À flor da pele

terça-feira, 18 de maio de 2010

por Jefferson Loyola


Nascemos homens ou mulheres, biologicamente falando, um fato natural da vida humana. Criados para se envolver sexualmente com o sexo oposto. Porém não se sabe desde quando começou a fugir um pouco da regra ou dos conceitos básicos sexuais, e ocorrer relações entre pessoas do mesmo sexo. Homens e mulheres, que de acordo com o principio da vida humana, foram feitas para darem continuidade ao mesmo, com seus filhos e sempre formando famílias, começaram a se envolver de maneira como muitos classificam como “desvio da normalidade sexual”, o que faz com que a pessoa sinta atração por uma do mesmo sexo.

Termos como heterossexual, homossexual, bissexual e entre outros, começaram a ser usados para classificar os vários tipos de comportamento sexual dos indivíduos. “Eu já nasci homossexual, mas só me envolvi com esse mundo e me entendi por homossexual, aos 22 anos”, disse Laudemir Nascimento, atualmente com 52 anos. Sempre se ouviu muito a palavra “gay”, “viado”, “frutinha” e entre outras, que denominavam que um homem era homossexual. Conforme o preconceito foi diminuindo dentro das sociedades começou a surgir outro termo, usado muito por jovens, que é o bissexualismo.

“Conforme o mundo vai ficando mais moderno começam a surgir novas tendências”, afirmou o jovem Paulo Pereira, acreditando que ser bissexual esta na moda. Antes não se via um individuo que ficasse com pessoas do mesmo sexo e do sexo oposto, e mantive-se relação com ambos abertamente. “Sempre foi comum no meu grupo quando era jovem ter uma pessoa homossexual, que no caso era eu, e os amigos encarnarem, porém sempre respeitando”, confessa Laudemir. “Eu era passivo, mas às vezes também exercia o papel do ativo. Nunca fiquei com nenhuma mulher e acho muito estranhas as relações bissexuais, onde as pessoas não se definem sexualmente”.

Muito comum em grupos jovens, porém também visto em pessoas com mais experiência de vida, o bissexualismo, é alvo de varias indagações em relação a sua real existência. “Acho que não existem pessoas bissexuais, essa alusão ocorre por causa do medo de se revelar sexualmente, os homens ou mulheres, mantém relação com o sexo oposto e as escondidas com o do mesmo sexo, porém ao se revelar passam a fluir apenas relações com as do mesmo sexo”, expressou Rafaela Rodrigues, estudante de psicologia da UFRRJ.

Família

A homossexualidade e a bissexualidade são bem difíceis de encarar quando o assunto são os pais. O bissexualismo, para muitos desses pais, não se passa de um homossexualismo mais moderno ou disfarçado. “Meu filho me disse que era bissexual, fiquei horrorizada, pois não me importa se ele ainda continua tendo relações com mulheres, o que importa é que tem homens tendo relações com meu filho também”, contou Conceição da Silva, que tenta já há dois meses, desde a revelação do filho, faze-lo voltar a ser heterossexual. “Enquanto não consigo, é difícil aceitar, mas tento conviver”.

Alguns pais são apelidados por muitos como: modernos e liberais. Aceitam a sexualidade de seus filhos e até incentivam-no dentro de suas relações. “Compro tecidos para levar a costureira e fazer as roupas bem criativas que meu filho tanto gosta, dou alguns conselhos quando ele vem chorar em meu colo por causa do coração partido e até dou boas risadas com algumas situações engraçadas que ele cria”, disse Marisa Ribeiro, que acha divertidíssima as ‘aventuras’ com o filho de 19 anos. Esses tipos de pais são desejados por muitos desses jovens, que por muitas vezes, sentem falta de um ombro de apoio na família. “Sempre desejo que um dia meus pais não me olhem com repressão por causa da minha escolha sexual”, desejou Camillo Souza.

Sem rótulos

O bissexualismo veio para desmistificar as rotulações de sexualidade. Podem-se manter as relações sexuais aproveitando dos “dois lados da vida”, sem ter que se definir e achar um foco. Ficando cada vez mais difícil haver uma escolha concreta por um determinado sexo. “É ótimo quando vou a uma ‘balada’ e não acho nenhum homem interessante, pois sei que haverá, de fato, uma mulher que me chame atenção, e também me queira”, citou Patrícia Andrade, que aproveita as noites cariocas para conhecer pessoas de ambos os sexos e se divertir.

Pode não aparentar, porém é mais comum encontrar uma mulher bissexual do que um homem. Sendo que o grande fator do surgimento do bissexualismo é a curiosidade de experimentar e saber como são essas relações. “Tenho muita curiosidade e ao mesmo tempo medo, pois posso sofrer uma discriminação, se ao menos, eu resolver experimentar”, revelou Ana Beatriz, que tem como bloqueio, o namorado, que morre de ciúmes em ao menos ela pensar na hipótese.

Traição ou não?

Uma das grandes duvida em questão a bissexualidade é se seria ou não traição quando a pessoa ficasse com alguém do sexo oposto a do namorado(a)? Essa questão levanta muitos pontos de vista que se cruzam entre si e acabam confundindo a cabeça de muitas pessoas. Para a maioria delas, seria considerada uma traição, enquanto uma minoria que considera esta opinião bastante individualista acha que não. “Se minha namorada vai ficar com um homem, é claro que pra mim isso seria traição, por mais que nossa relação sexual seja entre duas mulheres, ela esta, independente do sexo, colocando alguém no meio de nós”, afirma Priscila Campos, bissexual assumida e moradora de Campo Grande.

Uns com a cabeça mais aberta, até demonstram um determinado grau de ciúme em relação ao parceiro com quem tem uma vida a dois, mas evidenciam ter um pouco de liberdade em relação ao namoro. “Ficaria indignado se o visse com um cara, mas se o visse com uma mulher, não ligaria, pois sei que ele não tem excitação suficiente para poder levar algo bobo para a cama”, conta Carlos Eduardo Brito, 25 anos e que namora uma pessoa do mesmo sexo a três anos. “Se eu o ver beijar uma mulher, pra mim seria como se fosse um selinho em amigas”.

Diminuição do preconceito

O preconceito em questão as relações GLBT, está diminuindo não só dentro da sociedade, mas dentro da própria família. Existem famílias que lidam com a situação da homossexualidade e da bissexualidade, juntas. “Sempre vou para Niterói passar o final de semana na casa da minha namorada”, declarou Claudia Dias, atualmente com 29 anos e que namora a filha de sua ex-namorada, de 17 anos. “A mãe dela já me conhece e foi minha namorada, sendo que na casa, somente moram a mãe, tia e a Gabriele, e que por coincidência, as três são bissexuais e lidam juntas com esta situação”.

Infelizmente o preconceito ainda existe e muitos lidam como se isso fosse uma doença. Vários casos de homofobia ainda são vistos nas ruas e dentro das próprias casas familiares. Conforme a cabeça de uns ficam mais abertas e propicias a aceitar o fato da diversidade sexual, outros se fecham achando que a melhor maneira de se resolver isso é com a violência. O Brasil ainda esta longe de ser um país livre do preconceito sexual, mas com cada pessoa fazendo sua parte e ajudando como pode, chegaremos lá. "Acredito no amor, sendo ele gay, hetero ou bissexual, quando se ama, de verdade, nada mais importa", disse Bell Ribeiro, cantora e compositora.

1 Comentários:

Anônimo disse...

Brothr ico shoe o texto... adoei mesmo bm espcifco de linguagem clara e no cotidiano ... muito interresate...
abraçã gaspar

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