Cultura de portas abertas

domingo, 30 de maio de 2010

por Josy Antunes

O Espaço Cultural Sylvio Monteiro foi tomado por poesia, arte e diversidade cultural, num evento que distribuiu atrações durante cerca de 6 horas de programação. O III DIMUA – Dia de Múltiplas Atividades – aconteceu ontem, dia 29 de maio, sob a coordenação de Wilson Pontes, responsável pelo departamento de Diversidade Cultural do Conselho Municipal de Cultura, que reuniu 7 das 22 instituições parceiras na comemoração. Dentre elas, Wilson orgulha-se em contar sobre a Escolinha Sonho de Criança: a primeira escola do Brasil a integrar no calendário festivo as homenagens ao povo cigano, no dia 24 de maio, dia da padroeira Santa Sara Kali. “Nós filmamos, documentamos, vamos mandar para o Ministério de Educação e Ministério de Cultura, pra que a partir do ano que vem as escolas também se sensibilizem no cumprimento da lei, que já está institucionalizada, de fazer a festividade de cigano. As crianças não se pintam de coelhinho na páscoa? Então também tem que saber existe o dia do cigano”, explica Wilson, também representante da Fundação Santa Sara na Baixada Fluminense.

“Nova Iguaçu convive bem com a diversidade”, declara Silvia Regina, produtora cultural e coordenadora do Sylvio Monteiro. Parte dessa boa convivência pode ser atribuida aos eventos realizados na casa, que são acompanhados do esforço para a formação de público que contemplem eventos no estilo do DIMUA. “Eu acho que a gente tem que mostrar a importância da cultura cigana, a importância da cultura negra, a importância da cultura indígena... A maioria tem uma imagem muito distorcida dessas culturas. A gente fez um evento aqui no ano passado e alguém me perguntou 'mas o cigano não rouba criança'?”, exemplifica Silvia, justificando suas motivações para difundir tais culturas aos moradores de Nova Iguaçu e frequentadores do Espaço Cultural.

“A gente já teve a casa vazia vindo mesmo só as pessoas ligadas a essas culturas. Mas hoje não, a gente tem um público muito mais aberto”, conta a produtora, lembrando da contribuição indireta que as academias promoveram ao incluir a dança cigana, por exemplo, na grade de cursos. Além da novela global “Explode coração”, de 1996, que abordou os costumes e a cultura cigana. “A novela botou um pouco da magia do povo cigano na cabeça das pessoas”, rememora Silvia.
A Cia. Faces de Teatro formou duas de suas turmas durante o DIMUA, apresentando as peças “O macaco que queria ser gente” e “Pensão F”, respectivamente infantil e adulta, ocupando o teatro com assentos ocupados em grande escala, risadas e aplausos extasiados. Filmes, exposições, oficinas e reflexões também rechearam a programação do evento, que contou com a parceria do Centro Cultural Dom Bosco, com o som de seus berimbais e atabaques. Sob o comando do Mestre Jamaica, o Centro Cultural atende 200 crianças e jovens residentes dos bairros Marapicu, Lagoinha, Campo Belo e Vila Belga, e 450 alunos das escolas municipais onde está presente como Pontinho de Cultura. Ao redor de uma roda de samba realizada pelos membros do Dom Bosco, o público de ontem se despediu do III DIMUA, já aguardando a diversa programação da próxima edição.

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