Você me daria 15 minutos da sua atenção?

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

por Bruno Moura


De segunda a sábado, de manhã ou de tarde, não importa. Eles estarão lá. Com um olhar simpático e cheios de história para contar, eles nos abordam geralmente com uma proposta inovadora e que em geral mudará a nossa vida. Oferecem-nos produtos e serviços que jamais procuraríamos. São os representantes comerciais. São vistos como chatos pela maioria das pessoas, mas quem para e ouve suas propostas geralmente fica surpreso com as inúmeras oportunidades que ignoramos no dia-a-dia.



“Boa tarde, você me daria 15 minutos da sua atenção?” É dessa forma que o estudante de designer gráfico Thiago Leite, de 24 anos, consegue atrair a atenção de quem está passando pelo Calçadão de Nova Iguaçu. Morador do Bairro Don Rodrigo, também de Nova Iguaçu, ele sabe que não é fácil atrair a atenção das pessoas. Por isso são necessárias muita educação e perseverança para que o dia de trabalho seja produtivo.

Thiago trabalha em frente ao Bob's do Calçadão, abordando as pessoas e convencendo-as a entrar para conhecer as possibilidades do designer gráfico que a escola Seven de Computação Gráfica tem a oferecer. Ele faz isso com a convicção de quem mudou a própria vida por intermédio do local cujos serviços vende. “Essa oportunidade me abriu muitas portas", conta ele, que hoje está fazendo treinamento para trabalhar na manutenção de computadores. “É gratificante ver que gente que eu fiz a pesquisa já está estagiando”, acrescenta com um entusiasmo juvenil.

A timidez do estudante de telemarketing Tássio Felipe, promotor comercial do curso Prepara de Nova Iguaçu, não lhe permite falar com tanto entusiasmo do seu trabalho, mas é a ele que atribui o fato de hoje ser uma pessoa muito mais fluente. “Os 'nãos' são inevitáveis, mas a gente não pode desanimar, tem que correr atrás”, conta ele, cujas abordagens são feitas com base em um feeling muito particular.“Se eu vejo que a pessoa tem perfil de ser interessada eu abordo”, explica ele, que também faz uso do curso para o qual trabalha.

Sempre em frente às Lojas Americanas do Calçadão, Cíntia, de 26 anos, garane o sustento dos dois filhos como promotora de vendas da OI. "Para vencer aqui, tem que ser comunicativo e não ter vergonha", conta ela. "Não tem muito mistério, não. Quem segue essa receita garante bons ganhos no fim do mês”, garante ela, cuja renda, junto com o salário mínimo do tio e da mãe, ajuda a enquadrar sua família na emergente classe C. A promotora também fez boas amizades no trabalho. “Geralmente as pessoas voltam para agradecer que a linha está funcionando bem e que foi bem rápida a instalação”, orgulha-se.

0 Comentários:

Postar um comentário

 
 
 
 
Direitos Reservados © Cultura NI