Faz tudo sem rumo

quinta-feira, 26 de maio de 2011

por Yasmin Thayná


"Nací en el centro de la ciudad." Com seu linguajar sofisticado, roupas e uma cabeleira inconfundível, Bruno Felipe Duarte da Silva tem 23 anos, é morador do centro do Rio de Janeiro, estudante do último período de cinema na PUC e orientador de cultura digital da Agência de Redes para a Juventude, um dos projetos sociais mais badalados da atualidade.

Ele fez um longo caminho até se definir pelo cinema. A caminhada começou com a descoberta pelo teatro quando tinha apenas dez anos, quando os irmãos estavam optando pela informática. "Eu escolhi o teatro", lembra ele, que foi tão feliz no palco que chegou a pensar que seria ator.

Treino para a vida

por Hosana Souza

Na manhã do último sábado ensolarado, ainda cedo, preguiçosamente me arrumei para o trabalho. Meu destino era um evento do Programa do Governo Federal “Brasil Alfabetizado”. Logo ao entrar no pátio da Escola Municipal Monteiro Lobato, me vejo recepcionada pelo Mickey e por uma animada banda a tocar O Barquinho, de Roberto Menescal. Sorri. A banda formada pelas crianças da escola com seu uniforme azul era conduzida por um maestro caprichosamente vestido com um terno. Em alguns minutos, descobri que o alegre personagem da Disney era, na verdade, um morador do bairro da Posse. E que não enxergava nada com aquela cabeça gigante de espuma que lhe tranasformava. “É insuportavelmente quente”, resmungou Adriano França, o Mickey, enquanto distribuía maçãs do amor para crianças com o olhar encantado.

Para entrar no pátio da escola é necessário atravessar um corredor, branco e largo, com alguns degraus. Eu o fiz na companhia de Dona Ione Vital, de 69 anos. “Eles não podem fazer escada sem corrimão, fica muito mais dificil”, disse ela enquanto a auxiliava na subida dos cinco degraus. Ao finalmente entrar no pátio e subir o olhar, fui tomada por uma explosão de cores, movimentos, aromas, sons. Crianças, adultos, idosos. Filas, apresentações, brincadeiras, politicos. Dezenas de coisas acontecendo em um pequeno espaço de tempo e lugar.

Turma alfabetizada

por Marina Zuqui

Mesmo com toda a movimentação do Brasil Alfabetizado, o jovem Douglas Dias dos Santos, 15 anos não passou despercebido. Cursando o 2º ano do ensino médio no Colégio Estadual Califórnia, ele participa do grupo “Capoeira Alternativa”, projeto ministrado por Bruno Vasconcelos e Paula Gisele, ambos professores de capoeira no Riachão. Douglas Dias não é um garoto qualquer. Sua história começa bem cedo, quando seus pais se separam e ele vai morar com a avó, pois sua mãe não trabalhava e seu pai não o ajudava. Algum tempo depois sua mãe conseguiu juntar um dinheiro e arrumou sua casa, mas não quis ir morar com ela, pois já estava apegado à avó, e sua mãe já tinha um parceiro com o qual teria sua irmã.

 
 
 
 
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