Apenas diferentes

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

por Jéssica de Oliveira


Você já parou para pensar sobre as diferenças entre os homens e as mulheres? Já tentou entender porque alguns homens não conseguem deixar o tampo do vaso abaixado, enquanto algumas mulheres sofrem com a incapacidade de estacionar o carro junto à calçada sem no mínimo causar um arranhão na pintura? Nunca pensou nisso? Os especialistas em relacionamento e linguagem corporal Allan e Barbara Pease já e rodaram o mundo atrás de respostas que explicassem por que homens e mulheres têm modos, pensamentos, atitudes e até mesmo sentimentos tão diferentes um dos outros.

No livro Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor? (editora Sextante, 2000), Allan e Barbara reúnem "uma visão científica (e bem-humorada) de nossas diferenças", analisando o comportamento de ambos os sexos com base em estudos da ciência da evolução humana e pesquisas realizadas com milhares de pessoas. As conclusões apresentadas são baseadas na média populacional.



"A questão fundamental aqui é simples: homens e mulheres são diferentes. Nem melhores nem piores - apenas diferentes". Esse trecho retirado da obra de Allan e Barbara traduz o que os cientistas, antropólogos e sociólogos há muito tempo já sabem, mas temem em revelar a um mundo politicamente correto, que desde cedo ensina às crianças que homens e mulheres estão aptos a fazer tudo o que o outro faz.

Esta ideia adotada por nossa sociedade é na verdade uma ilusão. Está comprovado que o homem e a mulher são diferentes por razões que vêm desde as eras mais primitivas, onde cada um tinha sua tarefa e convivia bem um com o outro, reconhecendo os valores das ações realizadas por seus parceiros. A mulher se sentia satisfeita por ficar na caverna e cuidar da cria enquanto o homem era responsável pela alimentação e segurança da tribo, tarefa que ele desenvolvia com facilidade e também prazer.

"A igualdade entre homens e mulheres é uma questão moral ou política. A diferença é uma questão científica". Hoje a mulher e o homem modernos podem dividir as tarefas que, nos primórdios de nossa existência, era função de apenas um deles, confundindo-as, pela primeira vez na História. Contudo, segundo o livro, é mais coerente afirmar que, analisando a média das pessoas, a mulher está biologicamente muito mais apta a cuidar de uma casa e da família do que o homem que, por sua vez, é melhor em conseguir alimento, rechaçar inimigos e realizar tarefas que envolvam força física e raciocínio lógico.

Tudo isso, portanto, tem uma explicação biológica. A mulher não cuida da casa porque a sociedade diz que tem que ser assim, mas porque tem mais capacidade para isso que o homem. E o homem não possui mais habilidade fisíca por um motivo qualquer. Essas e outras características foram herdadas de nossos antepassados, que as desenvolveram por muitos e muitos milênios, de acordo com suas necessidades.

Estrogênio x testosterona

Durante todo o livro, o comportamento do homem e da mulher é científicamente explicado. Cada um age de acordo com suas capacidades biológicas e isso já ficou claro. A mulher é melhor em assuntos que envolvam a comunicação, a percepção à curta distância - como perceber coisas que os homens são incapazes de notar, mesmo que estejam a meio metro de distância - e também são altamente capazes de realizar diversas tarefas ao mesmo tempo. Já o homem é melhor em matemática, noção espacial, visão à longa distância - o que explica por que eles são melhores estacionando carros que as mulheres - e ao contrário da mulher, seu cérebro está "programado" para fazer uma coisa de cada vez. É por isso que às vezes, para eles, é impossível acompanhar a conversa de um grupo de mulheres.

Tudo isso é definido pelos hormônios - o estrogênio na mulher e a testosterona no homem. São eles, respectivamente, que fazem com que a mulher sob pressão fale como uma descontrolada e o homem, quando estressado, se cale. São eles que definem os comportamentos, escolhas e preferências de cada um. Por quê, após um longo e difícil dia de trabalho, a mulher quer chegar em sua casa, tomar um bom banho e dormir para relaxar e o homem prefere fazer sexo para aliviar suas tensões? Não, eles não são insensíveis; são apenas homens repletos de testosterona.

Os hormônios também têm total responsabilidade por outro aspecto que ainda é muito discutido, mas dificilmente compreendido: a escolha sexual de homens e mulheres. São eles que definem se um rapaz é gay e uma moça é lésbica, contrariando a ideia de que "cada um é o que quiser". Um homem que se relaciona com alguém do mesmo sexo é assim devido à distribuição de seus hormônios no cérebro, não porque escolheu.

Os finalmentes

Dizem que não se deve julgar um livro pela capa, mas o sugestivo nome escolhido por Allan e Barbara Pease foi um fator bastante significativo para a venda de mais de 800 mil exemplares no Brasil. Mas mais interessante que o nome, é o conteúdo da brilhante obra.

Os autores trataram com muita naturalidade e com dosagens intensas de bom humor o tema "Homens, Mulheres e Sexo", usando estatísticas para ressaltar a importância do sexo na vida de um casal, na saúde e no bem-estar pessoal. O guia fala também sobre a monogamia e poligamia, preferências, desejo, fantasias, pornografia, romances, atração, paixão, afinidade, mitos e verdades que giram em torno do erotismo, além de esclarecer o que o homem e a mulher esperam na hora de irem para a cama. "A mulher quer muito sexo com o homem que ama. O homem quer muito sexo".

Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor? é uma leitura ótima. É o tipo de livro que, página após página, faz o leitor se identificar e se interessar cada vez mais. É sem dúvida uma obra indispensável para todos que se veem inteiramente ligados a pessoas dos sexo oposto, sejam elas cônjuges, parentes, vizinhos e crianças.

O livro pode ser encontrado em qualquer livraria do Brasil e em sites especializados em vendas on-line. O preço médio está em torno de R$19,90.

2 Comentários:

Hosana Souza disse...

Adorei a matéria, parabéns pelo texto.
As dicas de livros, filmes e atividades culturais do blog estão cada dia melhores.

Déh disse...

Ah, obrigada!
Eu amei o livro e resolvi compartilhar com todos!
Beijo-beijo!

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