Exemplo para a cultura

quarta-feira, 19 de maio de 2010

por Hosana Souza / fotos Francisco Valdean


Uma das maiores personalidades intelectuais na atualidade, George Yúdice concedeu-nos uma entrevista em mais uma de suas passagens pelo Brasil – disponível também em vídeo no www.ondacidada.org.br

Escritor e professor da Universidade de Miami, Yúdice carrega em seu currículo um doutorado em Letras e uma formação simultânea em Química e Artes pela Cunny University. Ele comenta sobre as manifestações culturais e sociais que vem observando pelo mundo. “Podemos observar que normalmente o poder da cultura está nas mãos das grandes elites. O que vem me surpreendendo, e me deixado muito satisfeito, é poder observar a ênfase e o interesse que países como o Brasil vem dando a Cultura”, diz o professor.


George Yúdice conta que a organização da Cultura vem ocorrendo em países como o Peru e a Colômbia, que já compreendem seu poder e começam agora a autogestionar suas atividades “A cultura fortalece o tecido social; graças a ela há a troca de experiências o que é fundamental para o desenvolvimento humano, social e político”, explica, “O Brasil vem sendo exemplo para as Américas. Vocês estão em um alto nível quanto a cultura; peço até, que vocês tenham paciência e auxiliem outros países. Temos como exemplo o próprio Antídoto, é uma grande mostra de nossas capacidades, principalmente de organização”.

Em seu livro “Conveniência da Cultura” George ressalta a importância de termos no terceiro setor uma cultura organizada e ativa, onde as ações, sejam individuais ou com o auxilio do Estado, ganham importância. Trazendo assim, o reconhecimento e o respeito de toda a sociedade para aquela manifestação.

“Aqui no Brasil os principais componentes culturais já se encontram ativos e organizados. Temos movimentos privados como o Itaú que coordenam e fazem excelentes parcerias. Temos grandes ONGS e temos também o investimento público, o que é um salto para a Cultura”, comenta George Yúdice, “O governo Lula – e posso comentar isso sem medo, pois também lidei com o governo anterior – com projetos como o Ponto de Cultura, faz a diferença em trabalhos individuais que não eram valorizados como o TecnoBrega do Pará, por exemplo. Eles não criam cultura, pois nós já a possuímos, eles incentivam e é disso que precisamos”, encerra.

2 Comentários:

disse...

esse cara aí tira uma ondinha de canhoto mas é grande intelectual capitalista americano.
deve ser gente fina, coisa e tal, tudo bem.
uma coisa que me chamou atenção imediatamente são suas entrelinhas.
se defende a cultura, o apoio à cultura e o incentivo à cultura, é que está defendendo um conceito que criou e chama de "cultura como recurso".
dentro disso ele defende a cultura popular como algo maravilhoso, a ser valorizado e incentivado, como todo recurso social. logicamente, como todo recurso social devendo ser gerido e incentivado por grandes grupos, grandes ongs e grandes capitalistas que serão os responsáveis por essa gestão, abrindo pequenas possibilidades aos agentes, multiplicando extraordinariamente seu capital, mantendo as impossibilidades gerais e passando por padrinhos benfeitores.
isso nas entrelinhas, porque de cara ele fica teorizando e não diz nada importante, pelo que percebi.
consegui me expressar?
se alguém tem algo a dizer fale agora!

disse...

"cultura como recurso"
como são explorados todos os recursos?
madeira, natureza, água, mão de obra, caça, pesca, minerais, terra...
tudo explorado por uns, para sua riqueza e a justificativa de possibilitar o bem coletivo.
é isso aí.

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