Livro player

quinta-feira, 13 de maio de 2010

por Jéssica de Oliveira


A biblioteca Professor Cial Brito, localizada no Espaço Cultural Sylvio Monteiro, em Nova Iguaçu, está com uma novidade. Em parceria com o Instituto Sal & Luz e a Secretaria Estadual dos Direitos Humanos, ela está atendendo, desde o dia 24 de abril deste ano, a um público que antes não costumava visitá-la: os deficientes visuais.

O programa intitulado Audioteca já atende a um público de 1.982 usuários no istituto carioca Sal & Luz e agora visa proporcionar aos deficientes visuais da Baixada Fluminense o acesso a obras literárias universais, contos infantis e livros de concursos públicos. "A ideia é fazer novos usuários", conta Roberta Gomes Miranda, 32 anos, funcionária da biblioteca Professor Cial Brito, que auxilia os usuários no manejo com os aparelhos de DVD player e red fone, necessários para a audição dos livros.



Para que um deficiente visual possa fazer parte do programa é necessária, apenas, uma simples inscrição no próprio local - nome, endereço e telefone para contato. A partir daí, a pessoa pode escolher entre ouvir seu livro nas instalações que a biblioteca oferece ou levar para casa, com o prazo de devolução de 30 dias. "Os livros são divididos em capítulos de 15 minutos para que a leitura não fique cansativa", explica Malena Cabral Xavier, 44 anos, diretora da biblioteca. "O livro também pode ser enviado para o usuário pelo correio, pois, com a Lei do Secograma, todos os deficientes visuais têm direito à gratuidade ao selo em suas correspondências. Eles ligam pra cá e a gente envia a obra gratuitamente".

Prioridade
Com menos de um mês de funcionamento, a audioteca já tem cerca de 15 usuários e espera que o número cresça cada vez mais. Por toda a cidade, existem cartazes pendurados e panfletos sendo distribuídos pedindo que esta notícia chegue até os ouvidos de deficientes visuais que se interessem pela leitura. Mas atenção: de acordo com Malena, a audioteca não é restrita aos cegos, mas sim preferencial. "Se alguma pessoa que enxerga, mas tem alguma dificuldade de leitura, quiser ouvir um livro, ela pode. Até se alguém que estiver apto à leitura, tiver vontade de experimentar a audição de livro, ele também poderá usá-la. Mas é claro que os deficientes terão prioridade".

O convite para a participação da audioteca vai além do seu uso, ou seja, a leitura. Malena conta que o próximo objetivo a ser alcançado pela biblioteca é a instalação de um estúdio de gravação, onde voluntários doem suas vozes e gravem a leitura de livros para o aumento da variedade de obras para os usuários, que até agora contabiliza 250 títulos. Este são os chamados "ledores".

A equipe da biblioteca Professor Cial Brito está, também, correndo atrás de ajuda para que seu elevador volte a funcionar, proporcionando aos cadeirantes o acesso ao acervo. Para ela, a inclusão de deficientes físicos é de grande importância. É um acréscimo sociocultural, além de um orgulho para Nova Iguaçu.

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