por Larissa Leotério
Para a maioria da população brasileira, cristã, o candomblé é uma religião muito cheia de histórias, de pessoas que procuram fazer mal às outras. As galinhas pretas de encruzilhada, junto à farofa esquisita, num daqueles enormes recipientes de barro são sempre muito presentes nos longos discursos contra o candomblé.
Acontece que o culto aos orixás é muito fechado. Alguns rituais são muito “secretos”. E que não trazem boas energias aos que olham. E sobre os quais é possível ver, recomenda-se não contar. Essa política de cada coisa ao seu tempo, no local e momento devido acaba por mistificar a religião.
Ainda que essa não seja a intenção, é pouco provável que os não-candomblecistas saibam sobre a religião e que não tem só galinha preta na encruzilhada. Para reduzir os inúmeros mistérios é que alguns praticantes do candomblé têm lançado livros e as tão criticadas apostilas.
As apostilas para divulgar essa cultura são tão criticadas e causam tantos problemas exatamente pela própria cultura: quem quer saber como funciona o candomblé, precisa frequentar as casas, os axés. Precisam ser iniciados.
O segredo do quartinho
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Candomblé à francesa
porJefferson Loyola
O candomblé tem raízes milenares e chegou ao Brasil pelas mãos dos escravos vindos da África, trazidos pelos portugueses. Naquela época, o candomblé foi proibido e até 1946 foi considerado crime. Para continuarem cultuando sua religião no Brasil, os escravos tiveram que usar o sincretismo dos orixás (guardião de cada existência humana) com os santos católicos, colocando no mesmo altar Ogum e São Jorge, Oxum e Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora Aparecida, Oxossi e São Sebastião, entre outros.
Durante todo esse tempo, só sabiam dos ritos que ocorriam dentro do Candomblé as pessoas que o freqüentavam, o que acabava gerando inúmeros mitos sobre o que acontecia dentro dele. Os rituais religiosos eram passados de Babalorixás (Pais de Santo) ou Iyalorixás (Mães de Santo) para os filhos que frequentavam o Ilê (casa de santo ou terreiro). Porém, as coisas foram evoluindo e a maneira de se passar tradições religiosas mudaram, coisas que eram passadas apenas oralmente de pai para filho, agora também são passados a partir da escrita e do audiovisual.
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Rima entre cor e dor
por Jefferson Loyola
Outra importante marca de sua poesia foi o diálogo com a própria história pessoa, que permitiu inclusive que a historiadora Maria do Carmo reconstituísse sua biografia por intermédio de uma atenta leitura de seus poemas. Eis um exemplo marcante dessa característica: “Uma negra me levou a Deus e outra me levou para a macumba”. Em seu primeiro casamento ele se tornou evangélico devido a sua esposa ser presbiteriana, e no seu segundo casamento, como sua poesia diz, sua esposa o levou ao candomblé. Mesmo com passagens nessas religiões, Solano Trindade se declarava ateu.
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Poesia negra
por Jefferson Loyola
Solano Trindade entrou na vida da professora como uma decorrência natural de sua militância nos movimentos sociais, dos quais participa desde seus 13 anos. “Comecei a militar com movimentos sociais a partir da igreja católica e logo depois, não sei bem o motivo, mas me filiei ao PT e com a igreja juntei movimento social com a política”, lembra.
Professora há 16 anos, Maria do Carmo trabalha em escolas munic
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Celeiro de artistas
por Fernando Fonseca
Nascido em Pernambuco, esse morador de Comendador Soares é um exímio artista que luta e vive em prol da literatura de cordel, com cerca de 500 folhetos já publicados ao longo de 50 anos de produção. "Ou você é o que é ou você não é ninguém".
Mais conhecido como Jota Rodrigues, o escritor conta que a literatura de cordel era a única alternativa de entretenimento para o nordestino e que a cada suas características são modificadas. A literatura de cordel está tão associada à vida do nordestino que muitos dos seus autores sequer precisam saber escrever para praticá-la, como é o caso do próprio Jota Rodrigues. "Ninguém dá o que não tem, ninguém é o que não é e ninguém faz o que não pode", filosofa.
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