A falta do que nunca tivemos

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

por Camilla Medeiros

Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens” é um livro bastante atual. Surpreende-me a quantidade de 'previsões' que Rousseau há mais de dois séculos fazia sobre o destino da sociedade baseada no liberalismo.
Para além disso, seu livro discute – como o nome já diz – a origem da desigualdade e como ela se legitimou.

Nesse esforço, o autor traça uma linha de 'desenvolvimento' do homem, que inicialmente, em seu estado de natureza, vive isolado e seguindo seus instintos naturais básicos (comer, beber e reproduzir). Sendo assim, é muito mais fácil que esse homem se sinta realizado, pois, sem preocupações com futuro, sua felicidade era condicionada a elementos simples e de fácil aquisição.

Esse bom-selvagem, como ficou conhecido o homem em estado de natureza, perdeu sua felicidade no momento em que percebeu que poderia facilitar sua vida, fazendo as mesmas tarefas de modo mais rápido, menos trabalhoso e mais eficiente. Essa capacidade de aperfeiçoar-se deu ao homem a chave de todas as mazelas que estavam por vir.

Culminância transgressora

por Hosana de Souza

Os mediadores de cultura de Nova Iguaçu são reconhecidos por sua alegria e por sua vontade de aprender e fazer a diferença. Mas a Escola Municipal Professora Venina Corrêa Torres conta com uma mediadora que tem muito mais do que estas características. É a estudante de artes Kezia Giacomo, 20 anos, que traz em seu currículo passagens pelo Juventude Cidadã, Agência Escola de Jornalismo e ESPOCC – Escola Popular de Comunicação Crítica.

A estagiária, que é conhecida por sua determinação e pela falta de ‘papas na língua’, confessa sua paixão por trabalhar com as crianças contempladas pelo Bairro Escola. “Quando conheci o projeto, achei uma bagunça, mas fui atraída, tinha que trabalhar aqui”, conta a estagiária. Uma boa medida de sua paixão pelo projeto foi sua releitura dos contos de Câmara Cascudo, aplicados em todas as oficinas de Língua Portuguesa das escolas municipais de Nova Iguaçu

O sucesso do seu trabalho junto às crianças e adolescentes do Venina começou com uma grande sensação de fracasso. “Eu segui a apostila, fiz as atividades propostas, fiz até origami”, conta Késia. “Mas não teve jeito, as crianças odiaram.” Segundo a estagiária, a turma de pequenos – sete a nove anos – não entendia nada. E a turma dos maiores – onze a treze anos – achava chato.

Do lambe-lambe ao celular

por Robert Tavares


Esta exposição é dedicada a todos os amores que passaram pela minha vida”, diz Margareth da Silva, uma aposentada de 82 anos, no dia da inauguração da exposição Por toda minha vida, em cartaz na Casa de Santa Lurdes, em Juscelino, até o próximo dia 4 de dezembro.

As fotos foram tiradas ao longo de toda uma vida dedicada a registrar cada detalhe que passava diante de seus olhos. “A primeira máquina fotográfica que usei foi a de um namorado”, conta a aposentada, que na época tinha mais ou menos 17 anos. “Ele trabalhava com lambe-lambe.

 
 
 
 
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