Mesquita em roll

quarta-feira, 7 de julho de 2010

por Ana Carolina
Mesquita é conhecida com o encontro de rock, melhor dizendo encontro de tribos. No rock tem vários tipos de grupos: Emo, Punk, Skin Head, Metaleiro, New Metal, Grunge e Góticos, entre outros. Muitos desses grupos não podem estar no mesmo lugar porque entram em conflitos, e acabam gerando até morte. Talvez o exemplo mais gritante seja a rivalidade entre o grupo Skin Head e o grupo Punk.

Mesquita é um dos poucos lugares do mundo em que quando essas tribos se encontram continuam respeitando o primeiro slogan da juventude hippie, responsável pela difusão do rock no mundo todo: paz e amor. Tem sido assim desde os shows promovidos aos domingos na passarela de Mesquita, mais conhecida com “passarela do rock”. O sucesso daquelas apresentações foi tamanho que a comunidade reclamou, obrigando seus organizadores a deslocar o evento para o Tênis Clube. Uma das maiores festas do rock da Baixada Fluminense ainda passou pelo Galpão (em frente à prefeitura da cidade) antes de se mudar para a praça da Telemar. A diferença é que agora cada uma das tribos leva seu próprio som.

"Quando tem rock na praça, eu e uns amigos levamos caixas de som, e ligamos com um rock bem pesado para que todos passam curtir", conta Maurício Souza, 29 anos, um dos poucos ali que não se preocupa com a denominação da grande religião rock and roll. Nem sempre foi assim, admite Maurício Souza, que já pertenceu a uma tribo chamada Renegados ("um grupo que se achava excluído pela sociedade e pela família, porque tinham um jeito diferente de ser ou de se vestir").

Diferentes
Quando chega à praça, Maurício coloca os cds para tocar a todo volume, abre uma cerveja e começa a curtir um bom rock, como diz, com os amigos que tem em cada uma dessas tribos. Uma dessas tribos é a punk, muito bem representada na noite do último domingo pelos estudantes Paulo Junior e Rodrigo Sales, 19 e 21 anos respectivamente. Indiferentes ao que a sociedade pensa, eles se destacavam no meio da multidão com suas roupas pretas rasgadas e cabelos à moicano. "Fazemos o que queremos sem nos importar se alguém está achando errado, feio ou imoral. O estilo vem junto com outro pensamento, que é ser diferente", afirma Rodrigo Sales.

Os punks explicam que não querem ser diferentes para aparecer, mas por não aceitarem ser “mais um” a seguir as normas impostas pela sociedade. "O estilo punk mostra que não somos o que querem que sejamos, mas o que queremos ser", acrecenta Paulo Júnior, para quem embora o visual seja um instrumento importante na contestação punk o fundamental "é a atitude, o modo de pensar".

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