Web Semântica na era 3.0

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

por Raize Souza e Samara Braga

Artigo


Você já se imaginou vivendo como os personagens da série “Os Jetsons”? Ou ainda como no longa-metragem “A.I- Inteligência Artificial” em que o Dr. Know, que representa a inteligência artificial, é questionado pelo humano sobre a existência de Deus e responde “Agora sim”. Ou, quem sabe, em uma biblioteca com um robô chamado Torem que filtra todos os livros e entrega somente a informação que você necessita?

Desde 1927 o homem produz longas metragens sobre a interação do homem com a máquina, mas já faz um tempo que a ficção das telonas está se transformando em realidade. A web 1.0, 2.0, 3.0. A cibercultura - cultura no meio virtual - no compasso da inteligência artificial é o que vem nos proporcionar essa interação.

Vamos começar a explicação com a web 1.0, considerada o começo da internet, que teve início na década de 90. Composta pelo navegador Mosaic, com poucos links, conteúdo estático, limitado e com poucos emissores de informação, afinal, só os especialistas em computação tinham a técnica necessária para publicar algo na rede.

Evoluindo no assunto e nas fases da rede está à web 2.0. Que começou em 2003 e inspira a elaboração de conteúdos mais dinâmicos e simples de serem manuseados, dispensando em muitos casos os especialistas e expandindo assim a possibilidade de diálogo, a ampliação dos níveis de interatividade e sites de caráter colaborativo, como por exemplo, a Wikipédia onde todo mundo pode produzir informação, há oito anos.
 
 
Com isso, há um crescimento exponencial de blogs, Fotologs, redes sociais, ferramentas, winkis e outras novas mídias que participam do processo de multiplicação de informações. Além da criação de sistemas de geolocalização como o GPS e de Keepers, como microondas e afins, foram criados também agentes inteligentes, Knowbots, que se tornam necessários para a navegação, um exemplo claro são os buscadores.

Nessa era 2.0, o Google virou a supremacia de busca e 99,9% do sistema Google é inteligência artificial. Contudo, o Google somente rastreia 17% do ciberespaço, os outros 83% são chamados de underground da internet, são aqueles sites que possuem uma busca personalizada de acordo com aquilo que você mais busca.

O Google e o Gmail são exemplos de sites que utilizam a inteligência artificial, pois quando você envia um e-mail, o Gmail designa os links da coluna de propaganda relacionados com o que você escreveu. Exemplo: se no seu e-mail tem a palavra ligado, a propaganda terá algo relacionada com a palavra. Outro exemplo é o método de pesquisa do Google: se você digitar, hoje, a palavra “rock” e, amanhã, “Inglaterra”, o Google vai guardá-las dando assim, como alguns dos resultados da sua próxima pesquisa, “Os Beatles”. Ou seja, o sistema de inteligência artificial lê o que você escreve e pesquisa automaticamente, porque você já aceitou isso nos termos de licença de uso, sim aquele que você não leu, mas que colocou a opção “li e aceito os termos de uso”.

Estamos entrando na era 3.0, onde tudo é orientado por inteligência artificial. O próprio ser humano acaba sendo orientado por esse tipo de inteligência quando utiliza desde um simples GPS do Banco Bradesco ou o robô Milo. O programa de GPS do Bradesco possibilita a você, ao indicar sua localização, um rastreamento das agências mais próximas, explica ainda como chegar nelas e os telefones de contato daquela agência.

Se você acha esse GPS um grande invento, apresentamos o robô virtual Milo, um knowbot - robô que simula o pensamento e conversação humana -, podendo ser considerado uma espécie de extensão da pessoa que o comprou, já que é possível escolher sua personalidade. Ele tem a capacidade de olhar nos olhos, de conversar, de aprender e, como é uma máquina, não irá esquecer, tendo, assim, a capacidade de cruzar uma série de dados num tempo muito maior que a capacidade humana.


