Cidade Cidadã

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

por Pedro Felipe Araújo



Em 1822, mais precisamente no dia sete de setembro, D. Pedro I anunciou a liberdade do Brasil as Margens do Rio Ipiranga. Na verdade o momento foi totalmente simbólico, uma vez que os colonos tiveram de pagar uma quantia à metrópole, Portugal, para que o Estado se tornasse independente. No entanto, para todos os efeitos, aquela data ficou marcada como o dia da independência do Brasil.
Há quem questione os modos como se deu a independência, mas não proponho aqui uma discussão histórica sobre um fato épico, mas sim a tradição que envolve essa data. Estamos no mês da Pátria e logo no 1º dia de setembro algumas das escolas de Nova Iguaçu já fizeram a tradicional “marcha” simbólica, em homenagem a um dos episódios mais importantes da história do nosso País.
No dia primeiro, vinte escolas do bairro de Miguel Couto foram à rua para exercer o ato cívico de patriotismo. O desfile estava marcado para começar às duas horas da tarde, mas ainda era uma e meia quando as ruas começaram a encher. Embora o tempo estivesse nublado, o clima não esfriou os ânimos de uma multidão que já ocupava as calçadas da esquina da Rua Professora Marli Pereira de Carvalho com a Constantino da Silva, duas das principais vias de Miguel Couto, onde os estudantes se concentram para entrar na avenida principal e dar início ao desfile.
Para que o evento acontecesse com máxima segurança para os observadores e estudantes, a prefeitura disponibilizou carros da defesa civil, ambulâncias do SAMU e viaturas da polícia, estrategicamente distribuídos por todas as vias de acesso à rua principal.
Por volta das duas e meia o desfile começou com um pequeno atraso de meia hora e, como sempre, as pessoas se agrupavam aos montes para contemplar a beleza das escolas que é um espetáculo à parte. Alguns dos civis mais antigos, que trazem em sua trajetória de vida também a tradição de acompanhar a passagem dos alunos, desenvolvem também uma afeição especial por determinadas escolas, como a dona Helena Augusta Silveira, de 62 anos. Com muita empolgação, Dona Helena sempre aguarda ansiosa pelo desfile do Colégio Estadual Vicentina Goulart. “O Vicentina é a escola mais bonita. As meninas de fitinha sempre dão mais empolgação”, diz ela, sorridente.
No entanto, o destaque do dia foi para a Escola Municipal Janir Clementino, que trouxe um verdadeiro pelotão, abordando um tema polêmico e atual. As faixas pediam pelo fim da descriminação de gêneros e no centro, cinco alunos vestidos com penachos, como fantasias de carnaval, sambaram e dançaram em prol da igualdade. Os alunos se tornaram os astros e foram os mais marcantes de todo o desfile. 
Por volta das seis e meia da tarde o Colégio Estadual Vicentina Goulart entrou na avenida para fazer a última das passagens dos alunos desse ano. Para a alegria de Dona Helena, que sentiu o coração pulsar às retumbantes batidas da banda.E independente da data ser utópica ou não foi um momento de entretenimento e respeito a favor da pátria.


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