o vestibular. "Não tenho saco pra estudar disciplinas como português e matemática. Aí eu falei: 'vou procurar umas bolsas.' Mandei e-mail pra Darcy (Escola de Cinema Darcy Ribeiro) e pra vários lugares, aí comecei a procurar cursos em São Paulo. E foi aí que eu conhecí a AIC (Academia Internacional de Cinema)", detalha Nagle, que após checar as parcerias da instituição e constatar as possibilidades positivas, não teve dúvidas: "Essa é a boa!". Com diferença de uma semana entre o dia em que enviou a solicitação e o dia em que recebera a resposta, Miguel angariou a única bolsa anual destinada a ONG Observatório de Favelas, no Rio de Janeiro. "Era uma quarta-feira e eles mandaram um e-mail dizendo que na segunda-feira começariam as aulas".

No primeiro semestre de 2009, o iguaçuano Miguel Nagle estava em São Paulo estudando Direção Fílmica na melhor instituição de ensino da linguagem cinematográfica do Brasil. "Foi complicado largar tudo, largar amigos pra ir atrás de um sonho. Mas foi superimportante eu ter ido pra São Paulo", alega, acrescentando bem-humorado: "Eu tenho complexo de sonho interrompido. Eu vou dormir, quando eu acordar isso não vai existir". Quando eu ganhei a bolsa pra AIC eu não acreditei, até sentar na cadeira na minha primeira aula".

Com a bolsa de estudos já garantida, Miguel ganhou o apoio do irmão Luciano Melo, redator publicitário, que já morava no estado havia cerca de cinco anos. Com escola e moradia, o cineasta sentou diante de seu computador enviou a notícia a todos os seus contatos de SP, feitos através da Oficina Tela Brasil: "Ganhei uma bolsa na AIC, tô indo pra São Paulo". "Eu até brincava: 'Pô, Deus, sem querer pedir muito, você me abençoou com essa bolsa, agora eu podia arrumar um emprego lá, né?!'", recorda Miguel, que em seguida foi contactado para trabalhar como co-roteirista de um projeto de Henry Grazinoli, além de acompanhá-lo como câmera em entrevistas com grandes nomes do cinema para o Portal Tela Brasil. "Eu cheguei em São Paulo com AIC e com trabalho. Essas coisas são surreais, Deus é muito bom".

Em oposição às experiências vividas na graduação em cinema e na Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu, a Academia Internacional de Cinema exigia muita produção. Através disto cada aluno era avaliado. Sem provas e sem muita teoria. "Lá é muito prático. E a arte você só aprende praticando. Às vezes eu tenho umas crises de abstinência se eu não fizer filme".

Ao final do semestre, do módulo da AIC e do freelancer com Henry - que gerou um seriado de 13 episódios - Miguel recorreu ao amigo Vitor Ribeiro para uma nova etapa em São Paulo. Conhecera Vitor - que fazia parte da produtora O2 e era educador do Tela Brasil - no set de um curta-metragem. Ao pedir a Vitor uma ajuda para ingressar na O2, ele o questionou: "Você vai ficar muito atarefado com a AIC e trabalhar na
produtora, vai ocupar seu tempo demais". Mas Miguel aceitou o desafio antes mesmo do sim: "Mas eu quero tentar, eu vou conseguir. Pode deixar". A insistência do rapaz o levou a tomar conhecimento do que é,
de fato, fazer cinema. "Saí de Nova Iguaçu, estudei na Escola Livre de Cinema e, agora, estava na maior produtora da Americana Latina em menos de um ano".

Ao chegar na O2, Miguel ficou no casting. Como exemplo das funções destinadas a este departamento, Nagle detalha: "Se tinha 100 crianças, a gente filmava, editava e mandava pra direção da propaganda. A direção olhava, mandava para a agência de publicidade que contratou e, por fim, fazia uma reunião com cinco crianças escolhidas". Além disso, a sua proximidade com a direção da propaganda lhe fez aprender sobre direção. "Eu trabalhava diretamente com a direção. Tinha 70 pessoas na equipe que usavam rádio. Tinha dois canais. O canal 2 era a produção. O canal 1 ficava o assistente de direção 1, assistente 2, o diretor e eu. Eu aprendi muita coisa com esses diretores. Ficava observando como eles decupavam a cena, a valorização de takes que eles dão. Eles buscam a perfeição nessas produções".

As produções na O2 são milionárias e aqui, na Baixada, Miguel chegou a fazer um curta que custou oito reais, o que é uma diferença muito grande. "São caminhões de equipamento, aluguel de locação do tipo Morumbi, rolos a balde de filme, são muitas pessoas e muito dinheiro para se fazer um comercial. Eu tenho um pouco de cinema de guerrilha só com meu "revólver" e, ao mesmo tempo, sei como é chegar em um lugar ter um "canhão, aviões"... Tudo! Fico pensando que a gente aprende a fazer vídeo".

Miguel já fez comercial da Sebrae, Vivo, Oi e outros. Mas o que mais marcou foi um comercial da Coca-cola que Fernando Meirelles dirigiu. "Eu filmei com o Meirelles! Foi muito importante. Uma coisa é
trabalhar na produtora dele; outra é filmar com ele". Outro fato interessante na O2 é que ela poduz a partir do contrato fechado. "Se a Coca-cola, por exemplo, e a Antártica fecham contrato com a produtora, eles fazem mesmo. Não importa se são marcas diferentes. Eles fazem as propagandas".