O homem sempre tentou dar valor humano às coisas, mas não foi só por isso que o nosso amigo Milo foi fabricado. Ele tem a utilidade de filtrar as coisas para seu dono, como um assistente pessoal que sabe praticamente tudo sobre nós e ainda indica o que devemos fazer. Com o grande número de informações que temos hoje e com a expectativa de aumento de informação, será necessário um knowbot que filtre e selecione o que mais irá nos agradar. Um exemplo disso é que em casa, com a TV Digital - TV interligada com a internet -, a expectativa é que teremos que escolher entre mais de 5.000 canais da TV, é nessa hora que o nosso Milo irá nos ajudar a escolher o canal conforme a personalidade do ser humano em questão.

O nosso Robô também se meterá em outros assuntos mais sérios do que nosso entretenimento. Será normal você ouvir do seu robô: “Fulano, você não está precisando trocar seu celular? Na empresa Tal, você pode comprar aquele aparelho da marca tal e dividir até x vezes no seu cartão, o que cabe no seu orçamento”. Ou até num assunto de caráter emocional, logo, esperamos sinceramente que o seu robô goste da sua namorada.

A polícia de São Paulo já está na era da inteligência artificial e vai começar a usar óculos com câmera que possuem um banco de dados e imagens que reconhecerá os foragidos, agilizando as buscas de pessoas que infligiram à lei. O governo também criou um projeto que utiliza a inteligência artificial: todos os carros do Brasil deverão apresentar um chip, abolindo assim os pardais. Com esses chips, se a pessoa aumentar a velocidade do automóvel e ultrapassar a velocidade permitida, ou outra irregularidade no trânsito, será automaticamente multado. Chips não existem só nos carros, atualmente,  já temos em circulação chips para cachorros, que servem para rastrear os cachorros fujões além de apresentar todo o histórico médico do animal.

Chip em Humanos? Sim. Os EUA não ficaram de fora e está em fase de experimento a implantação de chips em seres humanos. A todo tempo chegam informações do que acontece com a pessoa “chipada” e, assim como nos cachorros, também será guardado o histórico médico. Além disso, quando a pessoa passar mal, a ambulância é imediatamente chamada.

Nossa feira de supermercado também ficará mais simples e rápida, mas para o texto não ficar cansativo preferimos que você mesmo veja. A propósito, já existem lojas neste formato. Enfim, o que vemos nas telonas e nos livros de ficção já se tornou realidade. O futuro já começou. Medo? Perfeito? Perigoso? Inacreditável? Loucura? Dispensável? Indispensável? Defina essas novas invenções como quiser e seja bem-vindo a era 3.0.


5 Comentários:

Wanderson Duke disse...

Que Isaac Asimov tenha piedade de nós,ele já havia avisado sobre todas essas questões que seu texto- aliás,maravilhoso texto -aborda.(brincadeira séria)

É interessante que se leia a obra dele para uma compreensão melhor de tudo que está acontecendo nessa nova era que a robótica inicia - chamada por alguns de "portum mangnum"- Inclusive para entender quando suas famosas "leis da robótica" são burladas e, desta forma, colocando o ser humano à marcê de sua criação...
Novamente: excelente texto!

Anônimo disse...

Será que estamos caminhando para um futuro parecido como o descrito no filme "Eu, robô"?

Belo texto, Raize! :)

Ass.: Joaquim

Wanderson Duke disse...

Joaquim,o Filme "Eu,robô?" é baseado nas obras do Asimov e em suas incríveis leis da robótica que,aliás, também foram usadas no desenho "Medabots",alguém lembra? rs. O Filme aborda essa questão que vc exemplificou ;)

Novamente: belo texto!

Anônimo disse...

Todas as mudanças e tudo que é novo causa um certo pânico inicial...De como meu cotidiano vai melhorar ou piorar com isso. Sem falar nas questões sustentáveis e éticas que sempre são avaliadas e conectadas a essas mudanças.

Mas já temos provas que passamos por várias transformações e desenvolvimentos. Para mim é curso normal de tudo que já aprendemos e está a nossa disposição hoje.

Que venha meu robô me dá conselhos amorosos hauahuah

Parabéns pelo texto Rá.

Samara Braga disse...

RAIZE E SAMARA joaquim!

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