O barulho das geleiras descongelando

domingo, 15 de novembro de 2009

por Wanderson Duke Ramalho

A segunda edição do Espaço do Rock, que ocorre no Espaço Cultura Sylvio Monteiro desde o dia 12 até o dia 15, em Nova Iguaçu, trouxe no sábado três belíssimas bandas para a apreciação do público presente: TatuBala, Spllash! e a renomada Medulla.

Mesmo excluindo-se a diferença nos tipos de arranjo, temática das músicas e as propostas musicais de cada banda, um ponto ligava cada uma delas: o talento. O que, aliás, pareceu ser pré-requisito para todo tipo de exibição no evento.


A noite foi aberta pela banda TatuBala,  formada por Paulinho Castro( voz e guitarra), Bruno Lima (voz e percussão), Marcelo Bruno (baixo e voz) e Felipe Antello (bateria). Seu som alternativo e as letras irreverentes chamaram a atenção dos ouvintes. “Me surpreendi”, conta o estudante de filosofia Lucas Pinto, que ficou particularmente impressionado com “Cabeça de Rabo de Camarão”. O vocalista e compositor Paulinho Castro ficou feliz com a receptividade da plateia, mas lembra que essa mesma música já rendeu várias prêmio à banda, como o de melhor arranjo musical pelo 5º Festival Rock Colatina no Espírito Santo.

Milk shake
Seguiram-se as apresentações. Agora era a vez da banda Spllash!, formada em maio de 2007 pelo DJ Mick-Synths, M. Rosa  (vocal), Pam Turk (baixo), Gentilez (bateria) e Vitor Bambino (guitarra). A banda causou espanto e surpresa fundindo rock simples e pegadas leves com rapidez, agressividade, letras grandiloquentemente divertidas, com um toque de música eletrônica. Embora a sonoridade da banda lembre o da CSS no início da carreira, seus integrantes garantem que suas influências partem de uma outra fonte: Fumaça, buzinas, barbeadores elétricos e milk shake!

Os planos sonoros do Spllash! incluíam a “necessidade de se libertar de tanta caretice, amores televisivos e todo e qualquer tipo de blá-blá-blá!”. Como dizia ainda o texto escrito pela banda para seu site, “Spllash! é a cura momentânea para seu espírito entediado – numa embalagem sexy e debochada!” O som da banda é o pop mais básico, de rápida assimilação. “Eu vou a todas as apresentações ou ao menos na maioria”, diz o músico Rodrigo Silveira. “É um som diferente, com pegada estranha, mas que me agrada. Cada um dos integrantes escuta um tipo de música diferente do outro. O resultado é essa coisa estranha, cheia de gemidos e toques eletrônicos que eu adoro”.

Por último e não menos importante, a banda mais aguardada da noite: Medulla.  Keops, Raony, D.D, Alan Lopes, Daniel Martins e Rodrigo da Silva tinham acabado de chegar de uma turnê de São Paulo para promover seu mais novo k7, que não tem um preço estabelecido. “Você paga o que quiser pagar”, diz o vocalista Raony. Caso você não acredite que em plena “era digital” isso seja possível, bem, esses meninos mostram o contrário.

Rock experimental
Quando questionados sobre o tipo de música que fazem, já que é difícil classificar um rock tão experimental, a banda diz o seguinte: são músicas como o descongelar das geleiras, calmo e catastrófico, inflamáveis como uma bomba, detalhistas como João Gilberto, forte como rock puro, sofisticado como jazz.

Para quem achou pura pretensão é porque certamente não ouviu o som dessa banda que fez barulho no teatro do Sylvio Monteiro. “Make Some Noise” (faça algum barulho), gritava um fã da banda, que não quis se identificar. A apresentação contou com sucessos conhecidos do público como “Gosto de Guarda-chuva”, “Gasolina, Gás e Prego” e “O Novo”.

Os espectadores, após ouvirem o pedido da banda para ficarem de pé, não se aquietaram nem por um instante. Com ritmos contagiantes e letras fortes, o grupo com certeza deixou alguma marca positiva. Ao final da apresentação, a banda sorteou para a plateia uma k7 de seu novo projeto. “Eu só fico me perguntando, o por quê de não ter vindo aqui antes”, diz o animado Keops(vocalista).

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