O comercial do papel higiênico Neve, cujo mordomo oferece um rolo de papel higiênico na bandeja, esbanjou orgulho em Fátima Miguel, a mãe dele. "Minha mãe ficava toda boba quando eu dizia que tinha feito parte da equipe dos comerciais de TV. Eu ligava pra ela e ela ficava toda eufórica".

Laís Bodanzky, uma das fundadoras do Tela Brasil, foi convidada para contar na Globo News sobre as oficinas e o cinema itinerante que percorre todo o Brasil. Dentro do esquema de reportagem, a central da Globo pedia também que estivesse presente um aluno que trabalhasse no Tela Brasil. "Pensaram logo em mim e eu, inacreditavelmente, fui na Globo News junto da Laís dar entrevista".

Além disso, ainda nessa época, Miguel foi fazer matéria com o Luiz Bolognesi - sócio da Laís do Tela Brasil - Daniel Rezende, montador do Cidade de Deus, e acabou acompanhando o processo mais
caro, antes do Tropa de Elite, no Brasil que Laís estava dirigindo cuja produção era da Warner Brós: "As melhores coisas do mundo".
"Os cursos de periferia até te ensinam coisas importantes para o cinema indústria. Mas são poucos que passam por essas oficinas que conseguem participar de grandes produções. Te ensinam várias coisas, mas a gente não tem estrutura. Fala um curta que alguém faz que custou oito reais e o diretor de fotografia tem um foquista? Acho que as oficinas deveriam ensinar cinema de guerrilha. Quer fazer um travelling, faz com skate, cadeira de rodas, carrinho de bebê". Na O2, Miguel contou como é grande o zelo com as pessoas famosas que gravam comerciais. "Quando se faz algum comercial com alguém famoso do tipo Pelé, a forma da cena que o diretor quer primeiro é ensaiada com alguém escolhido no set e depois, nos takes finais, chama o Pelé pra filmar. Porque se ficar fazendo 30 cortes com o cara, ele cansa. E não pode cansar o ator. O diretor só chama quando vai rodar e já está tudo definido."

Cinema é quase uma utopia no Brasil. Muita persistência, circulação, estudo e suor podem levar um brasileiro a realizar seu sonho. Nagle não é só um diretor, roteirista editor e, quando pode, um "diretor-ator estilo Hitchcock".


A produtora 4U Films, que veio para ficar, tem proposta de produzir filmes temáticos. Miguel disse que montou um grupo de pessoas de vários lugares do Brasil com filosofias parecidas. "Tem gente de Minas, do Rio, da Baixada, de São Paulo, do Paraná. Luan Felipe, Douglas Gomes, Pedro Dias, Josy Antunes, Daniel Brito e outros. É uma equipe muito "profissa". O nosso primeiro filme foi o "Não me deixe te deixar". O orçamento foi quase zero. O filme teve uma repercussão muito boa. Com cerca de 200 visitas por dia, a gente já tem mais mais de dez mil views. E o resultado foi muito bom. É o melhor filme de ficção que já fiz". A próxima produção da 4U Films vai se passar dentro de um assalto. "Estaremos com o próximo em abril", contou o diretor. "Na verdade, o filme que eu mais gosto sempre é o próximo".

Em uma das oficinas em São Paulo que deu aula pelo Tela Brasil, uma aluna conhecia o Moisés Menezes, que estava montando uma equipe de um longa. A indicação da menina resultou em Polônia. "Conversamos no Skype, disse das minhas experiências e ele disse: Tô com um filme pré-produzindo. Vou filmar no Brasil e na Polônia. Quer ser meu assistente de direção? Topei na hora e fui para a Europa. Era um cinema meio termo. Nem muito barato nem muito caro. Fui para a Polônia, fui em Praga, na República Tcheca. Foi muito legal. Lá é tudo muito diferente. A arquitetura, o clima, a gastronomia e a cultura. O diretor era brasileiro, o operador de câmera era de Hollywood, o diretor de fotografia era polonês. O meu assistente falava português, inglês e polonês. Se eu não lembrava alguma coisa em inglês, eu falava português. Não tive problemas com o idioma", explica Nagle, já de volta a São Paulo, onde finalizará em 2011 seu curso de direção na Academia Internacional de Cinema.
Links relacionados:
Fotografias de Miguel Nagle: http://www.flickr.com/photos/miguelnagle
Algumas das obras do cineasta: http://vimeo.com/miguelnagle

6 Comentários:

SIRF disse...

Perfil espetacular. Digno do Miguel. Vocês duas podem ir tão longe quanto ele. Basta entrar na guerrilha.

Julio Ludemir disse...

Perfil espetacular. Digno do Miguel. Vocês duas podem ir tão longe quanto ele. Basta entrar na guerrilha. Tenho orgulho de acompanhar o crescimento das duas.

Hosana Souza disse...

Aplausos!

Brunna Luayne disse...

Show _o_ \o/ Parabens Miguel!

Alberto Ritchelli disse...

Nossa esse rapaz cresceu muitoo!

Dandara disse...

Nossa que história! estou sem ar!!

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