Subvertendo o gênero

terça-feira, 25 de maio de 2010

por Wanderson Duke 


O solo firme das comédias românticas sempre foi o clássico "boy meets girl" - o "menino conhece menina". Que sempre funciona muito bem, mas acaba por caracterizar de forma errônea muitas produções do gênero. Com isso, o final é previsível – e tendem basicamente para dois tipos de desfecho: o primeiro é o clássico “felizes para sempre” e o segundo é o casal seguir destinos diferentes.


500 Dias com Ela ((500) Days of Summer) segue fielmente o paradigma, mas o subverte a ponto de se distanciar de ser rotulado como mais uma obra produzida pela colcha de retalhos da padronização. Levando os espectadores  para uma experiência nova  - sem ser ímpar.

O diretor, Marc Webb, conseguiu dar um ritmo original à narrativa – talvez pelas muitas produções de videoclipe de que participou, angariando experiência em contar histórias curtas. Aqui centraliza-se a difícil relação de Tom (Joseph Gordon-Levitt), que trabalha em uma agência de cartões-postais, embora formado em arquitetura,  mas que se sente muito confortável com  a vida que leva,  contada em ordem não cronológica por um narrador de voz profunda (os números vão exibindo os dias em que as cenas foram vividas), situando e explicando que é uma história de "boy meets girl" , mas não uma de amor.

A garota dos sonhos de Tom é Summer/Verão (daí o nome original introduzido no filme), interpretada pela adorável
 Zoey Deschanel (filha do fotógrafo Caled Deschanel), secretária do chefe de Tom.  Mas há um grande problema: ela não acredita no amor.
500 Dias Com Ela consegue contar uma história de forma inteligente e divertida, que poderia parecer perfeitamente comum. Ainda que de forma honesta e tragicômica, como nos é avisado no início do longa : "O filme a seguir é uma história de ficção. Qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas é mera coincidência. Especialmente você Jenny Beckman. Vaca".
Mesmo  com algumas cenas pueris (como quando a dupla grita “pênis” no parque), consegue canalizar exatamente o que acontece quando se ama:  torna-se um bobo.

Diferente e agradável, o filme que custou 7,5 milhões de dólares, e rendeu 32 milhões, entra pro seleto grupo de achados da comédia romântica.
 

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