Tóquio é aqui

terça-feira, 29 de março de 2011

por Saulo Martins

Andando pelas calçadas do bairro da Califórnia numa tarde de domingo, é praticamente impossível cogitar a ideia de que está acontecendo um evento de uma cultura tão forte. No último dia 20, o Anime Shinta, evento de animes, mangás e cultura japonesa, realizou uma edição especial no Espaço Na Encolha, em Nova Iguaçu. O evento acontece regularmente no último domingo do mês no Espaço Cultural Sylvio Monteiro, no centro de Nova Iguaçu.

O organizador, Marcelo Marques, o Shinta, 31 anos, diz que a sua proposta inicial era poder dispensar a necessidade de ir ao centro do Rio para aproveitar esse tipo de evento. "Eu sempre ouvi todo mundo reclamando da falta de um evento desses aqui e do quanto era ruim ter que se deslocar tanto para participar dos encontros." A coragem de Marcelo foi reconhecida pela equipe do SESC de Nova Iguaçu e o evento começou a ser realizado lá. "O Shinta já tem nove anos. Três anos no SESC e seis anos no Sylvio Monteiro", orgulha-se Marcelo.


Todo o público, ou a sua grande maioria, é de fãs da animes (desenhos animados feitos no Japão) e mangás (histórias em quadrinho feitas no estilo Japonês). Rodeados de videogames, jogos de cartas e roupas características, todos ali têm um mesmo propósito: trocar informações e experiências que absorvem aqui, no mundo ocidental, sobre a cultura do oriente. "É a primeira vez que venho a um evento desses, estou achando tudo muito divertido", conta Matheus, 15 anos. "Eu costumo assistir aos animes em casa, mas nunca tinha ido a um encontro sobre esse assunto".

A cultura pode assustar os olhos leigos, mas é inofensiva. O universo criado pelos desenhos tem características fantasiosas e imaginárias, quase sempre. E é representado nas roupas e cabelos dos fãs, que causam um impacto quando vistos por pessoas que não conhecem a cultura nipônica. Os eventos são sempre recheados de olhos pintados e cabelos coloridos inspirados nos seus ídolos, e com o Anime Shinta não é diferente.

Há também um grande consumo de objetos que remetem aos desenhos. Lemos Fernandes, 35 anos, vende chaveiros, cartões, canetas, quadros e DVDs contendo os episódios das séries favoritas dos fãs. "Trabalho nesse evento há sete anos, aqui é a minha base", relata. Apesar de já ter trabalhado em outros eventos, o Shinta é o seu preferido por ter sido o seu início nesse mundo e por trazer algo novo para a Baixada Fluminense.

É realmente muito difícil imaginar tudo isso andando pelas calçadas do bairro da Califórnia num domingo ensolarado, mas com certeza não é um erro, após a descoberta do evento e da cultura, visitá-lo para descobrir todas as vertentes e possibilidades disponíveis.

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