Ninho fofo e profundo

sexta-feira, 25 de junho de 2010

por Robert Tavares

Esta semana percebi que nada sei, pois para dominar um assunto, você tem que conhecer suas transversalidades. Como citar moda se você não conhece a história de André Courrèges, que se valeu do futurismo na década de 1960 e foi o estilista mais copiado do mundo? E o que falar de sua disputa com Mary Quant para decidir quem foi o criador da mini-saia, que na época ousava em aparecer apenas três centímetros acima dos joelhos? Citar Pierre Cardin em um texto fashion já não tem o mesmo efeito, afinal, quem seria esse tal Cardin? Do menino que começou sua carreira aos 14 anos e virou o nome mais vendido, assinando até uma linha de colchões. Seria demais se limitar apenas à Chanel, que sem sombra de dúvidas foi/é a marca mais conhecida em volta do globo terrestre. Se a mademoiselle investiu seu precioso tempo em marketing, Charles Frederick Worth (primeira pessoa a promover um desfile de alta costura no mundo) se preocupou em revolucionar e "revitalizar" o universo da moda e foi ele quem viu o business por trás daquilo que é feito para tampar o corpo.

Falar de moda é como um ninho fofo e profundo, cada vez que você começa, percebe que há sempre mais a aprender do que aquilo que já foi dito. E com a estética fashion mudando a cada seis meses, às vezes fica difícil acompanhar e se manter atualizado, afinal, a moda pode ser considerada bipolar, com toda certeza. Mas como já foi dito aqui, nem tudo o que aparece em passarelas, necessariamente, irá parar no seu guarda-roupa. De forma alguma você tem que se sentir obrigado a amar aquilo que é apresentado, afinal, nos vestimos para mostrar ao mundo quem somos, e a partir do momento que você veste o que o outro estabelece, sua personalidade é apagada. Vestir é um verdadeiro exercício, afinal, alinhar cores, coordenar proporções, ajustar sobras e todas essas outras coisas, não são tão simples assim. E com tantas dúvidas, medos e curiosidades, recentemente comecei a ler o livro "Moda do século", de François Baudot. É um livro pesado, de 399 páginas, mas ao abri-lo me deparei com um novo mundo, onde tudo pode ser explicado a passa a fazer mais sentido internamente, através da história da moda dos últimos cem anos. François (que é colaborador da revista Elle) detalha as etapas de cada época e apresenta seus principais estilistas. Ao final de cada período, um capítulo especial traz uma galeria de fotos com astros do cinema e da música, além de um capítulo reservado à moda masculina.

Um livro leve, bem ilustrado e informativo, para não deixar parado em sua estante!

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